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Origem do proletariado

Acompanhe a aula sobre a origem do proletariado.

Socialismo utópico

Materialismo histórico

Ditadura do proletariado

Marxismo hoje

Filosofia de caráter revolucionário

Diferente da grande maioria dos filósofos que o precederam, Marx não acreditava que o principal objetivo da filosofia era explicar a realidade, mas sim transformá-la. Por isso seu pensamento é chamado de filosofia da práxis (“práxis”, em grego, significa “ação”). Grande pai teórico do comunismo, Marx acreditava que o objetivo supremo da autêntica filosofia é fornecer os conhecimentos necessários para a realização da revolução social.

“Até agora os filósofos se preocuparam em interpretar o mundo de maneiras diferentes. O que importa, porém, é transformá-lo” (11ª Tese contra Feuerbach)

Materialismo histórico 

Tese central de toda a filosofia marxista e método de análise, o materialismo histórico consiste na afirmação de que todos os elementos da vida de uma sociedade se reduzem, em última análise, às suas condições materiais. Em outras palavras, para Marx, toda sociedade humana se explica, no fim das contas, por sua estrutura econômica, pelo modo como é organizado seu sistema produtivo. Assim, todos os fenômenos sociais de uma dada civilização, como a arte, a política, a religião, a cultura, a medicina, o direito, o vestuário, etc., seriam tão somente reflexos, diretos ou indiretos, do modo de produção vigente em tal sociedade. Sendo o trabalho a atividade mais fundamental do homem, já que ligada à sua própria sobrevivência, também a economia, que é a organização do trabalho em sociedade, seria a atividade mais básica do corpo social. Não à toa, Marx é tachado como um pensador economicista

“O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos meus estudos, pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência” (Prefácio para a Crítica da Economia Política)

Luta de classes

Convencido de que o elemento central para a explicação da sociedade é a economia, Marx se dispôs a passar um bom tempo estudando sistemas econômicos. Sua conclusão foi de que, ao longo da história, o trabalho e os frutos do trabalho nunca foram divididos de modo igualitário. Em outras palavras, desde a pré-história, todas as sociedades humanas sempre se estruturaram em termos de grupos econômicos diversos, de classes sociais distintas. Assim, aos membros das classes superiores sempre coube o bônus; às classes inferiores, o ônus; aos primeiros, o domínio; aos segundos, o serviço; a uns, o poder; a outros, a submissão.

“A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. Desde as épocas mais remotas da história, encontramos, em praticamente toda parte, uma complexa divisão da sociedade em classes diferentes, uma gradação múltipla das condições sociais. Na Roma Antiga, temos os patrícios, os guerreiros, os plebeus, os escravos; na Idade Média, os senhores, os vassalos, os mestres, os companheiros, os aprendizes, os servos; e, em quase todas essas classes, outras camadas subordinadas. A sociedade moderna burguesa, surgida das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Apenas estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das velhas. No entanto, a nossa época, a época da burguesia, possui uma característica: simplificou os antagonismos de classes. A sociedade global divide-se cada vez mais em dois campos hostis, em duas grandes classes que se defrontam – a burguesia e o proletariado” (Manifesto do Partido Comunista).

Como se sabe, para Marx, o elemento que propicia as transformações sociais, o motor da história é a luta de classes. No sistema econômico em que vivemos, no chamado capitalismo, tal luta se dá entre duas classes sociais opostas: a burguesia e o proletariado. De modo simples, podemos dizer que a grande diferença entre essas duas classes sociais é que, enquanto a burguesia possui os meios de produção (ou seja, todos os elementos não-humanos que são necessários para a produção, tais como o espaço físico, o fornecimento de energia elétrica, os materiais de trabalho, etc.), por sua vez, o proletariado possui unicamente sua força de trabalho, isto é, sua capacidade de exercer atividades produtivas, sejam mentais ou físicas. No capitalismo, o que há é uma relação de troca entre essas duas classes. Os trabalhadores, os proletários, precisando sobreviver, vendem aos burgueses uma parte da sua força de trabalho, em troca de uma quantia em dinheiro, denominada salário. Por seu turno, ao pagar salários, os empresários, os burgueses põem suas empresas em funcionamento, de onde obtém rendimentos para si.

