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O que são as instituições sociais?

Esclarecimentos sobre o que, exatamente, são as instituições sociais, para que elas servem e quais são as mais importantes.

Aspectos importantes das instituições sociais

A função social da família

A família e o indivíduo

As mudanças da instituição familiar

A função social da educação

A educação e o indivíduo

O que é uma instituição social?

Se há uma coisa que qualquer estudante de sociologia rapidamente aprende e passa a perceber é que todo ser humano é profundamente moldado pela sociedade em que vive. Naturalmente, isto não significa que não somos livres ou que não fazemos nossas próprias escolhas. Significa apenas que nossa liberdade não é absoluta e ilimitada, mas sim situada e contextual. Em suma, nós não somos determinados pela sociedade, mas somos radicalmente influenciados por ela. Em sociologia, dá-se o nome técnico de socialização a esse processo de integração do indivíduo na vida social, no qual o sujeito é profundamente moldado pelos padrões de funcionamento da sua sociedade.

Naturalmente, o processo de socialização não se dá rapidamente e de imediato, mas gradualmente e por etapas. Os principais agentes responsáveis pela socialização são as chamadas instituições sociais, isto é, aquelas estruturas e organizações básicas que sustentam e organizam o funcionamento da vida coletiva. Essas estruturas são coercitivas, exercem pressão sobre os indivíduos e punem os desviantes. Isso ocorre através da autoridade moral desses organismos que são guardiões das regras e valores que regem a sociedade. Por serem históricas, ou seja, existirem antes dos indivíduos e continuarem existindo depois deles, essas instituições superam os indivíduos na sua formação e impacto social.

Características das instituições sociais

Enquanto Durkheim define as instituições sociais como entidades garantidoras de coesão social, Talcott Parsons afirma que as instituições sociais são interações entre indivíduos com papeis duráveis. Já Mauss e Fauconnet instituições sociais são um conjunto de ideias ou atos coletivos vivenciados pelos indivíduos. Por essas definições, podemos perceber que, quando falamos de instituições sociais, não se trata da materialidade da instituição, mas da relação constituída.

Sobre as instituições sociais, podemos afirmar que as do tipo espontâneas são aquelas que surgem a partir das relações estabelecidas entre os agentes sociais, por exemplo, a família. Essa instituição não tem sua origem racionalizada, mas surge espontaneamente pelo simples fato de ter relações parentais. Já as instituições criadas são aquelas racionalizadas, artificialmente criadas pelos indivíduos com a intenção de organizar o convício social, como a religião ou a educação. Instituições reguladoras, por sua vez, é aquele tipo de instituição que dispõe sobre a ordenação de diversos aspectos da sociedade e as relações entre os indivíduos, como instituições educacionais e religiosas. Já as instituições operacionais é o tipo de instituição que de caráter mais realizador, que executa ações em diversos âmbitos sociais, como por exemplo, a economia.

As instituições sociais são interdependentes, ou seja, elas interagem na sociedade de modo a necessitar da existência uma da outra, funcionando como um apoio para a própria estrutura social. As instituições sociais são legítimas, elas gozam se aceitação social e transformar seu funcionamento demanda tempo e esforço dos indivíduos que normalmente o fazem através de movimentos sociais. As instituições gozam, inclusive, de apoio legal, sendo comumente reconhecidas e protegidas por leis.

Podemos afirmar como instituições sociais Família, Religião, Educação, Lazer, Economia, Segurança, Lei, Trabalho, Estado, etc. Tradicionalmente, os sociólogos consideram como mais importantes as instituições que abordaremos estas nesse resumo. Tais instituições sociais são consideradas as mais relevantes por serem universais, isto é, estão presentes em toda e qualquer cultura, não há registro de sociedade humana sem a sua presença.

Família

A família é a instituição social mais básica e inicial, responsável pela chamada socialização primária, isto é, pela primeira integração do indivíduo em sociedade, através do ensino da língua, da transmissão de valores, do ensinamento das normas básicas de convívio social, etc. Sua importância é essencial, uma vez que ela é quem torna o sujeito apto a viver socialmente. Não à toa, famílias desestruturadas tendem a formar pessoas desajustadas na sociedade.

Há, nas diversas culturas, os mais diferentes modelos de família: patriarcais, nas quais a liderança compete ao homem, e matriarcais, nas quais a chefia cabe à mulher; monogâmicas, nas quais os dois cônjuges são casados apenas entre si, poligâmicas, nas quais um homem é casado com várias mulheres, e poliandrias, nas quais uma mulher é casada com vários homens; etc. Na sociedade ocidental contemporânea, o papel desta instituição é cumprido pela família nuclear, ou seja, pai, mãe e filhos. Nas sociedades tradicionais, por sua vez, a função da instituição familiar era exercida por toda a chamada família extensa, que inclui avós, tios, primos, etc. Daí a importância dos clãs, das tribos, etc.

Educação

A educação não é a única, mas é a principal instituição responsável pela chamada socialização secundária, isto é, por todos aqueles processos de integração social que se dão para além do nível familiar. De fato, seu papel é precisamente transmitir às gerações mais novas os conhecimentos disponíveis em sociedade, herdados das gerações passadas através da tradição e que a família não tem condições de transmitir por si só. Neste ponto, é importante, para entendermos bem esta instituição social, não confundirmos educação com escola. De fato, é claro que há sociedades humanas sem escolas, ou seja, sem estabelecimentos de ensino voltados para a transmissão de um conhecimento intelectual e acadêmico, cujo aprendizado é verificado através da aplicação de provas. 

Há, efetivamente, sociedades sem esse tipo de educação formal. O que não é sociedade sem educação: sem transmissão de valores, tradições e cultura adquirida. Um velho cacique que ensina os pequenos indiozinhos a caçar os está educando, ainda que sua prática de ensino não seja escolar.