Introdução aos temas
Sinopse do filme
Discussões sobre a natureza humana na tradição filosófica
A crítica à Teoria Comportamental - Behaviorismo
A sociedade do espetáculo
O filme "Laranja Mecânica é lançado em 1971, no contexto do movimento social de maio 1968. o filme traz esse espírito questionador de seu tempo. A distopia apresentada por Kubrick antecipa vários problemas sociais que surgem posteriormente, mostrando a visão do diretor e, principalmente, do autor do livro em que o filme é baseado.
O filme retrata a vida de Alex, o integrande de uma gang que comete crimes repugnantes. Alex é preso e na prisão ele entra em contato com uma técnica de mudança de comportamento que permitirá que o jovem saia da prisão quase que imediatamente.
Esse tratamento é baseado numa lógica behaviorista e promove a transformação do comportamento do indivíduo por meio de "treinamentos" sem pensar os fundamentos éticos do indivíduo. O filme apresenta uma crítica contundente ao behaviorismo por produzir uma parábola que demonstra que o enfoque psicológico concentrado apenas no comportamento observável é equivocado por ignorar a profundidade da psique humana e interpretar o humano como uma máquina condicionável por recompensas e castigos.
O questionamento sobre o crime e o criminoso é constante no filme, já que estamos de carona com Alex, que, apesar de ser um criminoso sórdido e violento, sofre com as opressões do Estado e com a falta de estrutura de sua famíia.
Uma das discussões mais fortes do filme é sobre a natureza humana. Um viés pessimista que combina bastante com o filme é o do pensamento de Maquiavel, que interpreta o ser humano como egoísta. Hobbes, também pessimista, afirma que o "o homem é o lobo do homem". essas perspectivas estão articuladas com o forte Estado representado no filme, já que propõem um Estado absolutista para controlar o egoísmo humano.
Rousseau afirma que a natureza o ser humano é boa, mas este foi corrompido pela sociedade. Já Sartre nos oferece um outro prisma, afirmando que não há natureza humana e nossos atos são consequência as nossas escolhas.
Outro prisma importante é a interpretação da sociedade através dos recursos de diferenciação. Guy Debord denuncia a valorização do audiovisual como um forte instrumento de dominação social. A exposição de Alex como um sucesso do método Ludovico é um instrumento propagandista. O marketing que controla para o consumo e a banalização da violência são uma das características da sociedade de espetáculo.