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Xi Jiping e a China do século XXI

O professor Ricardo Marcílio fala sobre Xi Jiping e a China do século XXI. Confira!

A China de Mao Tsé-tung (1949-1976)

Após a vitória dos comunistas chineses, foi realizado um tratado de amizade e cooperação com a antiga União Soviética. Com a morte de Stalin, em 1953, a relação entre os dois países foi abalada e eles começaram a se distanciar. Mesmo assim, o PCC continuou com a adoção de políticas econômicas com o objetivo de planificação da economia, seguindo basicamente uma cartilha soviética. Porém, tais medidas não funcionavam. A questão agrária não foi bem resolvida pelo primeiro plano e, com a concentração de investimentos no setor industrial, a produção agrícola chinesa caía ano após ano. Em pouco tempo, a China não tinha alimentos para abastecer sua já enorme população. Estima-se que entre 15 a 55 milhões de chineses morreram nesse período denominado a Grande Fome Chinesa.

Revolução Cultural Chinesa (1966-1976)

Após esses fracassos, o poder de Mao Tsé-tung dentro do PCC foi minado. Tentando retomar o controle sobre o partido, Mao Tsé-tung promoveu um movimento denominado Revolução Cultural. Seu objetivo era revitalizar a Revolução Chinesa contra os privilégios de classes e o modo de vida burguês. Não demorou muito para o movimento assumir sua verdadeira feição autoritária, mobilizando a Guarda Vermelha (jovens estudantes) contra os inimigos políticos de Mao, despertando um clima de terror sobre os oposicionistas. Tais ações duraram até a morte de seu líder.

 

A China de Deng Xiaoping (1977-1997)

Após a morte do líder da Revolução Chinesa, os partidários mais antigos foram afastados do poder e novos dirigentes começaram a construir um novo plano de crescimento para a China. Entre esses, Deng Xiaoping, que chegou à conclusão de que nem o modelo comunista nem o capitalista atenderiam às necessidades da China. Era necessário continuar com o projeto de modernizar a agricultura, a indústria, a defesa do país e o setor de ciência e tecnologia, porém, essa modernização deveria usar métodos capitalistas. Assim, ele criou o que alguns especialistas denominam socialismo de mercado, uma combinação entre controle estatal dos meios de produção e adoção de mecanismos de mercado.

Do ponto de vista econômico, o plano foi um sucesso e a grande potência econômica que a China se tornou é de responsabilidade desse plano. Mas isso não significou uma evolução social. A China não se tornou mais democrática, pelo contrário, continua a prevalecer uma política unipartidária sob o governo do Partido Comunista, que reprime brutalmente manifestações populares e a livre expressão. Atualmente, existem alguns sinais de maior liberdade pessoal.

 
A China de Xi Jinping (2013-atual)

Guerra Comercial entre Estados Unidos e China

Considerando-se todo esse crescimento econômico chinês, fica mais fácil entender a guerra comercial que Donald Trump começou a disputar com a China. Olhando para a balança comercial dos Estados Unidos, Donald Trump percebeu que era deficitária para o país e era superavitária para a China. Isso significava que a China vendia mais para os Estados Unidos do que ele vendia para a China. Assim, Trump adotou medidas protecionistas, impondo sobretaxas aos produtos chineses. Em tese, isso aumentaria o custo desses produtos e faria as indústrias voltarem a produzir dentro dos Estados Unidos. Em resposta, a China também começou a impor tais sobretaxas aos produtos americanos, criando uma verdadeira guerra comercial entre os dois países e preocupando o mundo com uma possível redução do comércio global.

O 5G e a Huawei

Com esse pacote, os Estados Unidos começaram um plano para boicotar a Huawei, uma grande empresa de tecnologia chinesa. Essa empresa conseguiu desenvolver de forma mais eficiente e barata a tecnologia de quinta geração das redes de telecomunicações, conhecida como 5G. Isso gerou preocupações sobre possíveis ações de espionagem chinesa, bem como do crescimento econômico e tecnológico que o país alcançou. Para impedir esse crescimento, os Estados Unidos proibiram as empresas americanas de negociarem com a Huawei, que passou a desenvolver suas próprias tecnologias para concorrer com o Google e a Apple.

One Belt, One Road – A Nova Rota da Seda

Esse nome faz alusão à antiga Rota da Seda que conectava Europa e Ásia. Com uma roupagem atual, o governo chinês lançou um plano que pretende gastar até 4 trilhões de dólares para ampliar sua influência econômica sobre os continentes asiático, africano e europeu, a partir da construção de uma densa infraestrutura de transportes (portos, ferrovias, aeroportos) e comunicações (fibra óptica).

Veja bem, não é um plano definido em detalhes, com cada centímetro de rodovia, ferrovia e fibra óptica pensado. É um ambicioso projeto geopolítico do governo chinês que começa a sair do papel, então, é muito comum encontrar divergência dos países que irão fazer parte ou não. Por isso, sempre fique atento às aulas de atualidades.