Regra Geral do Uso da Crase
Exercícios de crase
Exceção de crase: bife à cavalo?
Exceção à crase: artigo indefinido
Uso da crase antes de pronomes I
Uso da crase antes de pronomes II
Uso da crase: verbos e preposições
Crase antes de nome de lugar
Regra específica do uso de crase
Uso de crase em palavras omitidas
O acento grave e o fenômeno de crase
No fenômeno de crase, há a superposição, a junção de duas vogais A, uma funcionando como preposição e outra como artigo. Se os dois estiverem no mesmo ponto, marca-se o encontro com o acento grave. Veja alguns exemplos:
Vou à igreja.
No exemplo, há a junção da preposição a, exigência do verbo ir, e do artigo definido a, necessário na definição do substantivo igreja. Por essa necessidade de colocação de duas vogais a, utiliza-se o fenômeno da crase. Note que, se o substantivo utilizado fosse masculino, o artigo necessário seria o definido o. Dessa forma, o acento grave não seria necessário, uma vez que não haveria a superposição de vogais idênticas:
Vou ao shopping.
Agora, antes de aprofundarmos essa discussão, existem algumas regras para a utilização do acento grave. São elas:
– Deve haver uma preposição “a” obrigatória;
– O termo posterior precisa estar no gênero feminino;
– O termo posterior precisa ser definido ou definível.
Para entender o fenômeno da crase, você só precisa conhecer bem cada uma dessas três condições e, é claro, aplicar em exemplos específicos. Veja:
Solicitei à agência um novo cartão de crédito.
Utilizando as três condições apresentadas, podemos perceber, em primeiro lugar, que o verbo solicitar pede uma preposição a (afinal, quem solicita, solicita alguma coisa a alguém, certo?); podemos ver, também, que o substantivo agência, aqui funcionando como objeto indireto, está no feminino; por fim, o mesmo termo, agência, é definido ou definível (afinal, quando falamos desse substantivo, sempre utilizamos o artigo antes, não é mesmo? “A agência está fechada” é um bom exemplo!). Satisfazendo as três condições, é fácil perceber que o a, neste contexto, recebe o acento grave.
Nas próximas férias, Eduardo Valladares irá à Bahia.
Assim como no exemplo acima, é possível identificar a crase pelas três condições: o verbo ir pede uma preposição a (quem vai, vai a algum lugar, não é?); Bahia está no feminino; por fim, Bahia é um termo definido ou definível (“A Bahia é linda!”). Usamos, então, o acento grave.
E a crase associada a lugares?
Há um “macete” interessante na identificação da crase quando falamos de lugares. Sempre que você encontrar alguma frase relacionada a algum lugar, tente utilizar a expressão “Vim de/do (lugar)”. Se você utilizar o da (ou o do), quando construir a expressão “Vou à”, você utilizará a crase (já que do ou da é a junção da preposição de com um artigo o/a). Porém, se você, na frase, utilizar o de, a construção não apresentará crase (uma vez que o de é apenas uma preposição, não havendo um artigo). Vamos ver exemplos?
Fui à Argentina. (Vim da Argentina)
Vou à Bahia. (Vim da Bahia)
Vou a São Paulo. (Vim de São Paulo)
Fui a Paris. (Vim de Paris)