Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

O papel de cada personagem

No primeiro vídeo do módulo, o professor Diogo resolve uma questão da prova da FUVEST, que pede para que seja identificado o papel de cada personagem que aparecem no trecho disponibilizado.

Formações escolares de Bentinho

A narrativa de Bento Santiago

Entre luz e fusco

Éguas iberas

Dom Casmurro 

Sobre o autor: Machado de Assis 

Joaquim Maria Machado de Assis, nascido em 1839, na cidade do Rio de Janeiro, é considerado um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos. Embora tenha uma trajetória literária característica, e tenha escrito obras românticas, bem como outras manifestações que não se limitam apenas aos romances, ficou conhecido como o pioneiro do Realismo Brasileiro, a partir da escrita de "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em 1881. Sendo a ironia um dos seus principais mecanismos de escrita, buscou analisar a sociedade, evidenciando as hipocrisias cotidianas, por meio de contos, crônicas, romances, etc.

"Dom Casmurro"

A história é narrada pelo próprio personagem, Dom Casmurro, também conhecido como Bentinho durante sua infância, adolescência e uma parte de sua vida adulta. Dom Casmurro decide escrever relatos sobre a sua vida, no entanto, embora abordasse aspectos de sua infância, memórias de seu convívio familiar; as lembranças dos bons tempos, da temporada religiosa no seminário e a relação com alguns personagens secundários, o foco da história é narrar seu envolvimento amoroso com sua grande amada: Capitu.

É interessante observar o caráter persuasivo do narrador-personagem ao descrever Capitu, incitando o leitor sobre o poder sedutor e manipulador da personagem. Além disso, a leitura narra a relação dos dois, desde os tempos de infância, em que eram vizinhos, até, futuramente, a vida de casados. A história começa a entrar em seu grande ápice quando, o melhor amigo de Betinho, Escobar, morre afogado pelas águas do mar e, no funeral, começa a observar que Capitu o olhava de uma maneira diferente, olhos de uma mulher apaixonada e que lamentam uma perda irreparável, “como se quisesse tragar também o nadador da manhã.”

Após tamanha desconfiança, Bentinho passa a acreditar que Capitu o traía com o seu melhor amigo e fica envolve-se em um sentimento de ódio e raiva, incitando o leitor a acreditar sobre a possível traição. O protagonista fica tão possesso de suas crenças, que passa a perceber em seu filho, Ezequiel, traços de Escobar, acentuando ainda mais o seu desespero. A narrativa prolonga-se, evidenciando as suspeitas de Bentinho e, por sim, o divórcio em seu casamento com sua amada, enviando Capitu e seu filho para a Europa.

O fim da trama mostra a amargura de Bentinho, mas depois, contrasta com um sentimento de alívio e indiferença do personagem ao longo dos anos com os fatos ocorridos. Mais tarde, é apelidado de Dom Casmurro por seu caráter recluso, hostil e teimoso, que passa a adquirir com a idade e com as mágoas do passado.