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Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 1

Neste vídeo, o professor Diogo Mendes lê e analisa alguns trechos do prólogo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, apresentando as principais características dessa narrativa.

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 2

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 3

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 4

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 5

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Parte 6

MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (Romance)

A história já se inicia com um ponto interessante, pois Brás Cubas, o narrador e principal personagem da obra explica que irá narrar alguns acontecimentos ao longo de sua vida, mas com um diferencial: como um defunto autor. Dessa forma, o posicionamento crítico e de julgamento do narrador é produzido da forma que lhe convém, sem amenizações ou receio do que os outros podem pensar, já que o protagonista se encontra morto.

Com bastante digressões temporais, Brás Cubas narra a sua vida – após retornar de seus estudos na Europa – abordando as futilidades de um jovem pertencente à classe nobre e suas relações com outros personagens. É necessário atentar-se para o modo que os outros envolvidos na trama estão apresentados, ajudando a construir o caráter de Brás Cubas. Na infância, o protagonista descreve sua personalidade agressiva e de empoderamento sobre o escravo Prudêncio, além de descrever brevemente a amizade que teve com Quincas Borba. Na adolescência, destaca-se o envolvimento amoroso com Marcela, uma prostituta de luxo, e a descrição de um relacionamento movido a interesses, como o próprio trecho da obra diz: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis.”

Já na vida adulta, Brás Cubas narra seu romance adúltero com Virgília, esposa do político Lobo Neve e desmascara a hipocrisia das relações, mantidas para manter as aparências e os valores morais da sociedade. Além disso, temos a presença da personagem Nhã Loló, com quem Brás Cubas se casaria, mas essa acaba falecendo precocemente; o desprezo por Eugênia, o reencontro com Prudêncio (que se tornara senhor de escravos) e o tratamento com Dona Plácida, escrava que ajudava o protagonista a ocultar seus romances adúlteros.

Brás Cubas relata sua inserção na vida política, era um deputado, mas exercia a profissão de forma amena, sem alguma dedicação ao cargo, acomodado aos benefícios propiciados pela classe social em que estava inserido. Outro ponto significativo, é que o personagem se envolveu com projetos sociais de caridade, ações beneficentes, mesmo que, internamente, não apresentasse nenhum tipo de compaixão ou solidariedade pelos atos proferidos. É importante destacar que a narrativa é marcada pela quebra que expectativa que o narrador incita no leitor, o tom irreverente e irônico sobre as relações humanas e a mediocridade de sua vida, marcada pela arrogância e melancolia da existência vazia do próprio personagem.