Grandes centros - Sudeste
Grandes centros - Sul
Grandes centros - Nordeste
Grandes centros - Centro-Oeste
Grandes centros - Norte
Principais centros urbanos brasileiros
Centro x Periferia
A ideia de centro-periféria pode ser entendida de duas formas. A primeira é a literal e exata, onde o centro é literalmente o que está no meio, a mesma distância de todos os pontos. Nesse sentido, a periféria é tudo que não é centro, que está ao redor do centro. Na geografia, podemos entender a ideia de centro-periféria a partir da importância socioecômica, na qual determinadas regiões exercem centralidades, em termos de atrair população, concentrar serviços e oportunidades, estando essas áreas localizadas no centro físico de um espaço ou não.
Deste modo, as cidades centrais do Brasil são as que exercem grande influência, a nível regional ou nacional. Uma única cidade que contêm por exemplo, sedes de bancos, sede da bolsa de valores, sede de empresas que atuam a nível global, são cidades que possuem um destaque em sua importância, exercendo essa centralidade. E a ideia de periféria como algo que não é o centro também nos ajuda a pensar a questão. A partir dessas regiões concentradas, as centralidades atraem grande contigente populacional, em busca de acesso a serviços e oportunidades, de modo a existirem regiões periféricas as quais sua dinâmica se dá de modo relacional e dependente a esses centros. São as regiões não centrais, mas que se desenvolvem no entorno e ao redor desses centros, podendo possuir dinâmicas socioecnômicas próprias mas que em origem expande a partir dessas áreas de intenso investimento.
É comum também portanto que as cidades centrais sejam as que receberam os primeiros investimentos e ocupações, de modo que, ao longo do tempo, se estabeleceram enquanto cidades que já contavam com uma infraestrutura prévia, atraindo e facilitando outros investimentos. Não a toa, esses primeiros centros de investimento se tornam frequentemente as capitais. Ao redor dessas cidades, crescem cidades pequenas e médias, onde a terra é mais barata, e existe a possibilidade de circulação para esses centros.
Alguns Conceitos Importantes
É importante destacar que no processo de urbanização alguns conceitos são importantes para a compreensão dos desdobramentos desse fenômeno. Vamos lá:
Cidade
É um termo bem amplo. Alguns países adotam um critério demográfico, isto é, cidades são aquelas regiões que apresentam a partir de um determinado número de habitantes. Outros países adotam um critério funcional. No Brasil, cidade é a sede administrativa do munícipio, onde está localizada a prefeitura.
Metrópoles
São centros urbanos de grandes dimensões, cidades que dispõem dos melhores equipamentos urbanos do país (metrópole nacional) ou de uma região (metrópole regional). As metrópoles exercem grande influência nas cidades menores que estão ao seu redor. Exemplos de metrópoles nacionais: Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires; exemplos de metrópoles regionais: Recife, Belém, Vancouver.
Região metropolitana
Definição político administrativa brasileira. Corresponde ao conjunto de municípios limítrofes e integrados a uma metrópole, com serviços públicos e infraestrutura comuns. A constituição federal de 1988 permite aos governos estaduais o reconhecimento legal de regiões metropolitanas, com o intuito de atribuir planejamento, integração e execução de atividades públicas de interesse comum às cidades que integram essa região. Geralmente a área de influência de uma metrópole é medida também em função da migração pendular existente entre a metrópole e os municípios vizinhos.
Conurbação
É a junção física de duas ou mais cidades próximas em razão de seu crescimento horizontal. Isso ocorre principalmente em regiões mais desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia que expande continuamente a área física das cidades. Exemplos: Juazeiro e Petrolina, no Rio São Francisco; região do ABC, em São Paulo.
Megalópole
É quando ocorre a conurbação de duas ou mais metrópoles. Exemplos de megalópole é a junção de Boston e Washington originando a megalópole Bosh-Wash, e a junção de San Francisco e San Diego, originando a megalópole San-San, ambas nos Estados Unidos.
Megacidade
Conceito demográfico classificado pela ONU. Corresponde a toda e qualquer cidade com mais de 10 milhões de habitantes. No caso brasileiro a população é calculada a partir da região metropolitana e assim, metrópole e cidades satélites são calculadas juntos, e assim apenas Rio de Janeiro e São Paulo são megacidades brasileiras
Rede Urbana
Conjunto de trocas que existem entre as cidades, podendo ser trocas materiais (mercadorias, fluxo de pessoas etc.) e imateriais (fluxo de informações) entre as cidades de tamanhos distintos, desde metrópoles até cidades de pequeno porte.
