Trovadorismo: cantigas satíricas em Literatura

Trovadorismo

O Trovadorismo, movimento literário marcado pela presença de cantigas, pode ser considerado o primeiro grande momento da literatura da Europa medieval (entre os séculos XI e XIV). Na época em questão, os textos eram feitos em formatos musicais (cantigas), feitas para serem cantadas e tocadas por meio de instrumentos musicais (flauta, viola, alaúde, etc). Tais cantigas eram divididas em líricas (focadas nos sentimentos e emoções) e satíricas (com análises críticas a determinados assuntos). 

Contexto histórico:

Sendo parte da Idade Média, o movimento "Trovadorismo" apresentou suas obras no período feudal, momento em que a organização social se deu por meio de vilas, comandadas por senhores feudais. Assim, a igreja católica possuía grande poderio social e econômico sobre as ações cotidianas, tendo total domínio no Ocidente. Em um cenário de Teocentrismo, em que, também, boa parte da população não tinha conhecimento letrado, surgem as cantigas, criações poéticas com rimas, melodias e ritmo, de fácil acesso e entendimento, que buscaram retratar vertentes de amor, amigo, escárnio e maldizer, voltadas para um cenário religioso. 

Cantigas satíricas

As cantigas satíricas (que se dividem em cantigas de escárnio e maldizer) fazem parte de obras literárias que buscavam criticar comportamentos individuais e/ou coletivos, em forma musical. Assim, as cantigas de escárnio, por meio de duplo sentido e trocadilhos irônicos, criticavam algum comportamento social, muito voltado às contrariedades da igreja, sem possuir identificação da pessoa atacada. Já as cantigas de maldizer, como o próprio nome já direciona, criticava diretamente, com identificação da pessoa satirizada. A linguagem da cantiga de maldizer é, além de explícita, voltada em ofensas e palavrões a quem iria de modo contrário ao usual da sociedade.