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Estado de natureza e sociedade civil

O estado de natureza antecede a formação do estado civil. Nele o homem está completamente entregue às suas paixões e sem nenhum tipo de autoridade que delimite seus atos. Neste vídeo, entenderemos melhor sobre essa especulação filosófica.

Uso legítimo da força

Tipos de dominação

Monopólio da força

Exercícios: Monopólio da força

Exercícios: tipos de dominação

Poder, política e Estado

Weber é um importante pensador para a Ciência Política pelas suas contribuições para as definições de poder e Estado, amplamente utilizadas na contemporaneidade. Essas definições nos ajudam a desfazer a confusão que esse tema assume no dia a dia. Em diversas situações no cotidiano a noção de poder, política e Estado se entrelaçam de tal forma que chega a ser comum nos atrapalharmos para conceituarmos cada uma dessas noções. No entanto, do ponto de vista sociológico, esses três conceitos, apesar de bem próximos, possuem significados distintos. Entende-se por poder (segundo Weber e outros pensadores) a possibilidade de exercer influência sobre o comportamento e as atitudes de alguém, seja conhecida ou não. Não se trata dispor da obediência, o conceito de poder é mais amplo e engloba a possibilidade de impor sua vontade sobre outro. Por política entendem-se os meios pelos quais um indivíduo ou grupo social exerce o poder ou o conquista. A política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder mediante as condições socioculturais deste grupo. Já o Estado é um modo específico de exercer o poder e, ao mesmo tempo, a forma como se organiza o sistema político da maior parte das sociedades. É uma instituição da esfera política de uma sociedade que requer para si a primazia da tomada de decisões de um povo e determina politicamente formas de ser e estar no seu território. Pode ser identificado, segundo Weber, pelo monopólio no uso legítimo da força dentro de um dado espaço. Ou seja, se uma pessoa age com violência no meio social ela será considerada criminosa, ao passo que, em circunstâncias específicas, um agente do Estado pode usar de violência legitimamente. É importante salientar que o poder não é exclusivo ao Estado. Em relações simples, como a que temos com amigos e familiares, também exercemos poder.


Tipos de Poder

De acordo com o sociólogo Max Weber, o poder refere-se à imposição da própria vontade em uma relação social, mesmo quando há resistência da pessoa dominada. Quantas vezes não sofremos imposições dentro do círculo familiar ou mesmo no emprego, mesmo não gostando? Segundo o sociólogo, o poder está presente em todos os tipos de ambientes, em diferentes esferas da vida humana. Também podemos o encontrar em sua forma simples (entre dois indivíduos) ou mesmo na complexa (em uma empresa, cidade ou país). O que há em comum é o desejo de influenciar a conduta alheia.

O poder possui diversas formas de exercício, porém as que mais se destacam para o nosso estudo são: O poder econômico, cultural e político. O poder econômico se baseia nos bens materiais como forma de influência, o ideológico na capacidade de formação de ideias das pessoas e o político na possibilidade de usar infinitos recursos burocráticos para influenciar a coletividade. Essas formas de poder, para Weber, influenciam na hierarquia social. Quanto mais poder você concentra, mais bem posicionado você está.


O poder legítimo e as formas de dominação

Até o momento falamos, exclusivamente, das relações de poder que todos estão submetidos. A grande questão para Weber é a da identificação da legitimação ou não do poder. Para ele, é legítimo o poder que a influência exercida é aceita por quem está sendo influenciado, como por exemplo, o poder exercido por um governante eleito democraticamente. E não é legítimo o poder que pressupõe o uso da força, como por exemplo, o poder exercido por um ditador. O exercício legítimo do poder é denominado por Weber como dominação, e ele a divide em três tipos ideais – a dominação tradicional, a racional-legal e a carismática.

A dominação tradicional é aquela que os indivíduos aceitam o poder exercido através dos costumes e hábitos, por suas crenças difundidas por gerações. É o tipo de dominação das relações feudais e do patriarcalismo, por exemplo.

A dominação carismática é exercida através da crença de que um determinado indivíduo possui qualidades excepcionais que lhe permite exercer tal liderança. É uma dominação personalista, baseada na capacidade do líder de convencer/demonstrar sua habilidade de liderança insubstituível. A dominação carismática poder tanto conservadora quanto transgressora, já que essa crença extrapola as tradições e costumes estabelecidos.

Já a dominação racional-legal é aceita por todos com base na racionalidade. As transformações provocadas pelos eventos da Idade Moderna, especialmente o Iluminismo, elegeram a razão como guia da humanidade. Assim, não se trata mais de costumes ou características sobrenaturais, mas do consenso de que devemos seguir regras discutidas e aceitas por todos. Os Estado-nações modernos se baseiam nessa concepção (da legalidade) para estruturar sua dominação, apoiados na burocracia (que tem um sentido pejorativo atualmente, mas é o instrumento que torna possível o funcionamento de uma sociedade tão grande de diversa quanto os países modernos). A obediência aqui se dá pela relação impessoal do Estado com os cidadãos e pelo estabelecimento de regras gerais convencionadas sem distinção entre os membros do grupo.