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Influência do pensamento

Nesse módulo, a Lara fala tudo sobre Platão. Confira!

Alegoria da caverna

Teoria das ideias

A alma

Divisão social

Posicionamento político

Influência de Sócrates

Sócrates (c. 470-399 a.C) foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga e é considerado um dos fundadores da filosofia ocidental.Curiosamente, ele está entre os poucos pensadores da humanidade que não registraram as suas ideias por escrito. Por isso, tudo o que sabemos sobre o seu pensamento e a sua biografia vem dos relatos produzidos pelos seus discípulos, sobretudo Platão e Xenofonte. A presença de Sócrates como personagem principal dos diálogos platônicos, bem como a escassez de registros históricos fez com que, durante séculos, a sua real existência fosse amplamente questionada. Somente no século XIX, com o avanço das pesquisas, houve a possibilidade de comprovação da existência de Sócrates que, dentre outras coisas, teria participado da Guerra do Peloponeso. De todo modo, a influência de Sócrates é fundamental para a filosofia platônica.

Teoria das ideias

Uma das teorias mais fundamentais para a compreensão do pensamento de Platão (428- 347 a. C) é, sem dúvida, a sua famosa teoria das ideias. Ela afirma que existem dois mundos, a saber: o mundo sensível e o mundo inteligível. O mundo sensível é exatamente este mundo que nós habitamos, ou seja, o mundo terreno da matéria, onde estão presentes todos os objetos materiais. Todas as coisas do mundo sensível, então, estão sujeitas à geração e à corrupção, podendo deixar de ser o que são e se transformar em outra coisa, esse é o mundo da variação, da mudança, da transformação. No entanto, por que Platão nomeia este mundo que habitamos de mundo sensível? Exatamente porque nós o apreendemos através de nossos sentidos, ou seja, nós percebemos as coisas desse mundo por intermédio dos cinco sentidos (visão, tato, olfato, paladar, audição). Mas e o que é, então, o mundo inteligível para Platão?

O mundo inteligível ou mundo das ideias é um mundo superior, apenas acessível ao nosso Intelecto e não aos nossos sentidos, que nada mais é do que o mundo do conhecimento ou da sabedoria. É contemplando as ideias do mundo inteligível através de nossa alma que podemos conhecer as coisas. Assim, o mundo inteligível é composto de ideias perfeitas, eternas e imutáveis, que podemos acessar através da nossa razão. 

A alma e a divisão social

Em sua obra A República, Platão nos apresenta a cidade ideal (Calípolis). É precisamente nesse diálogo que ele desenvolve, de maneira completa e bem acabada, o seu projeto político. Para Platão, os homens formam a cidade para satisfazer as suas necessidades básicas. A cidade justa é, portanto, constituída por três classes: a classe dos artesãos e comerciantes (responsáveis pela produção dos bens materiais, bem como de tudo o que é necessário à manutenção da cidade); a classe dos guerreiros (responsáveis pela defesa da cidade, seja de ataques externos, seja de conflitos internos) e, por fim, a classe dos guardiões (ou magistrados, a depender da tradução), responsáveis pelo governo da cidade, bem como pela elaboração das leis.

Nesse sentido, a função é dada pela aptidão de cada cidadão ao exercer as suas tarefas na cidade. Desse modo, assim como a cidade é dividida em três classes, a alma do homem também tem três partes, são elas: a parte apetitiva ou concupiscente (alma de bronze, relativa à classe dos artesãos e comerciantes), a parte irascível ou impetuosa (alma de prata, relativa à classe dos guerreiros) e a parte racional (alma de ouro, relativa à classe dos guardiões). Disso decorre que a justiça na alma também corresponde a uma harmonia entre as partes, preservando-se a ideia de que a razão realiza uma função de comando, de coordenação e de educação das outras partes.

Assim, para Platão, a melhor forma de governo é a chamada sofocracia, isto é, o governo dos sábios. Dessa perspectiva, aquele que tem aptidão para governar deve receber uma educação adequada para tal. Essa educação só pode ser uma educação filosófica, porque só a filosofia capacita o governante a contemplar a ideia do Bem, que é a ideia máxima no plano das ideias.