Hierarquia urbana
É a ordem de importância das cidades. A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros urbanos de liderar e influenciar, outros por meio da oferta de bens e serviços à população.
Cidade global
O termo “cidade global” é recente no estudo das cidades. Ele é utilizado para fazer uma análise qualitativa das cidades, destacando a influência delas, em partes distintas do mundo, sobre os demais centros urbanos. Uma cidade global, portanto, caracteriza-se como uma metrópole, porém sua área de influência não é apenas uma região ou um país, mas parte considerável de nosso planeta. É por isso que as cidades globais também são denominadas “metrópoles mundiais”. As características utilizadas para considerar uma cidade como global são: sedes de empresas transnacionais; existência de uma Bolsa de Valores; tamanho do setor de comunicações; importância tecnológica; presença de portos e aeroportos modernos.
Gentrificação
É um processo que ocorre nas grandes cidades onde se expulsa as populações pobres para áreas cada vez mais periféricas. Isso traz consequências urbanas como congestionamentos, gastos com transportes e estradas, favelização e diminui ainda mais a qualidade de vida da população marginalizada.
Os principais centros urbanos brasileiros
Levando em consideração uma escala de análise nacional para estabelecer os principais destaques em termos de centros urbanos, e levando em consideração a Hierarquia Urbana, temos três grandes metrópoles nacionais, e 9 cidades que também exercem influência e relevância a nível nacional. Segundo o IBGE, as cidades de São Paulo (Grande Metrópole Nacional), Brasília (Metrópole Nacional) e Rio de Janeiro (Metrópole Nacional) com a hierarquia mais elevada entre as metrópoles. As cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA) e Manaus (AM) também possuem destaque. Importante destacar a cidade de Campinas, que não é capital mas é metrópole, o que torna o Estado de São Paulo a primeira Unidade da Federação com duas metrópoles.
Região Sudeste
São Paulo é a maior metrópole do país, e a maior cidade do hemisfério sul. Na região, o grande destaque ao setor de serviços, o setor terciário mais concentrado no meio urbano, com grandes universidades e hospitais, sede de bolsa de valores e oferta de empregos. Além disso, tem as maiores concentrações populacionais e urbanas do país, o que torna a região por exemplo, com um grande percentual de eleitores. A participação na economia e no PIB é grande. De modo geral, São Paulo representa a congregação do que um centro urbano faz, sendo a região que concentra centros de serviços, empresas e aglomerações populacionais. Para além das metrópoles, próximas as regiões paulistas, os polos industriais são fortes e merecem destaque.
O Rio de Janeiro é a segunda maior metrópole do país. Se destaca mais em turismo do que São Paulo por exemplo, em função de suas praias e serviços ambientais. A herança do tempo que foi capital, além do início do processo de industrialização nessa região, criaram um grande inchaço urbano. O centro urbano possui o que o Milton Santos chamou de rugosidades, ou acumulação desigual dos tempos, onde vemos o convívio de um centro histórico convivendo com novos períodos de investimento. O destaque para economia do petróleo, sobretudo em Campos dos Goytacazes, também gera um destaque para a cidade.
Belo Horizonte é a quinta cidade economicamente mais rentável do Brasil. É a capital do estado de Minas Gerais. Foi uma cidade planejada de modo que seu desenho urbano definiu a conformação urbana da região. É a terceira metrópole do país, sendo a capital financeira e cultural de Minas Gerais. Industrias automotivas, têxtil, de alimentos e metalurgia se destacam.
Outras cidades importantes no sudeste
Vitória - capital e produção de petróleo
Campinas - UNICAMP e produção de tecnologia
Ribeirão Preto - Agronegócio
Uberlândia - indústria e serviços
Campos - petróleo e cana de açúcar
Região Sul
Porto Alegre e Curitiba são as duas grandes metrópoles nacionais da região Sul. Existem muitos centros urbanos bem constituídos que estão associados a uma relação forte com o setor primário. É a região de menor extensão do Brasil, menor do que o estado de Minas Gerais. Falando sobre Porto Alegre, é uma grande cidade, com bastante receptividade turística. Possui empresas automobilistas e indústrias também mais simples como a de sapatos, detendo um parque industrial ao seu redor muito significativo. É também nossa área de contato com o MERCOSUL. Deste modo, a presença de uma grande cidade é bem representativa e importante para a região. Apesar disso, Porto Alegre tem apresentado algumas quedas de crescimento. Do aumento da violência, até a cesta básica mais cara do Brasil, são crescentes os problemas. Curitiba por outro lado vem em constante crescimento, alcançando o 4º maior PIB do Brasil. Empresas modernas de tecnologia, e empresas de grandes marcas estão presentes na região.
