Exclusivo para alunos

Bem-vindo ao Descomplica

Quer assistir este, e todo conteúdo do Descomplica para se preparar para o Enem e outros vestibulares?

Saber mais

Definição e características básicas

Assista à professora Carolina Achutti analisar as estratégias de desenvolvimento.

Enumeração e confronto

Exemplificação e causas e consequências

Dados estatísticos e discurso de autoridade

Argumentos hipotéticos

I. Definição

Existem várias formas de encaminhar uma linha argumentativa. Por isso, é interessante entender a natureza dos argumentos que utilizamos no nosso texto, para que nossa argumentação seja mais consistente.

O texto apresente, sempre, três partes: 

  • Introdução: contextualização + tese
  • Desenvolvimento (2 ou 3 parágrafos): é aqui que utilizaremos as estratégias argumentativas que vão sustentar a nossa tese. 
  • Conclusão: fechamento do texto + proposta de intervenção (no caso do Enem).

II. Estratégias argumentativas

a) Enumeração

O desenvolvimento por enumeração ou descrição de detalhes é o mais comum. Nele, pode-se criar a enumeração, ou seja, uma sequência do que será apresentado, além de uma descrição dessas informações.


Exemplo: “Faltam leitos, faltam profissionais da saúde, faltam medicamentos e insumos hospitalares, faltam equipamentos. E quando há, podem estar obsoletos ou sem manutenção, a estrutura física, muitas vezes é inadequada, e os recursos de tecnologia de informação são insuficientes. Esses são alguns dos problemas graves, complexos e recorrentes detectados por uma auditoria inédita do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a assistência hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS). Os brasileiros que precisam recorrer aos serviços do SUS conhecem alguns desses problemas, mas o levantamento feito por auditores do TCU mostram com precisam numérica a situação desses hospitais.”

b) Confronto de ideias

Esse tipo de desenvolvimento consiste em estabelecer confronto entre ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos por meio do contraste (baseado nas dessemelhanças, na antítese) ou paralelo (baseado nas semelhanças/analogias).

Exemplo: “As últimas estatísticas sobre criminalidade em São Paulo (capital e interior), divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, trazem boas e más notícias, e estas últimas são suficientemente importantes para acender um sinal de alerta. Os homicídios registraram mais uma queda em fevereiro em comparação com o mesmo período do ano passado, confirmando a tendência de reduções consistentes nos últimos meses, interrompida, apenas, por uma ligeira alta em janeiro. Com os roubos aconteceu o contrário, com o agravante de que, nesses casos, o aumento foi muito mais forte do que a redução de mortes.”

c) Exemplificação

A citação de exemplos constitui uma forma de elucidar e materializar o que está sendo abordado no parágrafo.

Exemplo: “Episódios como o das babás discriminadas em clubes sociais e o da criança negra que foi destratada e quase expulsa de uma concessionária da BMW, no Rio de Janeiro, demonstram que o racismo, apesar de resolvido legalmente, já que é crime, ainda constitui um problema no dia a dia das relações interpessoais, onde, às vezes, se manifesta explicitamente.” 

d) Causa e consequência

O desenvolvimento do parágrafo por apresentação de razões e consequências acontece quando se busca justificar uma declaração ou opinião pessoal a respeito de atos ou atitudes do homem.

Exemplo: “Em geral, as drogas não são recentes entre os humanos. Elas sempre existiram em inúmeras culturas. Um aspecto relevante é que, hoje, tem-se a ênfase dada pela lei, diferenciando as drogas lícitas – cigarro, álcool e medicamentos –, que pagam impostos, das ilícitas – maconha, cocaína, crack, êxtase, entre outras. Do ponto de vista médico, porém, essa diferença não existe. Equivocadamente, o Estado tem adotado conceitos na interpretação das causas e consequências das violências associadas às drogas, tanto lícitas quanto ilícitas. Tais violências têm uma relação com a globalização do crime: a militarização e adoção de políticas sociais imediatistas, movidas pela comoção midiática, apenas marcaram a realidade.

e) Dados estatísticos

Utilizar dados estatísticos na redação é uma forma muito eficiente de ilustrar a argumentação. No entanto, é difícil memorizá-los. Por isso, a coletânea de textos da prova, muitas vezes, fornecem esses dados para que eles possam ser empregados no texto.

Exemplo: “Os homens brasileiros precisam ler mais. É o que mostra a 3ª edição da pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, conduzida pelo Instituto Pró-livro. Os dados revelam que apenas 43% dos leitores brasileiros são homens. As mulheres, 53% dos leitores do país, têm um papel fundamental para incentivá-los a tornar a leitura um hábito: professoras e mães, em especial, que são responsáveis pela indicação e incentivo à leitura, 45% e 43%, respectivamente.


f) Argumento de autoridade

Quando usamos um discurso de alguém que já tem uma relevância dentro daquele assunto. Dessa forma, ilustrar o argumento com a opinião/teoria de um especialista faz com que nosso ponto de vista tenha mais credibilidade.

Exemplo: “O sociólogo Florestan Fernandes dizia que o brasileiro tem preconceito de ter preconceito. Em outras palavras, o Brasil seria um país com racismo, mas sem racistas, como revela uma pesquisa em que 87% das pessoas entrevistadas afirmaram haver racismo, mas só 4% se afirmaram racistas.”

g) Argumentos hipotéticos

Consiste na ideia de trazer ao texto possibilidades para que se chegue, principalmente, a possíveis soluções e propostas de intervenção.