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América Central e México

O professor João Daniel fala sobre a América Central e México, confira!

América Latina


O continente americano, em extensão, só não é maior que o continente asiático. Possui uma população de 1 bilhão de habitantes, distribuída por 35 países e 18 dependências. Possui uma grande diversidade de climas e vegetações, devido à sua extensão latitudinal. Os cinco maiores países são Canadá, Estados Unidos, Brasil, Argentina e México. Com isso, também apresenta diferentes regionalizações. América do Norte, América Central e América do Sul correspondem a uma divisão a partir de um critério de localização e posição geográfica. Já América Latina e América Anglo-Saxônica correspondem a um critério cultural e econômico.

Para alguns, essa divisão da América Latina abrangeria os países de língua neolatina, como espanhol, português e francês. Teria uma justificativa histórica associada ao processo de colonização. Para outros, a América Latina representaria uma região menos desenvolvida e com grandes desigualdades socioeconômicas, se comparada à América Anglo-Saxônica, de língua inglesa e mais desenvolvida. De qualquer forma, existem milhares de exceções a essas regras, e uma América Latina coesa a partir desses critérios é mais uma ficção que uma realidade. Porém, é importante conhecer a quais países e sub-regiões essa América Latina se refere.

Fonte: VESENTINI, J. W. Geografia: o mundo em transição.

 

Na formação da republica e na consolidação dos estados nacionais, a tentativa de legitimar o sistema de poder que se instaurava contou uma série de dificuldades. O controle territorial sem dúvida é um dos mais graves. No Brasil por exemplo, tivemos uma ocupação populacional que se deu, de forma majoritária, do leste para oeste do território. Para o estado, controlar e atuar em todos os cantos do nosso território, e nos 23.102 km de fronteiras, se estabelece como um desafio.

A identidade latino americana se constrói a partir de similaridades. Apesar dessa identificação não se fazer tão forte no Brasil, existe um sentimento de pertencimento em função de diversos fatores. A lingua espânica por exemplo, fruto da colonização, história comum a esses países, explica parte desse fenômeno.

A história comum da colonização no entanto deixa o seu legado, refletindo as semelhanças e diferenças deste processo em cada país. Das similaridades, devemos ter em mente o atraso indústrial, a subordinação geopolítica a países hegemônicos ao longo de diversos períodos da história, e problemas com subdesenvolvimento, são o legado da desigualdade sistémica que se fez estrutural desde o início do processo de dominação civilizatória que se deu nesta região.  

A denominação "América Latina" se refere aos países do continente americano, que foram colonizados por países europeus de idiomas que derivam do latim, portanto línguas latinas como espanhol, português ou francês. São os países que compõem a América Latina:

  •  Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

 

A América Central por sua vez é composta por 20 países. Ela é o istmo que une América do Sul e a América do Norte. Istmos são porções de terra estreitas cercadas de água por dois lados, como você pode ver no mapa ao lado.  É composta pelos países

  • Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago

Economia

Em termos econômicos, essa região é marcada por uma grande desigualdade e dependência, entre os países que a compõem e internamente. Em 2010, o PIB dessa região foi de US$5,2 trilhões. O Brasil é a principal economia, seguido pelo México e pela Argentina. A renda per capita é mais elevada nos paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman e as Bahamas, que alcançam o valor de US$22 mil.

O modelo de desenvolvimento da América Latina ora é liberal, ora é estatizante. O Chile é o representante de uma ampla reforma neoliberal, enquanto Venezuela, Bolívia e Cuba representam uma versão de Estado forte na economia. O Brasil fica em uma posição mais intermediária, se orientando pouco mais para um ou outro lado, de acordo com o governo no poder.

