Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

Contextualizando as unificações

Neste primeiro vídeo do módulo teremos a princípio um pequeno resumo para relembrar toda a teoria sobre o tema que já observamos até aqui e logo em seguida resolveremos algumas questões. http://www.desconversa.com.br/historia/wp-content/uploads/2014/09/Materialdeapoioextensivo-exerciciosdeunificacoesitaliaalemanhaeua.pdf

Uma só Alemanha a partir de agora

Os EUA no século XIX

A guerra civil nos EUA

Unificação da Itália.

Após os fracassos dos ciclos de 20, 30 e 48, os grupos que lideravam os processos de unificação chegaram a enfraquecer, mas, após 1848, três correntes ainda planejavam essa revolução na península, sendo elas os chamados neoguelfos, que defendiam a unificação pelo papado, os republicanos, influenciados por Mazzini e, enfim, os monarquistas, de Conde de Cavour.

Apesar das três tendências, os movimentos voltaram a tomar força apenas no final da década de 1850, formando uma atuação muito mais sólida pela unificação em duas frentes, ao norte, com os monarquistas de Piemonte e Sardenha e ao sul, em uma ação de caráter popular e republicano, que saía do Reino das duas Sicílias e era liderado por Giuseppe Garibaldi e seus “camisas vermelhas”.

Na frente nortista, em 1852, o ministro Conde de Cavour passou a modernizar o reino de Piemonte e Sardenha, construindo ferrovias, fortalecendo a indústria local, reformando o exército e o comércio. Essa modernização, enfim, foi fundamental para que, em 1858, em mais uma investida contra a Áustria (dessa vez com apoio de Napoleão III), a vitória fosse conquistada na batalha que ficou conhecida como a Segunda Guerra de Independência Italiana, que garantiu a Vítor Emannuel II a anexação da Lombardia.

Enquanto ao norte a unificação era liderada pela monarquia, ao sul, ao contrário, um movimento popular liderado por Giuseppe Garibaldi, em 1860, garantiu a conquista do Reino das Duas Sicílias. No entanto, apesar das vitórias de Garibaldi e de suas desavenças com o movimento monarquista, o líder sulista decidiu  abrir mão das conquistas para o Conde de Cavour e os monarquistas do norte, evitando assim uma guerra civil entre os dois grupos e, enfim, concluindo a unificação em 1861, criando o Reino da Itália, com uma monarquia parlamentarista.

O caso dos territórios da Igreja católica e de Veneza, no entanto, ainda estavam pendentes ao fim deste processo, visto que Napoleão III ainda mantinha seu exército protegendo o Papa em Roma e a Áustria não desistia da Veneza. Desta forma, a conclusão dos dois casos teve impacto de um processo paralelo, o da unificação alemã, visto que a Prússia, em guerra contra a França e a Áustria, recebeu apoio da Itália. Como resultado da vitória prussiana sobre a Áustria, os italianos puderam anexar finalmente Veneza. Já na questão romana, ao retirar os soldados franceses de Roma para combater a Prússia na Alsácia-Lorena, os italianos puderam enfim ocupar o território em 1870.

Apesar do processo ter finalmente levado à unificação da Itália ainda no século XIX, algumas questões ainda ficaram pendentes no século XX, principalmente a permanência de grupos italianos ainda em território austríaco, nas regiões de Trento, Ístria e Trieste, que afetaram inclusive as relações entre Áustria e Itália durante a Grande Guerra e, por fim, a questão do Vaticano. A Igreja Católica não reconhecia o novo Estado como legítimo, com o Papa resistindo à dominação e se declarando um preso político. A situação foi resolvida apenas no século XX, com Benito Mussolini e a assinatura do Tratado de Latrão.

 

A Confederação Germânica e o Zollverein.

O desenrolar das guerras napoleônicas na Europa, no início do século XIX, afetou bastante a região que ocupa hoje a Alemanha por conta da mobilização de tropas, das intervenções francesas e das grandes batalhas ocorridas. Uma das consequências dessas guerras foi o próprio declínio do antigo Sacro Império Romano-Germânico, em 1806, e a criação por Napoleão da Confederação do Reno, formada por diversos estados germânicos, mas submisso aos mandos do Imperador francês.

Visto isso, apesar do domínio francês na região e da curta vida da Confederação do Reno, que acabou em 1813, a expansão napoleônica foi essencial não só para a disseminação dos ideais burgueses, mas também, neste caso, para a formação de um sentimento nacionalista entre os povos germânicos da região.

Assim, com a derrota de Napoleão e a formação do Congresso de Viena, o princípio de restauração das antigas fronteiras ajudou a redefinir o mapa da Europa central, reconstruindo os limites entre os reinos e restabelecendo antigas monarquias, no entanto, o equilíbrio prometido não se manteve, visto que o Império Austríaco se tornou a grande potência da região. Assim, com a criação da Confederação Germânica, dando lugar a Confederação do Reno, em 1815, consolidou-se uma associação política e econômica entre diversos Estados germânicos, mas com um poder hegemônico austríaco.   

