URSS: Historia
URSS na Guerra fria
A era Gorbatchev
O Colapso da URSS
Fim da URSS
Em 1979 a aproximação entre Estados Unidos e União Soviética, ocorrida na década anterior, foi interrompida quando a união Soviética invadiu o Afeganistão. Chegava ao fim o período da Détente (distensão). No entanto, em 1985 os ventos de mudanças voltaram a soprar em território soviético. Nesse ano assumiu o poder em Moscou Mikhail Gorbatchev. Preocupada com a ineficiência da economia soviética e com a ausência de democracia nos órgãos de poder, ele propôs uma série de reformas ao país. Entre elas esteve a Perestroika (reestruturação), destinada a descentralizar a economia e torná-la mais eficiente e a Glasnost (transparência), uma política de abertura e diálogo no trato das questões políticas e sociais, contra a corrupção e a ineficiência na administração e com propostas de maior liberdade nas diversas esferas da vida soviética.
Em oposição aos stalinistas, Gorbatchev defendia o abandono do rígido planejamento econômico central, a abolição do sistema de preços ditados pelo governo, a autogestão das empresas estatais e certa liberdade de mercado. Queria também que o poder fosse devolvido aos sovietes e que o Partido Comunista fosse separado do Estado.
Essas mudanças abalavam a estrutura do Estado burocrático e feriam interesses há muito sedimentados. As forças conservadoras não tardaram a se articular. Eram formadas por altos funcionários do Partido e do Estado que temiam perder seus cargos e privilégios. Oposta a essa tendência, se desenvolveu também uma corrente ultra reformista, formada por militantes do partido, queriam que Gorbatchev acelerasse e aprofundasse as reformas em andamento. Seu principal representante era Boris Ietsin.
Em agosto de 1991, as forças conservadoras tentaram reassumir o poder promovendo um golpe de Estado liderado pelos ministros do Interior e da Defesa e pelo chefe da KGB (polícia secreta soviética). Gorbatchev foi afastado do governo e submetido a prisão domiciliar. A reação da população foi imediata. Em Moscou, o povo saiu às ruas em defesa de Gorbatchev. Após três dias de impasse, os golpistas foram presos e Gorbatchev reconduzido ao seu posto.
Logo depois desse período de tensões, em setembro de 1991, as repúblicas bálticas – Letônia, Lituânia e Estônia – proclamaram sua independência. A partir de então, o processo de esfacelamento da União Soviética se tornou irreversível. No natal de 1991, Gorbatchev antecipou a data marcada para a extinção oficial da União Soviética renunciando o cargo de presidente e comandante-chefe das forças armadas. Era o fim do Império Vermelho. Dessa ruptura foi formada a CEI - Comunidade dos Estados Independentes.
Queda do Muro de Berlim
A derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial resultou na divisão do país, que se tornou o marco de dois blocos político-econômicos antagônicos na Guerra Fria. A capital, Berlim, também foi dividida e na década de 1960 se tornou um dos símbolos do mundo bipolar com a construção do Muro de Berlim.
O muro de Berlim pode ser considerado o grande símbolo da Guerra Fria. A decisão de erguer o muro partiu dos então líderes da URSS e Alemanha Oriental, Nikita Kruschev e Walter Ulbricht., para isolar Berlim Oriental e evitar o contato entre as duas regiões, evitando, inclusive, migrações para a parte ocidental de Berlim. Construído na forma de um cerco que envolvia toda a parte ocidental da capital alemã em 1961, a única forma de acesso à parte ocidental da cidade ficou sendo a aérea.
A partir da segunda metade da década de 1980, como vimos, o modelo soviético dava sinais de crise. As reformas sugeridas pelo então líder, Mikhail Gorbachev, conhecidas como Perestroika e Glasnost, não tiveram êxito em seu objetivo, que era tornar mais flexível a economia soviética sem, contudo, abandonar o comunismo e o modelo de controle estatal da economia e das relações sociais.
Em 1989, diversos protestos foram realizados exigindo a reunificação do país. Em 9 de novembro de 1989, cidadãos das duas partes de Berlim derrubaram várias partes do muro que dividia a cidade em um gesto que clamava por liberdade e que encerrava, simbolicamente, a Guerra Fria. A reunificação da Alemanha foi formalizada em 3 de outubro de 1990 e o processo de abertura total das fronteiras concluído em 1º de julho de 1991.