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O historiador Eric Hobsbawm (muito famoso nas provas de vestibular), foi um dos autores responsávéis por analisar minuciosamente as relações sociais, políticas, econômicas e culturais do século XX. Decidiu atribuir a este o significado de “Era dos extremos”, um século marcado por uma série de conflitos, mudanças e transformações que impactaram a sociedade global.
Hobsbawm afirma que o século XX começou em Sarajevo e terminou lá, por conta da deflagração da I Guerra Mundial e a guerra étnica que assolou a região da antiga Iugoslávia. A transição do século XX para o XXI deixou no ar uma série de incertezas e impasses. Porém, devemos destacar que, para além desse extremismo de Hobsbawm, os séculos XX e XXI foram marcados por uma série de ações que promoveram a construção de um novo mundo.
O Mundo após o término da Guerra Fria
A desintegração da URSS, a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria fizeram com que a geopolítica mundial entrasse em um novo: a multipolaridade. É importante destacar que o capitalismo e o neoliberalismo consagraram-se vencedores devido ao fracasso do socialismo soviético, mas a pergunta que devemos nos fazer é: que capitalismo é esse que saiu vitorioso da Guerra Fria?
Essa é uma pergunta que deve ser analisada diante do contexto das relações socioeconômicas no decorrer do século XX. Não podemos apontar os EUA como a principal economia mundial. A partir da década de 1990 os blocos econômicos começaram a se fortalecer e aparecer como importantes eixos políticos e econômicos mundiais: a União Europeia, o Mercosul, os novos Tigres asiáticos e a Aliança do Pacífico (APEC). A multipolaridade substituiu a bipolaridade, e, por conta disso, o processo de globalização se intensificou ainda mais na década de 1990.
Conflitos políticos e culturais
Além da multipolaridade no sentido político e econômico, o século XX, especialmente seu final, foi marcado por uma série de conflitos culturais. Esses conflitos são um retrato das divergências sociais e políticas que se acentuaram com o final da bipolaridade.
Uma intensa disputa pelo poder e pelo fortalecimento econômico esbarrou em fronteiras culturais e religiosas que notadamente podem ser verificadas nos conflitos que se iniciaram a partir do final da segunda metade do século XX: os conflitos ocorridos na Palestina entre muçulmanos e judeus, os conflitos no Golfo Pérsico, a Guerra da Bósnia e posteriormente Kosovo, tutsis e hutus disputando o poder em Ruanda e no Congo, a ocupação da Indonésia no Timor Leste, o aumento da xenofobia europeia, o racismo em regiões com desigualdade social alta e o narcotráfico são exemplos claros de instabilidade que afetaram as relações globais no final do século XX.
Organizações multilaterais e suas missões
Em meio a esses conflitos, uma série de organizações multilaterais a favor da estabilidade, da paz e da cooperação entre países começaram a atuar em relação aos problemas enfrentados em escala global. Devemos chamar a atenção para a finalidade dessas organizações:
· Adotar regras de comportamento político, social, econômico entre os países-membros para manter uma diplomacia
· Planejar e promover ações para solucionar crises de âmbito nacional ou internacional, originadas de conflitos diversos, desequilíbrios ambientais ou catástrofes;
· Realizar pesquisa conjunta com diversas outras instituições em áreas específicas (saúde, educação, comércio, etc);
· Atuar como mediadora em casos de cooperação econômica, cultural e assistência médica.
As principais organizações multilaterais que atuam nas relações sociais, políticas e econômicas mundiais são:
· ONU (Organização das Nações Unidas)
· UNESCO (Organização das Nações Unidas para educação, ciência e cultura)
· OMC (Organização Mundial do Comércio)
· OEA (Organização dos Estados Americanos)
· FMI (Fundo Monetário Internacional)
· OIT (Organização Internacional do Trabalho)
O Estado de Israel e os conflitos no Oriente Médio
O que é conhecido como Oriente Médio atualmente é um termo criado pelas potências europeis conjuntamente com os Estados Unidos durante o século XX. Essa área geográfica inclui países como Turquia, Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Iêmen e a região da Palestina, onde também se encontra o Estado de Israel. Apesar das diferentes etnias que ocupam esta região, existem elementos que lhes dão uma identidade comum, como a língua árabe e a religião islâmica, professada pela maior parte das sociedades que a compoêm.
Para entender os conflitos na Palestina, é necessário entender como se deu a fragmentação do Império Islâmico, também chamado de Império Turco-Otomano, ocorrida no pós-Primeira Guerra Mundial, com o fim da chamada Era dos Impérios. Com o desmembramento do Império, nem todos países tiveram sua independência reconhecida, como foi o caso do Iraque e da nossa protagonista, Palestina, que ficaram sob a tutela da Inglaterra. Essa dependência potencializará conflitos entre os povos do Oriente Médio a partir de um importante episódio: a criação do Estado de Israel.
Conflitos entre palestinos e israelenses
Durante muitos anos e depois de inúmeras diásporas, os judeus buscavam sua terra santa. No fim do século XIX, surgiu o movimento sionista, que tinha como objetivo criar um Estado judeu no local que é considerado o berço do judaísmo. No entanto, essa região estava ocupada por árabes-palestinos.
Com o holocausto ocorrido na Segunda Guerra Mundial, cresceram as migrações de povos judaicos para a região da Palestina, aumentando as pressões pela criação do Estado de Israel, que acabou sendo fundado pela ONU em 1948. A Organização das Nações Unidas decidiu dividir o território da Palestina em dois Estados Independentes, o Estado da Palestina e o Estado de Israel, decisão que não foi bem recebida pelos palestinos.
De acordo com a divisão feita pela ONU, os árabes ficariam com a região da Cisjordânia e da Faixa de Gaza; Jerusalém, como região sagrada para as principais religiões monoteístas, seria um território neutro. Porém, isso gerou um grande descontentamento entre os árabes, que, apesar de representarem 2/3 da população, ficaram com apenas pouco mais de 40% do território. Não demorou para que eclodissem intensos conflitos entre palestinos e israelenses.
Diante das crescentes insatisfações, os países árabes criaram a Liga Árabe para lutar contra Israel. Anos depois, em 1964, surgiu a Organização pela Liberdade da Palestina (OLP), que, através do FATAH, liderado por Yasser Arafat, defendia a luta armada com o objetivo de destruir o Estado de Israel. O primeiro conflito não tardou. Logo após a criação do Estado de Israel, ocorreu a Primeira Guerra Árabe-Israelense: a Liga Árabe, insatisfeita com a Partilha da Palestina, declarou guerra a Israel. A vitória israelense impulsionou um processo expansionista de Israel que ocupou a Galiléia e o deserto de Neguev. A partir da década de 1950, já havia quase um milhão de palestinos vivendo em campos de refugiados.
Outros importantes conflitos ocorreram entre palestinos e israelenses, como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur. Insatisfeito com as ofensivas árabes, Israel manteve sua política expansionista e anexou a Península do Sinai, a Cisjordânia e as Colinas de Golã, na Guerra dos Seis Dias. Como resposta, os árabes atacaram Israel durante um importante feriado judeu, o dia do Yom Kippur (dia do perdão). Com a ajuda dos Estados Unidos, os israelenses derrotaram os árabes, que não se deram por vencidos. Os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizaram uma grande represália aos Estados Unidos, prejudicando toda a economia mundial: aumentaram os preços do barril de petróleo em 300%, iniciando a primeira crise do petróleo em 1973.