 

Industrialização
 

A industrialização nessa região foi tardia, iniciando-se durante o século XX. Isso gerou uma grande dependência financeira dos países já industrializados. No contexto da globalização, tal situação se agravou, uma vez que o eixo industrial migrou com grande intensidade para o Sudeste Asiático, com sua mão de obra barata e qualificada. O aspecto educacional foi sempre um empecilho a esse processo, o que dificulta o desenvolvimento de tecnopolos na região. Mesmo assim, Brasil, México e Argentina apresentam importantes parques industriais. Todavia, esse processo de industrialização foi e é marcado pela presença de transnacionais, que buscam a região pela abundância de mão de obra, enorme potencial em recursos naturais e grandes perspectivas de consumo com o crescimento econômico da região. Os setores da indústria automobilística, alimentícia, siderúrgica, eletroeletrônica, química e agroindústria são dominados por essas empresas, o que dificulta o crescimento de empresas nacionais.

 

México e sua Centralidade

A proximidade geográfica entre EUA e México, duas nações com grande disparidade econômica, abre uma série de possibilidades de comércio e oportunidades. Para os EUA, trata-se de disponibilidade de terras e mão de obra barata, além de poder colocar partes de sua indústria nesse país, utilizando também suas matérias primas.  As indústrias americanas no méxico chamamos de maquiladoras, que se instalam sobretudo no norte do México, causando uma desigualdade regional.

As fronteiras são regiões de divisão mas também são os pontos de contato de maior interação. A cidade de Tijuana é uma grande expressão desse fenômeno. A disparidade de renda é grande entre as duas nações, de modo que há um movimento migratório assimétrico de mexicanos para os Estados Unidos. 

De qualquer modo essa relação econômica se concretiza a partir do fechamento do NAFTA (1994-2018). Trata-se de um bloco econômico, do tipo de Zona de Livre Comércio, que busca facilitar a livre circulação de mercadorias e capitais dentro dos limites do bloco, estabelecendo uma tarifa interna comum (TIC). O Nafta, atualmente denominado UMSCA, é um grande exemplo. O NAFTA foi portanto uma Zona de Livre Comércio entre Canáda, EUA e México, mas teve uma reformulação no governo Trump em 2017, de modo a ressaltar em suas decisões a diferente relação entre EUA e Canadá e entre EUA e México. Para ele, o NAFTA era responsável pela perda de empregos americanos nas manufautras que iam para o México, de modo a perder a competitividade do setor dentro do território norte americano. Ele adiciona pontos portanto protecionistas para sua indústria. Das alterações, tivemos medidas vetando impostos sobre produtos digitais, aumentando barreiras sobre propriedade intelectual, no setor automotivo estabelecendo que pelo menos 75% das peças dos automíveis sejam produzidas nos três países, dentre outras medidas.

Além disso existe a questão da xenofobia. Nos EUA a população de latinos sofre muita discriminação. Por serem imigrantes, nem sempre legalizados, são oferecidos a essa população os empregos mais precários. Assim, mesmo os latinos que estão legalmente no país e conseguem contrariar as adversidades e obter sucesso profissional são estigmatizados e passam por preconceito. Sobre o papel profissional deles nos EUA, é importante frisar que mesmo com toda a repressão, barreiras, xenofobia e tentativas de conter a presença dessa população no país, eles são muito presentes na população e cultura, e contribuem muito para a econômia americana. Um importante marco foi o “Dia sem Latinos”, no qual uma greve mostrou a importância deles para o funcionamento do mercado Americano.

 
O Canal do Panamá

No começo do século XX uma grande e relevante obra altera a geopolítica dos transportes. Num canal estreito que passa a ligar artificialmente o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Geograficamente, a região do Panamá divide a América Central da América do Sul, fixando a região enquanto uma importante centralidade agora do ponto de vista comercial.  Grande parte de sua construção foi dominada e realizada pelos EUA, onde o Panamá tinha pouca autonomia. Seu grande desenvolvimento no setor de serviços acabou estabelecendo pontos de paraísos fiscais na região. Apesar de um pouco lento, a partir da elevação do nível da água para que o barco percorra o relevo, houveram obras significativas que aumentaram o tamanho do canal, sendo possível operar com navios maiores, o que intensifica o comércio internacional na região.