A definição de bacia hidrográfica
Principais conceitos de hidrografia
Bacias brasileiras e bacia amazônica
A bacia do São Francisco
A bacia do Paraná
O primeiro ponto para nosso estudo é diferenciar e entender alguns conceitos. Nesse sentido:
- Rede hidrográfica: Corresponde ao conjunto de rios de uma bacia.
- Bacia hidrográfica: Corresponde à rede hidrográfica mais a sua área de captação de água.
Uma característica importante dos nossos rios é o domínio pluvial tropical: as cheias são dependentes das chuvas (pluvial) e ocorrem no verão, com as vazantes no inverno (tropical). Outra marca relevante é o fato de grande parte dos rios ser perene, ou seja, nunca secar totalmente, com exceções de alguns rios do Sertão Nordestino, classificados como temporários ou intermitentes (as águas chegam a desaparecer, em períodos de secas prolongadas). Quanto ao tipo de foz, predomina a desembocadura na forma de estuário (as águas escoam por um único canal), com exceção dos Rios Paraíba e Paraíba do Sul, que têm foz em delta (desembocam em vários canais), e o Amazonas, que tem foz mista (parte das águas escoa em estuário e outra parte escoa em delta). A maioria dos rios brasileiros desloca-se por superfícies planálticas, o que traz uma importância econômica: a presença de grande quantidade de quedas d’água, que podem ser aproveitadas para a geração de energia. Nossos rios de planície oferecem mais uma vantagem econômica: a possibilidade de navegação. Em alguns casos, é a única opção de transporte.
Bacia Amazônica
É a maior bacia hidrográfica do mundo, estendendo-se por terras de diversos países: Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Forma um complexo hidroviário de 25450 km de percurso navegável, sendo, em muitos casos, a única opção de transporte no interior da Amazônia.
Bacia do Paraná
A Bacia do Paraná drena a porção centro-meridional do país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O Rio Paraná é seu rio principal, nascido na confluência de outros dois rios: o Paraíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e o Rio Grande, que separa Minas gerais de São Paulo. Toma a direção sul e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul. Posteriormente, serve de limite entre Paraná e Mato Grosso do Sul. Adiante, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Em seguida, penetra em território argentino e desemboca no Rio da Prata.
Bacia do Tocantins-Araguaia
A Bacia do Tocantins-Araguaia é dividida entre dois rios: metade pertence ao Rio Tocantins e metade ao Rio Araguaia. O Rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília, sendo formado pela junção dos Rios Alma e Maranhão, cujas cabeceiras estão no Brasil Central, em Goiás, e percorre 2640 km até chegar ao Golfão Amazônico. Seu principal afluente, o Rio Araguaia, nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás, circunda a Ilha de Bananal e une-se ao Tocantins, no extremo norte do estado de mesmo nome.
Bacia do São Francisco
A Bacia do São Francisco drena terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O Rio São Francisco nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais (região de clima tropical, chuvoso). Tomando a direção norte, atravessa o Sertão Nordestino (clima semiárido) e desemboca no litoral oriental do Nordeste (clima tropical, bastante úmido). O São Francisco tem 1300 km de extensão navegável, em um trecho que vai de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e é bastante aproveitado para projetos de irrigação nas áreas do seu vale em que o clima é mais árido.
Para facilitar o gerenciamento dos rios brasileiros e suas águas, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) criou uma divisão do país em Regiões Hidrográficas. Os limites dessas regiões geralmente coincidem com os limites das bacias, permitindo a formulação de políticas e mecanismos administrativos para toda uma região de forma integrada, sem se preocupar com os diferentes limites municipais e estaduais que os rios ultrapassam. Essa regionalização tornou viável o surgimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica, responsáveis por planejar e fiscalizar o uso racional dos recursos hídricos de uma bacia.
Regiões hidrográficas
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