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Teoria demográfica malthusiana

Acompanhe a aula sobre teoria demográfica malthusiana.

Teoria demográfica neomalthusiana

Teoria demográfica reformista/marxista

Pirâmides etárias

Pirâmide etária de países emergentes

Teorias Demográficas

Durante a história sempre existiu uma preocupação sobre os aspectos da população. Na Grécia Antiga, Platão e Aristóteles já se preocupavam com o tamanho ideal da população para as cidades-estados de seu período. O Império Romano se questionava sobre o número de soldados necessários para garantir suas conquistas. Assim, o tamanho e o crescimento da população é há muito tempo objeto de estudos.

Porém, apenas recentemente que se observou a consolidação de alguns desses estudos em uma ciência, a demografia. Ela busca entender as razões e os efeitos do crescimento da população. Logo, algumas teorias que buscavam explicar e prever o comportamento populacional foram surgindo e ganhando força. Entre as teorias mais importantes cabe destacar:

  

Teoria Malthusiana

Formulada por Thomas Malthus, no final do século XVIII. Segundo ele, haveria um desequilíbrio entre o crescimento populacional e a disponibilidade de alimentos. Esse desequilíbrio levaria a um quadro de fome, pois Malthus acreditava que a população crescia em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, 64…), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6…).

O equívoco dessa teoria consiste no fato de que Malthus não previu que os avanços tecnológicos na agricultura e na indústria seriam capazes de aumentar a produção de alimentos, que se tornou muito além de necessária para sustentar a população.

  

Teoria Neomalthusiana

Só após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, que o tema população voltou a ser discutido com força. Isso porque a população mundial cresceu consideravelmente pós-Segunda Guerra Mundial, devido aos avanços médicos e sanitários. Tais avanços garantiram uma queda significativa na taxa de mortalidade, enquanto a natalidade se mantinha elevada. Assim, principalmente nos países desenvolvidos, mas também nos em desenvolvimento, observou-se uma grande explosão demográfica, que ficou conhecida como “Baby boom”.

A Teoria Neomalthusiana, surgiu a partir desse contexto, preocupada com os impactos do crescimento populacional no mundo pós 1945. Assim, observando a miséria dos países subdesenvolvidos e seu crescimento demográfico, a teoria fez uma errônea correlação, afirmando que os países eram pobres devido ao tamanho de sua população. Assim, passaram a defender métodos rígidos de controle de natalidade, rotulados como planejamento familiar, além de diversos outros métodos contraceptivos, como pílulas, ligadura das trompas, aborto e vasectomia.

É seguindo essa preocupação de Malthus, que Thanos, do universo cinematográfico da Marvel, tem toda sua motivação para juntar as Joias do Infinito. Na sua infância, Thanos viu sua terra natal quase entrar em colapso devido à falta de alimentos. Desde então, o Thanos passou a ser obstinado por evitar que isso acontecesse em outros planetas, expandindo sua lógica para a questão dos recursos naturais. Tal posicionamento até faria dele um Neomalthusiano. De qualquer forma, para Thanos a solução seria aniquilar metade da população do universo, restabelecendo um equilíbrio cósmico. Em sua teoria, Malthus, assumia mais um caráter elitista e discriminatório ao associar o problema do crescimento populacional e respectiva falta de alimentos aos mais pobres, enquanto Thanos mataria aleatoriamente as populações. Mesmo não sendo preconceituoso, Thanos também estava errado.

  A Teoria Malthusiana com o estalar de dedos do Titã Louco, Thanos.

Fonte: https://www.omelete.com.br/

 

Ambos não assistiram à aula de Transição Demográfica e seus desafios do Descomplica, no qual explicamos a quarta fase da transição, onde se observa uma baixa taxa natalidade e de mortalidade, o que leva a um crescimento populacional próximo a zero.

 

Teoria Reformista ou Marxista

Surgiu a partir da formulação de diversos pensadores que contestavam a Teoria Malthusiana por defender os interesses burgueses e a manutenção dos estratos sociais como forma de conter o crescimento populacional. Segundo essa teoria, a desigualdade não estava na relação entre o número de pessoas e a produção de alimentos, mas sim na má distribuição de renda.

Por se aproximar das teorias formuladas por Karl Marx, também ficou conhecida como Teoria Marxista. Porém é importante destacar que Marx nunca escreveu uma teoria demográfica, ele chegou a fazer uma crítica aos estudos de Malthus, somente. Essas argumentações caíram no esquecimento até serem resgatadas no pós-Segunda Guerra Mundial, como crítica a Teoria Neomalthusiana.

A Teoria Reformista, foi uma resposta aos neomalthusianos e defende que a solução para essa desigualdade seria a formulação de políticas públicas que visem a combater a pobreza e a aplicação de direitos trabalhistas que assegurem a renda do trabalhador. Com a redução da pobreza, melhores indicadores sociais e melhor nível educacional, o planejamento familiar ocorreria de forma espontânea. As taxas de natalidade caíriam de forma natural e foi o que aconteceu nos países desenvolvidos e, mais recentemente, em alguns países que transitam para a quarta fase da transição demográfica.

 

Teoria Ecomalthusiana

Essa é a teoria mais recente, segundo a qual o crescimento populacional exagerado exerce uma grande pressão sobre os recursos naturais, intensificando os impactos ambientais, como o aquecimento global e o desmatamento. Portanto, a solução seria o desenvolvimento sustentável. A maioria dos estudiosos entende que essa teoria é apenas uma vertente da Teoria Neomalthusiana. A crítica feita a essa teoria é o fato de que desconsidera o fator econômico como fundamental para compreender a pressão sobre os recursos naturais, uma vez que os países ricos são os que mais impactam o meio ambiente, apesar de apresentarem taxas de natalidade cada vez menores.

 

Pirâmides demográficas

São gráficos que expressam o número de habitantes de uma cidade, estado ou país, a partir da sua distribuição por gênero (homens e mulheres) e faixa etária (jovens, adultos e idosos). A pirâmide etária é dividida horizontalmente em três partes: a base corresponde à população jovem; o corpo corresponde à população adulta; e o ápice (topo) corresponde à população idosa.

  

Compreender a representação de uma determinada população permite observar a tendência de crescimento populacional e, com isso, é possível realizar um planejamento populacional futuro. Por exemplo, se a parte mais larga da pirâmide é a faixa de jovens, há necessidade de investimentos na educação fundamental; se a parte mais larga é a faixa de adultos, há necessidade de criação de mais oportunidades de emprego; se a faixa de idosos é a mais larga, há necessidade de atenção à questão previdenciária.

 

Destacam-se quatro tipos de pirâmides:


 

  • Pirâmide crescente: Apresenta uma base larga, devido à elevada natalidade da população, com o corpo e o ápice afunilados devido a elevada mortalidade. Geralmente, é associada aos países subdesenvolvidos.
  • Pirâmide estacionária: Apresenta a base larga, porém, observa-se que o corpo e o ápice têm se alargado, ou seja, é uma pirâmide de transição. Quando os países subdesenvolvidos passam apresentar crescimento econômico. Corresponde à pirâmide dos países emergentes.
  • Pirâmide decrescente: Apresenta o ápice alargado devido ao envelhecimento da população. O corpo e a base estão afunilados, indicando um avançado processo de redução da natalidade. Geralmente, é associada aos países desenvolvidos.
  • Pirâmide rejuvenescente: Nessa pirâmide, observa-se a tendência de crescimento da população jovem, devido ao aumento da fecundidade.