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Quem foi Herbert Spencer?

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Spencer e o positivismo

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Darwinismo social

Crítica ao evolucionismo

Herbert Spencer e o evolucionismo

A noção de evolucionismo de Charles Darwin a diversos campos do conhecimento humano, como a biologia, a psicologia, a política, a ética e a sociologia. Nesse sentido, Spencer é considerado o mais importante pensador do chamado darwinismo social e fundador da biologia social. Segundo o seu ponto de vista, na luta por espaço e recursos, apenas os homens mais fortes prevalecem, assim como ocorre entre os animais dentro da natureza. Dessa maneira, segundo Spencer, é natural que alguns grupos predominem sobre outros e que, portanto, tenham hegemonia, pois esse fenômeno está de acordo com a aplicação.

Aliás, é interessante notar que, antes mesmo de Charles Darwin, Spencer já falava sobre a questão do evolucionismo. Nesse sentido, darwinismo social significa a crença na existência de sociedades mais civilizadas – que, por isso, estariam num estágio evolutivo superior – e sociedades menos civilizadas – que, por isso, estariam num estágio evolutivo inferior.  Existiria, então, segundo esse ponto de vista, um processo evolutivo a partir do qual as sociedades poderiam ser julgadas como superiores ou inferiores.  Esse tipo de teoria evolucionista deu margem para processos de colonização, em que o povo colonizado era visto como inferior e, portanto, passível de ser dominado pelos mais fortes. 

Seguindo essa linha de raciocínio, os europeus, então, seriam superiores, justamente por, supostamente, consistirem numa sociedade mais avançada, mais civilizada, em relação aos outros povos.  O darwinismo social de Spencer, portanto, é uma teoria claramente etnocêntrica, ou seja, que defende a superioridade de certos grupos sociais sobre outros.  Hoje em dia, essa teoria não é mais aceita nas Ciências Sociais, na medida em que passou a ser adotada uma perspectiva mais relativista, o chamado relativismo cultural, isto é, a tese de que não há – como pensava Spencer – nenhum padrão cultural a partir do qual possamos julgar as sociedades como mais ou menos evoluídas. De acordo com o relativismo cultural, cada cultura deve ser avaliada a partir de si própria, e não como representando um certo estágio na escala evolutiva.

Um exemplo marcante de darwinismo social, ao longo da história, foram as ideologias nazista (na Alemanha) e facista (na Itália).  No caso do nazismo, a crença na superioridade da raça ariana acabou provocando o extermínio de milhões de pessoas, que eram consideradas inferiores, especialmente os judeus. De forma análoga, o fascismo na Itália percebia a miscigenação como contaminação e, nesse sentido, era algo a ser evitado em prol de uma suposta purificação da raça. Com esses dois exemplos, podemos perceber como o darwinismo social foi utilizado como argumento para processos de dominação, por supostamente oferecer uma base científica para justificar ações desumanas praticadas contra outros povos. 

No caso do Brasil, podemos associar o darwinismo social aos numerosos casos de racismo enfrentados pela população negra, frequentemente marginalizada e sem ter seus direitos reconhecidos.  Também podemos relacionar o darwinismo social aos processos contemporâneos de imperialismo e neocolonialismo, em que a expansão e domínio político e econômico são alcançados apenas na medida em que outros países são explorados.  Nesse caso, o conquistador é entendido como o mais civilizado e, portanto, aquele que teria a capacidade de tornar civilizados os povos dominados.  Podemos concluir, portanto, que esse ponto de vista está repleto de equívocos e preconceitos e que, precisamente por este motivo, a teoria de Spencer não é mais considerada uma teoria aceitável do ponto de vista sociológico.