Desigualdade social volta a crescer no Brasil
Entende-se por desigualdade social, em linhas gerais, a privação de certos direitos e recursos a indivíduos ou grupos, colocando indivíduos de uma mesma sociedade em situações distintas de vida, como por exemplo, ricos e pobres. Para compreendermos a existência e persistência da desigualdade social nos dias de hoje temos que levar em consideração três elementos fundamentais, a estrutura social, a estratificação e a mobilidade.
A mobilidade social intergeracional está ligada indiretamente ao Coeficiente de Gini. O Coeficiente de Gini é um indicador que mede a desigualdade social em um país, ele vai de zero a um, sendo zero nenhuma desigualdade e um o máximo de desigualdade, comparativamente. Países com grande desigualdade social, apresentam baixa mobilidade e os grupos dominantes tendem a transferir privilégios para as gerações seguintes.
Um importante indicador de democracia é a mobilidade social de uma sociedade. A mobilidade representa relativa igualdade de oportunidades independente das características do indivíduo. Entretanto, estudos sobre mobilidade demonstram que a mobilidade intergeracional tende a zero na maioria dos países.
Outro elemento fundamental para entendermos o que é desigualdade social é o conceito de estratificação. A sociedade estratificada é aquela dividida em camadas sociais diferentes. Com base na posição do indivíduo na pirâmide social, ele terá mais ou menos acesso a determinados bens e direitos. A pirâmide social, portanto, é uma ótima ferramenta para entendermos o conceito de estratificação social, pois torna evidente a divisão em camadas de uma sociedade estratificada. Se tomarmos como exemplo a sociedade brasileira compreendida entre os séculos XVI e XVII - a chamada sociedade açucareira - perceberemos que ela era constituída por três camadas sociais: Os senhores de engenho, os homens livres e os escravos.
Podemos dizer que uma das causas principais da desigualdade social é a má distribuição de renda, que faz com que a maioria dos recursos sejam destinados principalmente a uma minoria abastada da sociedade, restringindo a diversas camadas da sociedade o acesso a subsídios econômicos, educacionais, de saúde e segurança. Há diversos tipos de desigualdade social: desigualdade racial, pobreza, dificuldade no acesso à moradia, segurança pública, desemprego, educação de má qualidade, desigualdade digital, de gênero, regional, entre outros.
Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas é possível observar que a desigualdade no Brasil está crescendo, registrando um aumento persistente nos últimos anos desde a crise econômica enfrentada pelo Brasil a partir de 2014. Tal condição é explicada por um ciclo negativo da economia que corresponde à queda no consumo, o que diminui a lucratividade, causando prejuízos, restringindo os investimentos. Assim, novos empregos não são gerados e muitas empresas adotam políticas de demissão, reduzindo mais ainda o consumo.