Movimentos separatistas atuais
Separatismo no Canadá
O Canadá foi um país que passou pelo processo de colonização inglesa e francesa. Existe, portanto, as duas línguas e duas influências culturais distintas, apesar da maioria ser britânica, inclusive no poder político.
O Quebec é uma província de descendência francesa alega, com isso, não possuir a autonomia necessária frente ao governo central canadense. Em regiões do Quebec só se fala francês, por exemplo, o que demonstra essa resistência cultural. Na década de 90, houve um plebiscito cogitando um separatismo, mas o resultado foi negativo, uma vez que existe relativa independência política das colônias e que é arriscado se separar e se sustentar enquanto país autônomo no cenário global.
Nunavut é um território no extremo norte do Canadá, que tem uma população chamada de Inuits. Eles também alegam, assim como o Quebec, que possuem pouca autonomia e representatividade política. Apesar dessas divergências, o conflito não está em proporções graves ou nem mesmo preocupantes.
Separatismo Irlandês
Para entender o separatismo irlandês é necessário contextualizar a questão territorial sobre as ilhas britânicas que são formadas por um conjunto de ilhas cujo arquipélago principal é composto pela Ilha da Irlanda e pela Ilha da Grã-Bretanha.
Ilha da Irlanda (branco) e Ilha da Grã-Bretanha (verde)
Fonte: http://fernandodias.blog.br/
O Reino Unido é formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Sendo assim, a Ilha da Irlanda foi dividida em duas, a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido. É sobre essa divisão e a ocupação da parte norte da Irlanda pelos britânicos que reside o principal conflito nesse arquipélago.
A partir do século XVI, os britânicos começaram a exercer forte influência sobre a Ilha da Irlanda, quando o governo britânico confiscou terras nessa região e as entregou aos colonos protestantes oriundos da Ilha da Grã-Bretanha. Esse fato nunca foi aceito pela população irlandesa, de maioria cristã.
Ao longo do século XX, a população católica da Irlanda do Norte intensificou as manifestações contrárias ao controle político e econômico exercido pela população protestante. Isso levou à divisão da ilha em República da Irlanda (Eire) e Irlanda do Norte (Ulster), em 1937. Na década de 1960, os conflitos na região se acentuaram, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA – lrish Republican Army) começou a agir. Seu objetivo era acabar com o domínio dos britânicos sobre a Irlanda do Norte a partir da luta armada.
Membros do Exército Republicano Irlandês
Fonte: https://weeklyworker.co.uk/
Em 1998, foi assinado um acordo de paz que diminuiu as tensões entre as duas partes. Finalmente, em 2005, houve a confirmação de que o IRA, de fato, destruiu ser armamento, pondo fim a 35 anos de atividades terroristas do grupo.
Separatismo espanhol - A questão Basca
A Questão Basca envolve também a França, por onde se estende o território ocupado pelos bascos. Todavia, na Espanha, essa questão não é pacífica, pois, durante a ditadura de Francisco Franco, os bascos foram impedidos de se expressarem em seu próprio idioma. A repressão franquista gerou um forte movimento nacionalista e a formação de grupos armados, como o Euskadi Ta Askatasuna (ETA – Pátria Basca e Liberdade).
Seu objetivo era a independência do País Basco da Espanha e da ditadura de Franco e, para isso, realizava atentados terroristas. Porém, mesmo com o fim da ditadura e uma nova Constituição espanhola, dando maior autonomia à Catalunha e ao País Basco, essa luta armada continuou até 2010, sendo o ETA considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela Espanha. Em 2010, o ETA renunciou a luta armada e criou o partido Sortu, que pretende lutar pelo separatismo da região por vias políticas, seguindo o exemplo da Catalunha.
Separatismo espanhol - A questão Catalã
A Questão Catalã já envolve apenas os limites espanhóis e segue um caminho mais político. A partir de 1975, a Catalunha conquistou certo grau de autonomia política, podendo determinar algumas leis que só vigoram na região, além de ter um presidente próprio. O movimento separatista não realiza atentados terroristas, mas pressiona o governo a realizar uma consulta popular a fim de verificar o desejo de independência regional. A justificativa é que o dinamismo econômico catalão é benéfico para a Espanha, que arrecada muitos impostos, mas não repassa ou reinveste na Catalunha.
Assim, em 2017, liderado pelo presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, foi realizado um referendo sobre a independência da região. O “sim” ganhou e o presidente buscou levar o resultado para o Parlamento. Porém, a Espanha logo se manifestou, informando que a autonomia dada com a Constituição de 1975 não possibilitava qualquer iniciativa unilateral de independência e, portanto, a votação era