Definição do Meio Urbano
Urbanização e seus Impactos
Conurbação
Macrocefalia Urbana e Cidades Médias
Políticas Públicas e Desigualdade
Segregação no Meio Urbano
Urbanização e Gestão de Risco
O processo de urbanização brasileira apresenta como característica essencial sua concentração no litoral, atributo historicamente associado às atividades agroexportadoras do país. O grande crescimento das cidades ocorreu a partir da segunda metade do século XX. Até 1930, o Brasil era um país agroexportador. No campo, se encontravam as maiores oportunidades de emprego e, por isso, a maior parte da população residia na área rural. Esse perfil agroexportador começou a mudar com Getúlio Vargas, na década de 1930. Com o processo de industrialização iniciado por Vargas, pela primeira vez na história do Brasil, o maior número de empregos se encontrava nas cidades, e não no campo. O meio urbano passou a ser o centro econômico do país e, portanto, o destino da população. É nesse contexto que se pode falar da urbanização brasileira. São características do governo de Getúlio Vargas que favoreceram ou influenciaram a urbanização brasileira:
- Criação das indústrias de base: surge uma grande oferta de empregos no meio urbano.
- Consolidação das Leis do Trabalho no meio urbano: torna-se mais interessante ser um empregado na cidade do que no campo.
- Concentração industrial no eixo Rio-São Paulo: explica a concentração populacional no Sudeste e a enorme desigualdade regional existente no país.
A década de 1960 marcou o surgimento de um Brasil urbano (51% ou mais da população morava nas cidades). A grande concentração fundiária no campo brasileiro (herança do Brasil colônia), somada ao processo de Revolução Verde, logo repercutiu em um intenso êxodo rural para os grandes centros. Os trabalhadores do campo começaram a migrar para as cidades em busca de emprego e melhores condições de vida. Isso fez com que o processo de urbanização brasileira acontecesse de forma muito acelerada, o que dificultou o planejamento urbano das grandes cidades, repercutindo, hoje, em diversos problemas relacionados ao inchaço urbano (também denominado macrocefalia urbana). Entre esses problemas, encontram-se a favelização, o trânsito, a violência, o crescimento do mercado informal e a saturação de serviços básicos, como de saúde e educação. Entre outros fenômenos observados na urbanização brasileira, destacam-se, também:
- Segregação socioespacial: ou segregação urbana, é a fragmentação do espaço a partir da renda. Corresponde a um reflexo das desigualdades sociais (divisão de classes) na paisagem urbana.
- Autossegregação: processo atual, associado a grandes empreendimentos imobiliários (condomínios), em que certos grupos sociais com elevado poder de compra se isolam ou se concentram em determinadas áreas. Difere-se da segregação socioespacial, pois é algo planejado, construído com esse intuito.
- Gentrificação: fenômeno que afeta uma região ou bairro, transformando sua dinâmica social a partir de grandes investimentos. Depois dessas melhorias, o custo do solo valoriza, o que acaba por expulsar a população mais pobre que residia naquele local.
- Verticalização: devido à hipervalorização do solo urbano uma forma de diluir esse custo é construção de edifícios. Nesse sentido, o processo de verticalização é o crescimento da cidade no eixo vertical. Tal condição agrava a ilha de calor e é um processo muito comum nas metrópoles.
Atualmente, sobre a dinâmica urbana brasileira, devem-se destacar: - O crescimento dascidades médias, em função da desconcentração industrial e da expansão do agronegócio no país.
- O crescimento do setor terciário nas grandes cidades, como consequência da fuga das grandes indústrias (setor secundário) para outras regiões ou países.