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Movimentos sociais

assista à professora Lara Rocha explicar sobre os Movimentos Sociais: Negro, Feminista, LGBTQI

Novos movimentos sociais

Movimento negro

Movimento feminista

Movimento LGBTQI

 

De uma forma simples, o conceito de movimento social se refere à ação coletiva de um grupo organizado que possui o objetivo de alcançar interferir na dinâmica social, seja na conservação ou na mudança, através de reivindicações, que podem ser voltadas para causas políticas, trabalhistas ou identitárias. Enquanto os movimentos de conservação buscam a manutenção do status quo, os movimentos sociais que buscam mudança pressionam por ações de transformação. Alguns buscam até a completa transformação de um cenário hostil a um determinado grupo ou classe social, tornando-se porta-voz de um grupo de pessoas que, em muitos casos, encontram-se nesta situação por séculos.

Neste sentido, a existência dos movimentos sociais é de fundamental importância para a sociedade civil enquanto meio de manifestação e reivindicação, possibilitando que os cidadãos sejam ouvidos, ou que pelo menos tentem. Podemos citar como alguns exemplos de movimentos o da causa operária, o movimento negro (contra racismo e segregação racial), o movimento estudantil, o movimento de trabalhadores do campo, movimento feminista, movimentos ambientalistas, da luta contra a homofobia, separatistas, movimentos marxistas, socialista, comunista, entre outros. Alguns destes movimentos possuem atuação centralizada em algumas regiões (como no caso de movimentos separatistas na Europa). Outros, porém, com a expansão do processo de globalização (tanto do ponto de vista econômico como cultural) e disseminação de meios de comunicação e veiculação da informação, rompem fronteiras geográficas em razão da natureza de suas causas, ganhando adeptos por todo o mundo, a exemplo do Greenpeace, movimento ambientalista de forte atuação internacional.

Os movimentos sociais exigem muita organização e dedicação, o que demanda a mobilização de recursos e pessoas que se comprometam com a causa. Os movimentos sociais não se limitam a manifestações públicas esporádicas, são organizações que insistentemente atuam para atingir seus objetivos, o que significa haver uma luta constante e a longo prazo dependendo da natureza da causa. Dito de outra forma, os movimentos sociais possuem uma ação organizada de caráter permanente, sempre lutando por diferentes ideais, diferentes demandas.

 Características dos movimentos sociais

Segundo o sociólogo Alain Touraine, para que um movimento social se estabeleça (e consequentemente para que seja identificado), são necessárias três condições, tratadas como princípios. São estes:

Princípio de identidade: O ator social integrante do movimento precisa ter consciência de pertencimento a um grupo ou classe social para que atue no movimento. Entretanto, o movimento se forma antes da consciência. É o conflito que gera o movimento constituindo o ator que age pela tomada de consciência.

Princípio de oposição: Um movimento social está sempre em conflito e está sempre fazendo uma reinvindicação. Caso não possa definir a quem se opõe um movimento não pode existir. Mas a ação do movimento não pressupõe essa identificação. É o embate que faz surgir o adversário.

Princípio de totalidade: Todo movimento social é orientado à orientação geral do sistema. Os limites da ação de um movimento podem ser curtos, mas suas intenções ultrapassam a noção de mudança de fatos isolados. O que o movimento social busca é interferir nos padrões de práticas dos membros da sociedade disputando o curso da história de um dado grupo.

Além disso, os movimentos sociais podem ser classificados em dois tipos:

Conjuntural: Que manifesta uma causa específica. Tem curta duração. Temos como exemplo as jornadas de junho de 2013.

Estrutural: é um movimento de exigências de longa duração e, por isso, tem maior permanência. Movimentos como o feminista ou o negro são exemplos dessa categoria.

Novos movimentos sociais

A partir de 1960 foi possível observar a emergência de uma nova forma de organização. Muito se deve aos eventos do séc. XX, como as grandes guerras e a Guerra Fria. Muitas ações e coletivos surgiram com pautas mais diversas das observadas nos movimentos sociais tradicionais. Voltando-se para questões culturais e sociais, movimentos como os pelos direitos civis nos EUA e pelo fim do Apartheid na África do Sul representaram um avanço na luta pela ampliação da cidadania. O movimento feminista também se organizou mais proeminentemente, buscando equidade de gênero e liberdade sexual. A Parada do Orgulho Gay (hoje chamada de Parada do Orgulho LGBTQIA+), por exemplo, tem sua origem num movimento espontâneo que resultou em confronto com a política. Diversos outros temas podem ser incluídos, como movimentos ambientalistas, movimento indígena, movimento vegano etc.

Esses movimentos diferem dos movimentos tradicionais não só pelo motor de sua luta. Afastando-se da questão de classe ou apresentando uma inovadora crítica ao sistema econômico vigente, esses grupos são notáveis pelo uso que fazem das novas tecnologias de informação e comunicação. Numa atuação majoritariamente horizontalizada, esses grupos se articulam pelas redes e promovem ações para promover a mudança que intencionam.