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Bacia hidrográfica: definição

O professor Ricardo Marcílio dá a definição de bacia hidrográfica. Confira!

Conceitos de hidrografia

Relação entre relevo e hidrografia

Hidrografia do Brasil

Rios voadores e seus problemas ambientais

A água é uma substância imprescindível para a sobrevivência dos seres vivos. Sabemos que o Brasil possui abundância de rios, e é importante destacar que a água é entendida como um recurso natural. Isso quer dizer que existem uma multiplicidade de intenções de uso para ela. São os usos múltiplos da água:

 

 

Nos últimos 20 anos, a oferta de água limpa disponível por habitante diminuiu cerca de 40% no mundo. A questão primordial é a qualidade de água que está em jogo no ciclo. O uso da água na agricultura por exemplo, deverá aumentar nos próximos anos, e é possível que em 20 anos ocorra uma crise relacionada a disponibilidade de água. Atualmente, estima-se que 50% da população brasileira não tenha acesso a água tratada. O Brasil possui 12% da água doce disponível no mundo, sendo 9,6% na região amazônica e 2,4% no restante do país que atende 95% da população.

Os usos múltiplos dos recursos hídricos impõem conflitos. Podemos perceber olhando para a lista acima que cada um desses usos tem um nível diferenciado de exigência em relação a qualidade e a quantidade de água. Por exemplo, a água utilizada para transportes não precisa estar limpa, mas precisa estar em quantidade suficiente para que a navegação ocorra sem atolamento. Já o abastecimento humano ou a pesca por exemplo exigem um nível melhor em relação a qualidade da água. Além disso, um uso que ocorre a montante do rio, ou seja, mais perto da nascente, pode acarretar consequências a jusante, ou seja, mais perto da foz.

 

Apesar da água se renovar através do chamado ciclo hidrológico, vem se tornando escassa, pois ocorre um desequilíbrio entre a demanda de uso da água e a oferta de disponibilidade do recurso. Esse desiquilíbrio ocorre pela diversidade de demandas de uso e também pela poluição hídrica, e é denominado estresse hídrico.

A contaminação hídrica que envolve diversos processos produtivos aumenta a pressão sobre o recurso. O próprio uso para saneamento por exemplo, requer um tratamento adequado para devolução dessa água ao ambiente natural, o que nem sempre acontece adequadamente. A poluição hídrica por agrotóxicos que ocorre de maneira dispersa, o que dificulta o mapeamento e tratamento do problema. Outro exemplo bem atual é os EUA que estão investindo no xisto para diminuir sua dependência do petróleo. A abertura de um poço de xisto exige em média entre 11 e 30 milhões de litros de água, além da contaminação da água pela mistura com produtos químicos. Assim, existe a água invisível, que é demandada na produção cotidiana, a água que a gente não vê.

 

Assim, a qualidade da água e a contaminação contam mais para o desbalanço hídrico que estamos sofrendo do que a ausência dela propriamente dita. Compreendendo a água como um recurso, devemos entender que as questões ambientais são também questões sociais, uma vez que o acesso a renda é decisivo para o acesso à qualidade do ar e da água, sendo a crise hídrica uma realidade mais que atual para muitas populações no Brasil.

Conceitos importantes no estudo da hidrografia:

Água virtual: quantificação do volume de água gasto na produção de um bem ou serviço até chegar ao consumidor. É a água utilizada no processo de produção. 
Pegada hídrica: volume de água usado direta e indiretamente por um produto, pessoa ou empresa e seu impacto no meio ambiente. É o histórico, a marca deixada pelo consumo de um país, região ou empresa.
Bacia hidrográfica: as bacias hidrográficas são áreas da superfície terrestre delimitadas por divisores de água que escoam materiais como sedimentos e água para um mesmo ponto de saída.

 

 

O Brasil e a gestão da água

No Brasil, o setor agrícola consome 72% da água captada no país apenas para irrigação, 11% é para uso animal e 7% para uso industrial. O consumo humano de água (urbano e rural) totaliza o valor de 10%. Conhecer esses valores é importante para qualquer planejamento. A gestão deve garantir o uso múltiplo dos recursos hídricos.

Rios voadores

A floresta amazônica é a maior floresta tropical que restou no mundo. É uma floresta bem densa, com árvores enormes e é de formação bem antiga. Essas enormes árvores estão conectadas com o aquífero álter do chão. A evaporação dos rios e transpiração da água das árvores cria muita umidade e nebulosidade na atmosfera amazônica. Essa umidade se conecta com a do oceano atlântico levando massas de ar muito úmidas por toda a América do Sul, causando chuvas em regiões distantes. Até 2013 o Brasil já perdeu 763 mil km² da área original da floresta, o que equivale a três estados de São Paulo. A cada dia, a floresta da bacia amazônica consegue evapotranspirar 20 bilhões de toneladas de água, o que equivale a 20 trilhões de litros. É mais do que o rio amazonas despeja diariamente no oceano atlântico, 17 bilhões de toneladas de água por dia. Essa evapotranspiração alimenta as nuvens e, com a ajuda das correntes de ventos levam umidade Brasil a fora. O desmatamento, portanto, altera os padrões de pressão e pode causar o declínio dos ventos de umidade que vem do oceano para o continente. Desta forma, desmatar a Amazônia é gerar a seca.