Ainda que a Áustria mantivesse uma hegemonia sobre o bloco durante alguns anos, outro Estado, ao longo do século XIX, iniciou um processo de modernização que ameaçava cada vez mais a soberania austríaca.  O reino da Prússia, liderado pelo rei Frederico Guilherme III, logo, também desempenhou um papel preponderante na região, pois, em alguns anos conseguiu se tornar o reino mais desenvolvido economicamente e demonstrou um projeto de modernização que desafiava a economia predominantemente agrária da Áustria dentro do bloco. Assim, para fazer valer seus interesses econômicos na região, a Prússia estabeleceu, em 1830, uma união aduaneira entre os Estados germânicos, conhecida como Zollverein. Esse acordo econômico possibilitou o livre comércio entre os reinos da Confederação Germânica, excluindo a Áustria, com quem a Prússia rivalizava.

Em 1840, o rei prussiano Frederico Guilherme III morreu, deixando o trono para seu herdeiro, Frederico Guilherme IV, que apesar de manter o caminho da modernização prussiana, com a construção de ferrovias e acordos econômicos, não ficou satisfeito com o desenrolar das revoluções de 1848 na Prússia e em outros Estados germânicos. As chamadas revoluções alemães, de 1848 e 1849 mobilizaram parte da população de origem germânica, realizando uma série de manifestações e reivindicações que chegaram a consolidar a criação do Parlamento de Frankfurt, exigindo a construção de uma Constituição e a unificação da Alemanha. No entanto, a tentativa revolucionária, não obteve o êxito esperado e Frederico Guilherme IV não reconheceu o título de Kaiser oferecido pelo parlamento e nem as reivindicações do grupo.

 

A unificação alemã. 

Os eventos de 1848 e 1849 despertaram um receio na aristocracia germânica do período, afinal, os desejos pela unificação crescia, o espectro das revoluções rondava a Europa e quase uma unificação de origem popular e burguesa havia se consolidado na Alemanha. Assim, um novo projeto de unificação da região foi liderado pela Prússia, pois este seria um caminho para consolidar seu crescimento econômico e para conservar o poder da aristocracia (os chamados Junkers).

Assim, com a morte de Frederico Guilherme IV, seu irmão assumiu o trono prussiano como Guilherme I e iniciou novas reformas no reino, que viriam a desencadear na própria unificação. Para alcançar o objetivo e tornar a Prússia em uma potência capaz de liderar essa unificação, o novo rei criou um poderoso ministério, com Albrecht Von Roon como Ministro da Guerra, Helmuth von Moltke, como Chefe do Estado-Maior e o diplomata Otto Von Bismarck, como o Primeiro Ministro prussiano. Esses nomes, além de conduzirem um grande desenvolvimento econômico, buscaram modernizar o exército prussiano, tornando-o um dos mais fortes da Europa.

Desta forma, para a unificação alemã ser conquistada, sob liderança prussiana, Otto Von Bismarck realizou uma série de articulações diplomáticas, marcada pela falta de ética e de moral e pelo uso da violência e de mentiras para conquistar seus interesses (Realpolitik). Primeiro, tratou de superar a hegemonia austríaca e afastar o velho Império da Confederação germânica, evitando que a Áustria impedisse os interesses prussianos. Em seguida, Bismarck realizou acordos diplomáticos com a Itália, com o Império Russo, com a França e outros reinos. Por fim, Guilherme I e Bismarck estimularam o nacionalismo pangermânico através de batalhas contra nações inimigas.

Logo, o processo sde unificação alemã se desenvolveu através de três conflitos principais: a Guerra dos Ducados, os prussianos enfrentaram a Dinamarca; a Guerra Austro-Prussiana contra os austríacos e, por fim, a Guerra Franco-Prussiana, que consolidou a unificação germânica.

 

Guerras de unificação alemã.

Com um amplo processo de industrialização em curso, Bismack iniciou a conquista de territórios a partir de Holstein e Schleswig (dois ducados que pertenciam à Dinamarca), em um conflito que ficou conhecido como a Guerra dos Ducados. Houve, inicialmente, uma acordo entre Prússia e  Áustria, que afirmavam que a Dinamarca havia descumprido um item de um tratado firmado entre elas em 1852. No acordo, a Dinamarca assegurava a autonomia política para as duas regiões, no entanto, ao promulgar uma nova Constituição em 1863, o Reino da Dinamarca reduziu essa autonomia, o que então foi usado como pretexto pela Prússia para a invasão dos ducados em 1864. A conquista foi rápida e os ducados de Holstein e Schleswig foram ocupados respectivamente pela Áustria e pela Prússia, mas, logo, um desentendimento entre elas levou a um novo conflito: a Guerra Austro-Prussiana.

