O ano de 1848
Nova república na França
Novas doutrinas sociais
A burguesia com medo
A Unificação da Alemanha
Revolução de 1848
Primavera dos Povos
Conhecido como o século das revoluções e das imigrações, o século XIX foi marcado pela ascensão de diversos movimentos liberais inspirados por ideias iluministas. Apesar do Congresso de Viena e das atividades da Santa Aliança, uma série de processos revolucionários se desencadeou em diversos países, principalmente a partir da burguesia e das classes operárias, inspiradas não só pelo liberalismo, mas também por novas ideologias que surgiam, como o socialismo e o anarquismo e por um forte sentimento nacionalista que desabrochava no ocidente. Desta forma, três ondas revolucionárias são destacadas pela historiografia ao longo do século XIX, sendo elas nos períodos de 1820, 1830 e 1848.
Logo, a tensão entre classes e grupos diferentes, a fome e a alta dos preços gerados pelas colheitas precárias de 1846 e o autoritarismo de Luís Filipe, que ainda mantinha o voto censitário, foram essenciais para organizar a população, com apoio da Guarda Nacional, em uma série de revoltas nas ruas de Paris. As revoltas, ocorridas em julho de 1848 levaram à demissão o ministro Guizot e, logo em seguida, a fuga de Luís Filipe para a Inglaterra, deixando o trono vago.
A revolução realizada na França, mais uma vez, disseminou seus ideais pela Europa, influenciando uma série de novos movimentos que ficaram conhecidos como a Primavera dos Povos de 1848 (Itália, Hungria, Alemanha, Áustria). Com um caráter mais agressivo, essa fase das revoltas levou a deposição de reis e a morte de aristocratas defensores do absolutismo.
É importante ressaltar que os ideais socialistas também emergiram como uma força catalisadora nesses movimentos a partir desse período, representados, principalmente, pelo proletariado que cada vez mais criticava a dominação e a exploração capitalista das classes mais baixas. Suas pautas perpassavam por aspectos, como a péssima qualidade de vida, acidentes dentro da área de trabalho, a implantação de maquinário, desempregos e baixos salários. As considerações sobre o lado negativo do capitalismo não era algo feito apenas pelos trabalhadores, mas também contavam com a presença de intelectuais, como Karl Marx, que debatiam sobre os malefícios caudados pelo sistema econômico vigente.