Mais-valia

Do ponto de vista de Marx, o modelo de trabalho assalariado é injusto e promove uma exploração, pois, segundo ele, na prática, quem realiza todo o trabalho são os proletários, quem produziu a riqueza foram os trabalhadores, mas eles nunca ficam com todo o lucro. Dentre a quantia de riqueza que uma empresa lucra, o burguês sempre tira uma quota de dinheiro para si. Esse valor a mais que o burguês toma do lucro é chamado por Marx de mais-valia. Do ponto de vista marxista, a mais-valia é sempre um roubo, pois o burguês está tomando algo que pertence aos trabalhadores. Vemos assim que as classes sociais no capitalismo são interdependentes, uma não vive sem a outra, mas ambas ocupam posições diferentes. Uma é exploradora, outra a explorada, uma é opressora e a outra oprimida.

Trabalho alienado

“O que constitui a alienação do trabalho? Primeiramente, ser o trabalho externo ao trabalhador, não fazer parte de sua natureza, e, por conseguinte, ele não se realizar em seu trabalho mas negar a si mesmo, ter um sentimento de sofrimento em vez de bem-estar, não desenvolver livremente suas energias mentais e físicas mas ficar fisicamente exausto e mentalmente deprimido. O trabalhador, portanto, só se sente à vontade em seu tempo de folga, enquanto no trabalho se sente contrafeito. Seu trabalho não é voluntário, porém imposto, é trabalho forçado. Ele não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades. Seu caráter alienado é claramente atestado pelo fato, de logo que não haja compulsão física ou outra qualquer, ser evitado como uma praga. O trabalho exteriorizado, trabalho em que o homem se aliena a si mesmo, é um trabalho de sacrifício próprio, de mortificação. Por fim, o caráter exteriorizado do trabalho para o trabalhador é demonstrado por não ser o trabalho dele mesmo, mas trabalho para outrem, por no trabalho ele não se pertencer a si mesmo, mas sim a outra pessoa.” (MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos)

Nas sociedades atuais observa-se que a produção econômica se transformou no objetivo imposto às pessoas, isto é, não são as pessoas o objetivo da produção, mas a produção em si. Desde a Revolução Industrial até os dias de hoje é possível observar a consolidação de uma forma de organização do trabalho que segue a lógica de uma linha de montagem. Essa organização (aperfeiçoada pelo taylorismo) fragmentou o trabalho e produziu, como consequência, a fragmentação do saber, pois o trabalhador perder a noção do conjunto do processo produtivo.

Além da rotina alienante, esse modelo consiste, em grande parte, numa produção direcionada a uma elite econômica, sendo vedado ao trabalhador desfrutar financeiramente dos benefícios de sua própria atividade. Esse trabalho é composto pelo desprazer, embrutecimento e exploração do trabalhador.

Reificação

Atingido pela alienação, o ser humano perde contato com seu eu genuíno, com sua individualidade. Transformado em mercadoria, o trabalhador sente-se como uma “coisa” que precisa alcançar sucesso no “mercado de personalidades” (financeiro, profissional, social, intelectual, sexual, político, esportivo etc.). Dominado por essa orientação mercantil alienante, o indivíduo não mais se identifica com o que é, sabe ou faz. Para ele, não conta sua realização íntima e pessoal, apenas o sucesso em vender socialmente suas qualidades. As relações sociais também ficam seriamente comprometidas. Cada pessoa vê a outra segundo critérios e valores definidos pelo “mercado de personalidades”. O outro passa a valer também como um objeto, uma mercadoria.

Fetiche

Fetiche é a atribuição de poderes sobrenaturais, divinos etc. a objetos animados ou inanimados. Obviamente, esses objetos não são dotados desses poderes. No sistema capitalista, Marx observa que, pela alienação do trabalho e mercantilização da vida, a mercadoria ganha poderes atribuídos pelos homens. Dessa forma, ganhando independência do seu próprio produtor, as mercadorias ganham vida e as relações passam a se dar através delas. Sem ser determinado pelo trabalhado necessário para a produção, o valor de uma mercadoria varia em termos incontroláveis e subjetivos. Dessa forma, Marx denuncia que, na modernidade, o homem trata as mercadorias como objetos de adoração.

Socialismo

O único meio de solução das contradições do capitalismo seria, de acordo com Marx, através de uma revolução proletária que, destruindo o sistema econômico vigente, extinguisse com a propriedade privada dos meios de produção e fizesse das empresas uma propriedade comum, de onde todos seriam operários, mas de onde todos também seriam donos