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A estética na Filosofia

Aula sobre a estética na filosofia.

As categorias de compreensão

O juízo de gosto e a subjetividade

A estética constitui-se como um dos principais campos de investigação e interpretação ao longo da história do pensamento filosófico.  Ela tem suas raízes na Antiguidade grega, principalmente através do pensamento de Platão e de Aristóteles, mas ganhou novas e desafiadoras abordagens na modernidade, sobretudo na filosofia de Immanuel Kant e Hegel.  Inicialmente, explicaremos o que é a estética enquanto área específica da filosofia, para podermos, em seguida, fazer um panorama do pensamento estético na antiguidade (Platão e Aristóteles) e do pensamento estético elaborado pela filosofia moderna (Kant e Hegel).

A estética é a área da filosofia que investiga, fundamentalmente, sobre a arte e o conceito do belo.  A palavra “estética” vem do grego aisthesis, que significa – dentre outras coisas – “faculdade de sentir” ou “compreensão pelos sentidos”. Assim, as questões mais centrais da estética são: O que é a arte? É possível defini-la ou ela escapa a toda e qualquer definição última? Qual é o papel da arte nas sociedades humanas? Quais os seus limites? Já em relação ao conceito do belo, a estética tenta responder: A beleza pode ser definida? Ela se encontra no objeto observado ou no sujeito que a contempla? Como interpretar os padrões de beleza que surgem em dados contextos culturais? 

Immanuel Kant (1724 – 1804) a estética assume novos contornos na medida em que está situada num contexto cultural bastante diferente daquele observado na antiguidade grega.  Para Kant, o belo é aquilo que agrada universalmente, por mais que tal não possa ser justificado de maneira racional.  Com a “revolução copernicana” operada por Kant na filosofia, toda a atenção filosófica é deslocada do objeto para o sujeito.  Assim, uma obra de arte bela será aquela que gera prazer no sujeito que a contempla, e não uma propriedade que está presente no objeto observado. Trata-se, portanto, de um sentimento subjetivo de prazer naquele que observa uma obra de arte.  

 No entanto, há a possibilidade de universalização do juízo estético, isto é, daquilo que sentimos como agradável ou desagradável do ponto de vista artístico.  Essa possibilidade existe na medida em que, por mais que sejamos indivíduos diferentes, com gostos e experiências diferentes, possuímos uma mesma faculdade de julgar.  Portanto, se levarmos em consideração – juntamente com Kant – que as condições subjetivas da faculdade de julgar são as mesmas em todos os seres humanos, conseguimos compreender o motivo pelo qual ele considera que é possível universalizar o juízo estético.  Em última análise, acabaremos por reconhecer que aquela arte observada é “bela” ou “sublime” ou “feia”, pois há uma natureza humana única dentro da qual fazemos os nossos juízos estéticos.