O que é nominalismo?
Guilherme de Ockham
Navalha de Ockham
Nominalismo e Realismo
Nominalista e a realidade
O que é nominalismo?
Nominalismo é uma doutrina segundo a qual as ideias gerais, como gêneros ou espécies não passam de simples nomes, sem realidade fora do espírito ou da mente. Para os nominalistas, a única realidade são os indivíduos e os objetos individualmente considerados. Desse modo, o universal não existe por si; é mero nome, vocábulo com significado geral, mas sem conteúdo concreto, que só reside no individual e no particular.
Leibniz afirmava que, para os partidários do nominalismo, só existem, além das substâncias singulares, os nomes puros e, desse modo, a realidade das coisas abstratas e universais é eliminada. O nominalismo, contrário ao realismo e ao conceitualismo, rejeitou o pensamento alcançado por abstrações e abriu caminho para o espírito de observação e a vulgarização da pesquisa indutiva.
Navalha de Occam
Formulada pelo filósofo medieval Guilherme de Occam (por vezes garfado Ockham), a lex parsimoniae (lei da parcimônia), é um princípio solucionador de problemas, filosófico reducionista, que permite distinguir entre teorias equivalentes e pode ser utilizado como técnica para formulação de modelos teóricos. Em sua formulação mais simples, a Navalha de Occam dirá que, entre duas teorias com iguais resultados, que explicam ou preveem os mesmos fenômenos, devemos sempre escolher a teoria mais simples.
A navalha de Occam, também conhecida como princípio da economia, é frequentemente utilizada para evitar inflações ontológicas desnecessárias, quando uma entidade ou substância é postulada, sem que haja evidências de sua existência, simplesmente para possibilitar a aplicação ou consistência de uma teoria.
Não obstante a expressão, normalmente atribuída a Occam: “entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem” (entidades não devem ser multiplicadas sem necessidade) não possa ser encontrada em sua obra, outras afirmações semelhantes o são e servem para atribuir a ele a fundação do conceito, embora este apareça em autores anteriores, entre eles John Duns Scotus, Maimônides e mesmo em Aristóteles, em seus Analíticos Posteriores, quando este afirma que devemos assumir a superioridade da explicação que se utiliza de um número menor de postulados ou hipóteses, quando todos os outros elementos forem equivalentes (ceteris paribus - outras coisas sendo iguais).
Nominalismo x Realismo
Nominalismo e realismo são as duas posições mais ilustres da metafísica ocidental que tratam da estrutura fundamental da realidade. De acordo com os realistas todas as entidades podem ser agrupadas em duas categorias: particulares e universais. Os nominalistas argumentam que só existem particulares.
Como os realistas compreendem a realidade?
Os realistas postulam que existem dois tipos de entidades: particulares e universais. Particulares são elementos semelhantes entre si porque compartilham os universais; por exemplo, cada cão particular tem quatro patas, latido e tem uma cauda. Universais também podem assemelhar-se uns aos outros através da partilha de outros universais; por exemplo, sabedoria e generosidade se assemelham em que ambos são virtudes. Platão e Aristóteles estavam entre os mais famosos realistas.
A plausibilidade intuitiva de realismo é evidente. O realismo nos permite levar a sério a estrutura sujeito-predicado do discurso através da qual nós representamos o mundo. Quando dizemos que Sócrates é sábio é porque há tanto Sócrates (o particular) quanto sabedoria (o universal) e o particular exemplifica o universal.
Realismo também pode explicar o uso que muitas vezes fazemos da referência abstrata. Às vezes qualidades são temas de nosso discurso, como quando eu digo que a sabedoria é uma virtude ou que o vermelho é uma cor. O realista pode interpretar esses discursos como afirmando que há um universal (sabedoria, vermelho) que exemplifica outro universal (virtude, cor).
Como nominalistas compreendem a realidade?
Nominalistas oferecem uma definição radical da realidade: não há universais, apenas particularidades. A ideia básica é que o mundo é feito exclusivamente a partir de particulares e os universais são de nossa própria fabricação. Eles resultam de nosso sistema representacional (a maneira como pensamos sobre o mundo) ou a partir de nossa linguagem (o modo como falamos do mundo). Devido a isso, o nominalismo se aproxima da epistemologia (estudo do que distingue crença justificada de opinião).
Se houver apenas particulares, então não há “virtude”, “maçãs”, ou “sexos”. Há, em vez disso, convenções humanas que tendem a agrupar objetos ou ideias em categorias. A virtude só existe porque dizemos que ela existe; não por que há uma abstração universal da virtude. Maçãs só existem como um tipo particular de frutas porque nós, como seres humanos temos categorizado um grupo de frutas particulares de uma maneira particular.