Estado Islâmico e o anúncio de seu "fim"
Expansão do Estado Islâmico
O Estado Islâmico é um grupo fundamentalista sunita que tem como objetivo formar um Estado regido pelas leis islâmicas entre os territórios da Síria e do Iraque, e liderado por um califa. O surgimento do Estado Islâmico ocorreu em meio à instabilidade política do Iraque, no contexto de sucessões de poder, após a invasão americana no ano de 2003. Desde então o Estado Islâmico buscou ampliar sua área de atuação. Nesse sentido, para melhor entender a expansão e o fortalecimento do Estado Islâmico, é necessário olhar para o conflito na Síria.
Atualmente, o país se encontra devastado e conta com um saldo de milhões de mortos desde o começo da guerra. O ponto de partida para essa questão é o fato de que a família al-Assad governa a Síria há quase 50 anos. O governo é liderado pela família al-Assad, que pertence a um grupo étnico-religioso denominado alauíta, adepto do xiismo. Isso desagrada a maioria da população síria, que se considera sunita. Em meados de 2011, por conta dos protestos da Primavera Árabe, civis sírios decidiram fazer manifestações contra o governo de Bashar al-Assad. O governo decidiu reprimir violentamente essas manifestações e, a partir daí, parte dos cidadãos sírios organizou e formou o Exército Livre da Síria para lutar contra as tropas militares do governo. A situação se tornou cada vez mais complicada quando outros países, como Estados Unidos e Rússia, começaram a apoiar um dos lados da disputa.
O Exército do Iraque aproveitou o conflito para expandir sua área de atuação oferecendo apoio aos sunitas sírios e, com isso, passou a ser denominado Exército Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Levante é uma região ao sul dos Montes Tauro e compreende parte do território sírio, por isso, também é denominado Exército Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS). Desde 2014, o grupo passou a usar apenas a denominação Estado Islâmico (EI). Cabe destacar que o EI conseguia recrutar diversos “soldados” pelas redes sociais e usava a violência como propaganda.
Combate ao Estado Islâmico
Historicamente, os Estados Unidos tinham como inimigo na região os xiitas, o que os aproximava de grupos sunitas. Assim, os Estados Unidos ficaram em uma posição complicada, pois o Estado Islâmico é um grupo sunita e os aliados mais óbvios na luta contra o EI seriam os xiitas (Irã, Síria e Iraque). Tal condição complicou a geopolítica da região e possibilitou também a atuação de outros “players”, como a Rússia. Por exemplo, atualmente, com o apoio militar russo ao governo sírio, a família al-Assad retomou o domínio sobre grande parte do território sírio e foi uma das principais frentes de combate ao Estado Islâmico.
Decorrente desses conflitos, é importante destacar o grande número de refugiados (migrante forçado a sair de seu território devido ao risco de morte, geralmente migra para os países vizinhos). Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas já deixaram a Síria, principalmente em direção à Turquia. Alguns também foram para a Europa, momento em que a mídia passou a destacar o fenômeno como crise dos refugiados.