Outras cidades importantes no sul
Florianópolis - turismo e setor de serviços
Blumenau e Chapecó - crescimento industrial, proximidade com atividades agrícolas e turismo.
Londrina e Maringá - crescimento industrial, proximidade com atividades agrícolas e turismo.
Região Nordeste
Salvador, Recife e Fortaleza são as grandes metrópoles nacionais. O fortalecimento industrial pós anos 70 inchou diversos setores de serviço, emprego e turismo... os três, além desse potencial, possuem complexos portuários muito importantes, e setores industriais ligados a facilidade de escoar a produção. A proximidade com o litoral portanto condiciona não apenas o turismo, mas possibilita uma atração empresarial a partir do investimento portuário, facilitando o escoamento da produção. Dos portos relevantes podemos destacar o Camaçari (Salvador), Suape (Recife) e Pecém (Fortaleza), além do Aratu na Baía e Todos os Santos. O crescimento agrícola, associado a fruticultura e extrativismo também crescem na região, além da produção de energia. Outras cidades que merecem destaque são; São Luís, Natal, João Pessoa, Maceió, Teresina e Aracajú, Feira de Santana, Ilhéus, Petrolina, Campina Grande, Mossoró e Imperatriz.
Região Centro Oeste
A região do Centro Oeste foi marcada por uma ocupação tardia em termos de investimento externo e planejamento estatal. Parte do seu processo de ocupação se deu a partir das atividades relacionadas ao agronegócio, onde sobretudo elites do sul ganharam gigantescas glebas de terra em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul afim de expandir a fronteira agrícola mecanizada, criando cidades voltadas para essas atividades. Além disso, o Centro Oeste guarda a região administrativa responsável pela gestão do país, o que implica necessariamente numa centralidade.
As duas cidades que se destacam enquanto metrópoles nacionais são Brasília e Goiânia. Sobre a última, Goiás é um estado com crescimento paralelo a agroindústria, porém tem contado com a atração de automobilísticas, sobretudo associado a grandes marcas japonesas e coreanas, em função dessa influência de Goiânia.
Campo Grande e Cuiabá também se destacam por terem industrias que aumentam o valor agregado à matéria prima cultivada no seu entorno. Isso quer dizer que existem indústrias de transformação e processamento associadas ao extrativismo do agronegócio, que industrializam a matéria prima antes da exportação, o que é relevante para a economia nacional.
Região Norte
A ocupação da região norte tem seu passado longínquo, motivado pela economia seringueira. Essa economia foi tão relevante que temos um grande crescimento urbano precoce na região norte. A ocupação socioeconômica, do ponto de vista dos investimentos externos e projetos estatais, assim como de consolidação de cidades e atividades socioeconômicas atrativas de modo geral, se deu a partir dos eixos que levam ao interior, que são guiados pelos rios, de modo que o transporte fluvial se destaca na região.
Manaus nesse sentido é uma grande centralidade regional. A Zona Franca de Manaus foi também muito importante para consolidar a metropolização dessa área. A mineração, sobretudo na região do Pará, a exemplo de Paraupebas, é outra atividade economica que motiva a centralidade. Em Belém temos bastante destaque ao setor naval, químico e alimentício, assim como de turismo. Um fato relevante é que o Pará possui o porto brasileiro mais próximo dos EUA e da Europa. A ocupação mais recente está muito associada ao desmatamanto, sobretudo relacionado a atividades agropecuárias. As cidades criadas em função das atividades mineradoras são comuns, podendo destacar Porto Trombetas.
Além disso, Porto Velho cresceu na lógica de construção de ferrovias, à margem do Rio Madeira e hoje se destaca pela produção de energia alem do próprio crescimento urbano. Porto velho no Rio madeira tem duas hidrelétricas, a de Jirau e a Santo Antonio, o que é importante para desenvolvimento nacional.