Conceito de Texto
Tipos de texto
Hipertexto
Elementos 1: Ambiguidade e Polifonia
Elementos 2: Elementos Textuais, Conceitos, Marcadores de Pressuposição
Elementos 3: Produção de Textos, Elementos Textuais, Conceitos, Indicadores Modais, Intertextualidade
Noções de Coerência
Variação linguística é o modo pelo qual a língua se diferencia dentro do seu próprio sistema. Esta diferença pode ser histórica, geográfica ou sociocultural. Vemos que a língua não é única, que o sistema linguístico abriga diversos ângulos na realização linguística. Observamos a diferenças na fala que se relacionam à idade, à região do país, à cultura e até mesmo ao estilo. Se prestarmos bastante atenção, perceberemos que a variação acontece nos mais variados segmentos da língua, como o fonético, o sintático, o léxico, o semântico etc. Tudo isso também configura a evolução da língua, o seu desenvolvimento e sua adaptação através do tempo e das mudanças sociais.
A área de estudo que busca entender e descrever as diferentes manifestações linguísticas em um mesmo idioma chama-se sociolinguística. O pesquisador dessa área busca verificar entre os falantes de determinadas línguas diferenças nos modos de falar de acordo com quatro níveis:
Variação diacrônica
A língua varia no tempo e essa variação passa a ser notada ao comparar dois estados de uma língua. O processo de mudança é gradual, ou seja, não acontece de repente. Uma língua muda porque é falada segundo os costumes, a cultura, as tradições, a modernização tecnológica e o modo de viver da população, que estão sempre em constante processo de mudança devido ao tempo. Por isso, as mudanças da língua podem ser percebidas com o contato com pessoas de outras faixas etárias e com textos escritos ou falados de outras épocas.
O pronome tu, por exemplo, antigamente, era o único pronome de segunda pessoa do singular; entretanto, com o tempo, outras formas de tratamento surgiram, como Vossa Mercê e Vossa Majestade. A palavra “vossa mercê” se transformou sucessivamente em “vossemecê”, “vosmecê”, “vancê” e “você”. Além disso, ao longo do tempo, algumas palavras tiveram alteração na pronúncia, mas não na escrita, enquanto um mesmo som pode ser apresentado com diferentes representações.
Variação diastrática
A língua varia de acordo com fatores sociais. A variação social está relacionada a fatores como faixa etária grau de escolaridade e grupo profissional e é marcada pelas gírias, jargões e pelo linguajar singelo, já que são aspectos característicos de certos grupos.
- Fator etário: A idade dos participantes da comunicação é um dado relevante, já que, a partir dela, serão feitas escolhas linguísticas diferentes. Isso é visível na comparação entre um jovem e uma pessoa mais velha, em que cada um usará vocábulos mais comuns à sua geração.
- Fator da escolaridade: Este fator se liga a uma categoria essencial, que é a educação. Na escola, aprende-se a usar a língua em situações formais de acordo com a “norma padrão” ou “norma culta”. Esta norma está ligada ao conjunto de usos e costumes linguísticos que rege qualquer língua e é tão indispensável quanto as variações linguísticas: se na fala escolhe-se um vocabulário coloquial, menos preocupado com as regras gramaticais, na escrita deve-se optar pela linguagem padrão, pois um texto repleto de expressões informais pode não ser acessível para todos os tipos de leitores.
- Fator profissional: Cada grupo profissional possui um conjunto de nomes e expressões que se ligam à atividade desempenhada; ou seja, essa fator trata do jargão típico de cada área. O campo do Direito, por exemplo, utiliza palavras relacionadas a leis, a artigos e a determinados documentos, assim como a área da Medicina utiliza um vocabulário que apenas os médicos são capazes de entender.
Variação diatópica
A língua varia no espaço pois pode ser empregada diferentemente dependendo do local em que o indivíduo está. A variação diatópica diz respeito justamente às diferenças linguísticas que podem ser vistas em falantes de lugares geográficos diferentes. Por isso, é mais observada em locais diferentes mas com falantes da mesma língua. A macaxeira, por exemplo, muito consumida no Norte e no Nordeste, é chamada de aipim ou mandioca no Sudeste. Outro exemplo é a palavra “mexerica”, que, em algumas regiões, é conhecida como “bergamota” e, em outras, como “tangerina”. No entanto, essa variação não se trata apenas de uma variação no léxico: questões fonéticas e gramaticais também são amplamente consideradas. No que se refere à sintaxe, nota- se que é grande a recorrência de alguns termos sintáticos, como, por exemplo, “vou não” em vez de “não vou” e “é não” em vez de “não é”. São diversos os exemplos desse tipo de variação. Muitos deles são apropriados pelas diferentes regiões,
tratando-se apenas de variações bem-conhecidas. No entanto, há casos de desconhecimento e dificuldade de comunicação devido à divergência dos termos para um mesmo significado.