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Periodização da alta idade média

Neste vídeo iremos compreender a questão da periodização da alta idade média, bem como todo o carma que está época carrega. Sempre colocada em comparação com a antiguidade clássica e a época moderna, a idade média ficou erroneamente mais ou menos esmaecida até hoje.

Os senhores feudais

A economia na alta idade média

A sociedade na alta idade média

Alta idade média e a igreja

Alta idade média: conclusão

O período de desintegração do Império Romano foi marcado por crises até a queda de Roma. Mas, antes disso, percebendo a dificuldade administrativa de um território tão extenso, o imperador Teodósio, em 395 d.C. restabeleceu uma divisão que já havia sido tentada no passado, por Constantino, que criara dois impérios, um com capital em Roma, no ocidente e o outro com capital em Constantinopla, ficando conhecido como o Império Bizantino.

Enquanto Constantinopla vivia de riquezas, a irmã Roma, por sua vez, não conseguia se livrar das crises econômicas que assolavam as grandes cidades do império trazendo fome, miséria e crimes. Com uma vida tão complicada e sofrendo ainda com as invasões dos povos germânicos ao norte, muitos romanos decidiram abandonar as cidades e viver no isolamento do campo, iniciando então um processo de êxodo urbano.

Esse processo de ruralização afetou diretamente as relações de trabalho na Europa, visto que a escravidão greco-romana foi substituída pela servidão. Este cenário impactou nas próprias relações comerciais, pois o isolamento no campo e a insegurança causada pelas guerras e pelos saques impediram a circulação segura de moedas e mercadorias. Buscando segurança contra esses problemas, muitos senhores decidiram reforçar a proteção de suas terras com castelos de pedra e fortalezas, ampliando ainda mais o isolamento.

Esse estado de guerra constante na Europa acontecia porque com a queda do Império Romano do Ocidente, muitos povos passaram a disputar os novos territórios disponíveis, sobretudo no norte da Europa. Alguns ainda se anexaram ao antigo império antes da sua queda como povos federados, como os francos que se instalaram na região da Germânia, os visigodos na Dácia e os Burgúndios em parte da Gália. Nesta conjuntura, portanto muitas pessoas não se identificavam com a cultura romana, mal sabiam quem era o imperador ,e em muitos lugares, as línguas “bárbaras” eram mais faladas do que o próprio latim.

No entanto, apesar dessa assimilação nas fronteiras, a continuidade das invasões e das guerras marcou um período de conflitos que derrubou o Império Romano e que fez do início da Idade Média uma fase caótica e insegura. A unidade romana já não existia mais, agora imperava o multiculturalismo dos antigos povos bárbaros. 

Apesar da queda de Roma e sem um poder centralizado para se apoiar, a Igreja Católica continuava a crescer e, agora, difundia o cristianismo também entre esses povos, em uma luta milenar contra as diversas religiões do continente, que passaram a ser perseguidas e taxadas como paganismo.

O apoio da Igreja foi fundamental inclusive para o crescimento do reino dos francos, visto que, em 496 d.C., o rei Clóvis, da dinastia merovíngia se converteu ao cristianismo, crescendo, portanto, o poder do clero dentro do reino. Este apoio foi fundamental, inclusive, para a luta dos francos contra a expansão árabe na batalha de Poitiers, em 732 d.C.

Apesar do apoio papal, os reis foram perdendo cada vez mais seus poderes, sendo conhecidos inclusive como “reis indolentes”, deixando o poder para uma espécie de “primeiro-ministro”, responsável pela administração do reino. Dentre eles, destacou-se Carlos Martel e seu filho, Pepino, o Breve, que com um golpe apoiado pelo Papa depôs a dinastia dos merovíngios e instalou a nova dinastia carolíngia. Graças a esse apoio concedido, a Igreja Católica recebeu uma vasta doação de terras, conhecida como o Patrimônio de São Pedro, na região da Itália, formando o que hoje conhecemos como o Vaticano.

A expansão do Império Carolíngio tomou proporções tão vastas que chegou a dominar com os francos grande parte da Europa, levando o rei Carlos Magno a receber o título, pelo Papa Leão III, no ano 800 d.C., de imperador do novo Império Romano do Ocidente, sendo este responsável pela defesa e difusão do cristianismo na luta contra o paganismo e contra as invasões árabes. Carlos Magno também foi um importante realizador do movimento conhecido como o renascimento carolíngio, que incentivou a cultura em seu reino, coma criação de escolas, com a preservação de obras clássicas da antiguidade e o estudo de grandes pensadores.

Com a morte de Carlos Magno, o Império Carolíngio começou a ruir, ainda que seu filho Luís, o Piedoso, fizesse esforços para tentar manter o império. Buscando apoio, Luís dividiu as terras restantes em ducados, condados e principados doados a homens que formaram o embrião da nobreza medieval, mas, estes cada vez mais conquistaram autonomia em suas terras, isolando-se e descentralizando o poder.

Este movimento acabou reduzindo a importância do rei que, após sua morte deixou o império para os seus três filhos, Carlos, o Calvo, Lotário e Luís, o Germânico. Pelo Tratado de Verdun, assinado em 843 d.C., as terras herdadas foram divididas entre os 3 e, mais uma vez o poder se fragmentou, isolando ainda mais os territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o sistema conhecido como o feudalismo.