Questão 1: Sócrates
Questão 2: Pensamento socrático
Questão 3: Platão x Parmênides
Questão 4: Platão
Questão 5: Aristóteles
Questão 6: Ética
Sócrates
O filósofo ateniense Sócrates (469 – 399 a.C) foi um pensador do período clássico da filosofia grega antiga e é considerado o pai da filosofia. Podemos afirmar que Sócrates é um marco importante na filosofia pela postura que o pensador admitia na busca do conhecimento. Partindo da frase “Conhece-te a ti mesmo” uma das máximas délficas inscritas no templo de Apolo, Sócrates revolucionou o pensamento, que até então era voltado ao mundo ao redor do homem, para seu interior, inaugurando a filosofia antropológica. Essa máxima guiou o filósofo na sua relação com o conhecimento, que nunca se afirmava como sábio, mas amante do saber.
Sócrates se considerava um ignorante. Afirmava que acreditar saber aquilo que não sabe era a ignorância mais reprovável. Por ser um amante da sabedoria, tinha uma postura humilde frente ao conhecimento e acreditava que reconhecer sua própria ignorância era o primeiro passo na busca da verdade. O oráculo de Delfos chegou a afirmar que Sócrates era o homem mais sábio que existia. Mas esse, ao saber disso, e, em autoexame, afirmou: “Se sei de uma coisa, é de que nada sei”. A partir dessa afirmação podemos perceber o quanto Sócrates valorizava o autoconhecimento. Para ele, uma vida não refletida não vale a pena ser vivida. Por isso, o pensador criou um método de (auto)investigação que baseou sua ação em Atenas e acabou por despertar a ira da elite local.
Platão
Discípulo mais importante de Sócrates, responsável por quase tudo que sabemos sobre seu mestre, Platão é tido por muitos como o maior filósofo de todos os tempos. De fato, produziu ele uma obra imensa, da qual nos restaram cerca de 28 livros, abrangendo e todos os temas possíveis para a investigação filosófica. Não obstante toda essa variedade, porém, a obra platônica possui uma unidade, um eixo central: a chamada Teoria das Ideias.
Elaborada basicamente como um esforço de síntese entre o mobilismo de Heráclito e o imobilismo de Parmênides, a Teoria das Ideias de Platão era dualista: segundo ela, a realidade se encontra dividida em dois níveis: o mundo sensível e o mundo inteligível. No que diz respeito ao mundo sensível, Heráclito estaria correto, ao assinalar o devir e o conflito; no que diz respeito ao mundo inteligível, Parmênides seria o correto, ao ressaltar a permanência e a identidade.
De acordo com Platão, o mundo sensível, realidade mais imediata e aparente, é o conjunto de tudo aquilo que percebemos com os cinco sentidos, através de nosso corpo; por sua vez, o mundo inteligível, realidade mais profunda, invisível aos sentidos, só é captável pela razão, pela inteligência, através da alma. Para esta divisão platônica, no mundo sensível se encontram as coisas, realidades concretas, palpáveis, determinadas; já no mundo inteligível se encontram as Ideias, essências abstratas das coisas. Enquanto as Ideias são eternas e imutáveis, as coisas são mutáveis e passageiras; enquanto as Ideias são unas e espirituais, as coisas são múltiplas e corpóreas; enquanto as Ideias inteligíveis são modelos perfeitos e acabados, as coisas sensíveis são cópias imperfeitas e corruptíveis. Em suma, neste mundo sensível em que vivemos se encontra apenas o reflexo imperfeito do mundo inteligível (ou mundo das Ideias) que só pode ser acessado pela alma. Lembre-se sempre, é claro, que entre as próprias Ideias há uma hierarquia ontológica, e a Ideia suprema é a ideia do Bem.
Aristóteles
Um dos maiores pensadores de todos os tempos, Aristóteles foi, durante a juventude, o mais brilhante discípulo de Platão, pensador com o qual estudou durante o período de vinte anos. Sua filosofia, entretanto, pode ser considerada essencialmente um anti-platonismo. De fato, não obstante manter até sua morte uma profunda admiração pelo mestre, Aristóteles considerava que as bases do pensamento platônico, em especial a Teoria das Ideias, estavam profundamente equivocadas. Daí, aliás, a célebre frase que lhe é atribuída: “Sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade”.
Segundo Aristóteles, toda coisa é uma substância, ou seja, é uma realidade que subsiste em si mesma. Isto, inclusive, é o que diferencia as coisas de suas características. Enquanto a característica subsiste apenas na coisa, a coisa subsiste por si mesma. Por exemplo, Pedro subsiste em si mesmo, mas a sua cor de pele só subsiste através dele e não em si mesma. Toda a filosofia de Aristóteles parte da análise que ele faz dos elementos que constituem as substâncias.
Além de sua crítica à Teoria das Ideias, Aristóteles também se destacou por suas contribuições à ética, tendo sido o criador daquela perspectiva conhecida como eudaimonismo (de “eudaimonia”, “felicidade” em grego) ou teleologismo (de “télos”, “finalidade” em grego).
Para Aristóteles, a ética é a ciência responsável por determinar o que é uma boa conduta humana. No entanto, o que é o bem? O bem é a finalidade algo, o seu objetivo natural, o seu “télos”. Assim, bom é tudo aquilo que cumpre a sua finalidade, a sua função. Um bom lápis é aquele que escreve bem, pois esta é a finalidade dos lápis. Por outro lado, uma festa muito bonita, mas que não diverte ninguém, é uma festa ruim, pois divertir é a finalidade das festas. E, Segundo Aristóteles, o homem foi feito para ser feliz. Felicidade aqui, porém, não se confunde com prazer ou alegria passageira. Felicidade consiste em uma vida com sentido. Consiste na satisfação plena da vontade humana, na realização de nossa própria natureza, de nosso próprio ser – ainda que passando por problemas e adversidades. Como, porém, determinar o que é uma vida feliz?
Para o filósofo, o que indica a finalidade de algo é a sua própria essência, a sua própria natureza. Assim, sabemos que o “télos” do olho é ver, pois a própria natureza dos globos oculares nos indica. A razão, a capacidade de pensar, é a nossa natureza, é o que nos distingue. Portanto, uma boa vida humana, uma vida feliz, é uma vida racional, uma vida regulada pela razão. Na prática, segundo Aristóteles, uma vida racional é essencialmente uma vida equilibrada. Um homem racional não se dá aos extremos, mas, pelo contrário, sempre age na justa medida, na mediania. Isso é bem claro quando se faz uma análise das virtudes. A coragem, por exemplo, que é a capacidade de enfrentar o perigo, está entre o vício que peca por falta dela (covardia) e aquele que peca por excesso dela (temeridade). A sinceridade, virtude daquele que estima e dissemina a verdade, está entre o vício que é sua falta (a falsidade) e aquele que é de excesso (a indiscrição).