Também conhecida como a Guerra das Sete Semanas, a Guerra Austro-Prussiana, de 1866, foi um exemplo da força militar prussiana. Durante essa guerra, os prussianos conseguiram o apoio dos italianos, que também passavam pelo seu processo de unificação, o que foi fundamental para a vitória, pois dividiu as forças austríacas em duas frentes, uma na região da península itálica e outra nos Ducados. Com a vitória sobre a Áustria, a Prússia invadiu e anexou grande parte dos ducados germânicos, impôs a assinatura do Tratado de Praga e dissolveu a Confederação Germânica, iniciando, enfim, a anexação dos Estados do sul.

O último conflito da unificação alemã foi a Guerra Franco-Prussiana, que ocorreu entre 1870 e 1871, entre a França e a Prússia. Essa guerra teve como estopim um desentendimento entre essas duas nações pela sucessão do trono espanhol.  O fracasso francês alterou o equilíbrio de forças na Europa.  Com a vitória, os prussianos exigiram a posse da Alsácia-Lorena, como também cobraram 5 bilhões de francos de indenização e obrigaram os franceses a aceitar uma marcha triunfal do exército da Prússia sobre a cidade de Paris. Com a vitória e os novos territórios, Guilherme I inaugurou o Império Alemão em 1871 e foi corado kaiser (Imperador).

 

A Guerra Civil nos Estados Unidos.

Desde o período de colonização inglesa, o território norte americano possuía características diferentes na ocupação das terras ao norte e ao sul, com essas discrepâncias se intensificando ainda mais ao longo do século XIX e da marcha para o oeste. Enquanto ao norte, os estados americanos desenvolviam uma economia industrializada, baseada na mão de obra livre e assalariada, ao sul, no entanto, a força do africano escravizado ainda era a principal mão de obra em uma economia agrária (principalmente algodão), voltada para a exportação e para a formação de grandes latifúndios.

Essas diferenças, a partir da construção dos E.U.A como um Estado e como nação passaram a gerar uma série de conflitos de interesses políticos, sobretudo com a conquista de novas terras. Afinal, o novo país que se formava, com a anexação das terras à oeste, seria um país com predominância das características nortistas ou sulistas? Essa decisão, no entanto, tornou-se o motivo principal da maior guerra realizada nos Estados Unidos, com um impressionante número de mortos e o uso de armas nunca antes vistas pela humanidade, a chamada Guerra de Secessão (1861- 1865).

Apesar da guerra se iniciar apenas em 1861, o ápice das tensões entre o Partido Democrata, que representava os estados do sul, defendia o federalismo e uma menor intervenção do Estado, não se contentou com a eleição, em 1860, do abolicionista Abraham Lincoln, do Partido Republicano, que representava os estados do norte, a industrialização e o protecionismo econômico.

Antes mesmo de Lincoln tomar posse em 1861, os estados do Mississipi, Alabama, Texas, Flórida, Luisiana e Geórgia, liderados pela Carolina do Sul, optaram pela separação da União Federal e criaram, assim, os Estados Confederados da América, com a escolha de Jefferson Davis como o novo presidente. Assim, a guerra teve início quando, em abril de 1861, forças da Confederação atacaram os soldados da União estabelecidos no Fort Summer, o que desencadeou assim uma série de conflitos por todo o território.

Essa Guerra Civil durou até 1865, quando as tropas sulistas foram derrotadas pelos nortistas, pois o norte, industrializado e com promessas de abolição da escravidão, contou com tecnologias e equipamentos muito superiores aos usados pelas tropas sulistas (maior malha ferroviária, armas, navios), além de contar também com o apoio de escravizados que fugiam das tropas do sul para o norte, buscando a abolição.

Como consequência da guerra, mais de 600 mil pessoas foram mortas, os estados do sul foram novamente anexados à União e, no dia 6 de dezembro de 1865, entrou em vigor a 13º Emenda à Constituição dos Estados Unidos, decretando o fim do trabalho escravo em todo o país. Apesar da abolição e das mudanças nos Estados Unidos com a vitória do norte, o país que ressurgia após a impactante Guerra Civil não deixou para trás o preconceito e o racismo.

Após a guerra, descontentes com a vitória nortista, com os novos rumos do país e com a 13º Emenda, grupos formados por brancos radicais, que se consideravam superiores e verdadeiros americanos, passaram a perseguir e assassinar a população negra e livre, principalmente no sul. Um dos grupos de maior relevância no período com funcionamento até os dias atuais, foi a organização terrorista Ku Klux Klan, responsável pela perseguição de negros, ciganos, judeus, católicos ou qualquer grupo considerado, por eles, como inferior.