Aliteração e Assonância
Paronomásia e Onomatopeia
As figuras de linguagens sonoras combinam elementos sonoros porque estão relacionadas aos aspectos fonéticos e fonológicos da linguagem. Seus objetivos são o de explorar musicalidades possíveis com as combinações das palavras e produzir efeitos sinestésicos. Na língua portuguesa, são elas: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.
Aliteração
É a repetição de fonemas idênticos ou semelhantes para sugerir acusticamente algum elemento, ato, fenômeno. Aparece como efeito estilístico em prosas poéticas ou poesias.
Exemplo:
“(…) Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato (…)”.
(Chico Buarque)
Assonância
Segue o mesmo princípio que a aliteração, mas nesse caso as repetições sonoras são de fonemas vocálicos idênticos ou semelhantes.
Exemplo:
“(…) A linha feminina é carimá
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá.(…)”
(Gregório de Matos)
Paronomásia
É a combinação e/ou o uso de palavras que apresentam semelhança fônica ou mórfica, mas possuem sentidos diferentes.
Exemplo:
“(…) Berro pelo aterro
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
Gritando mamãe (…)”.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia
É uma figura de linguagem que busca reproduzir de forma aproximada palavras que representem um som natural.
Exemplo:
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia.
(Vinicius de Moraes)