Unificações Tardias
Conflito com a Áustria
Otto Von Bismarck
Prússia e Piemonte
Guilherme I
Napoleão III e Guilherme I
Napoleão III x Otto Von Bismarck
Nacionalismo no século XIX.
O contexto revolucionário da Europa do século XIX levou ao aumento exponencial do sentimento nacionalista e da necessidade cada vez maior do liberalismo político e econômico como forças motrizes da constituição de novos territórios. Segundo o “Dicionário de Política”,
“Em seu sentido mais abrangente o termo Nacionalismo designa a ideologia nacional, a ideologia de determinado grupo político, o Estado nacional (v. NAÇÃO), que se sobrepõe às ideologias dos partidos, absorvendo-as em perspectiva. O Estado nacional geral o Nacionalismo, na medida em que suas estruturas de poder, burocráticas e centralizadoras, possibilitam a evolução do projeto político que visa a fusão de Estado e nação, isto é a unificação, em seu território, de língua, cultura e tradições.” (BOBBIO, MATTEUCCI, PASQUINO. 1998, p. 1000)
Em boa parte das unificações europeias o que surge em um primeiro momento é o ideal de Nação, depois de unificado o território, seus governantes construíram meios para criar uma coesão nacional e o amor pela pátria, nesse processo os fatos históricos são muitas vezes ressignificados e utilizados a bel-prazer para a composição daquilo que é chamado de país. É necessário que haja uma origem em comum seja ela forjada ou não, visto que o que estabelece o sentimento de nação é o pertencimento a um povo, com um hino, uma bandeira, um passado, uma fronteira definida, uma língua oficial, entre outras coisas.
A fusão desses novos ideais nacionalistas vai casar com o processo tardio de unificação de vários países europeus na segunda metade do século XIX que buscavam se distanciar do retrocesso do Antigo Regime e se firmar enquanto uma nação moderna e desenvolvida baseada no advento da nova era da revolução industrial.
Unificação alemã.
O processo de unificação alemã, assim como a maioria das unificações tardias também foi uma consequência das políticas expansionistas de Napoleão Bonaparte e do processo de restauração imposto pelo Congresso de Viena aos territórios europeus. A decadência do antigo Sacro Império Romano-Germânico e a nova configuração territorial, com a Confederação do Reno sob o domínio francês, são fatores que despertaram um ideal de unidade em um grupo multiétnico, mas que, todavia, compartilhava de uma mesma língua e aspectos culturais em comum. Esse sentimento nacionalista não se baseava apenas em características comuns, mas também no sentimento de solidariedade causado pelas invasões francesas e a necessidade de expulsar os estrangeiros dos seus territórios.
A partir do Congresso de Viena (1815) foi criada a Confederação Germânica que abrigava 39 reinos e ducados com o predomínio do poderio austríaco sobre a região, dentre eles, a Prússia despontava como o maior e mais forte reino da coalizão fazendo frente ao domínio exercido pelo Império Austríaco. A elevação de Guilherme I a rei da Prússia e a designação de Otto Von Bismarck ao cargo de primeiro ministro deu início a efetivação da conquista de novos territórios que fariam parte do que conhecemos hoje como Alemanha.
É crucial entender que como pano de fundo a essa mobilização a favor da unificação, o que se tem é um forte desenvolvimento industrial com o fomento da Segunda Revolução Industrial e a criação de ferrovias que facilitaram a ligação entre os diferentes polos urbanos que surgiram dentro dos reinos. A criação de uma liga aduaneira que facilitava os entraves alfandegários entre os estados da Confederação Germânica excluindo a participação austríaca do processo vai ficar conhecida como Zollverein e foi a concretização dos interesses unificadores da Prússia.
Com um exército fortalecido e uma economia sólida, Bismarck vai iniciar o processo de unificação alemã travando guerras para a conquista de novos territórios com nações ao seu redor e formando alianças importantes - com a Península Itálica que também passava pelo seu processo de unificação - que ajudaram a garantir êxitos militares. Estrategista, o primeiro ministro esperou o momento ideal para declarar guerra a Áustria, que também estava envolvida em outros conflitos dentro do continente, o que facilitou a vitória prussiana. Após vencer os austríacos, a Prússia anexa mais alguns territórios germânicos que estavam sob o domínio deles e criam a Confederação Germânica do Norte em 1867.
Insatisfeita com a política expansionista promovida pela nova Confederação e preocupada com a possibilidade de anexação dos territórios do Sul, a França vai declarar guerra a Prússia após um desentendimento na sucessão do trono espanhol. Militarmente superior à França, a Prússia saiu vitoriosa da Guerra Franco-Prussiana e através da assinatura do Tratado de Frankfurt exigiu o pagamento de uma multa de 5 bilhões de francos, além de anexar o território de Alsácia e Lorena que era rica em minerais e carvão e por fim, o exército prussiano marchou sobre as ruas de Paris. Além de perder, a França sai humilhada da guerra pela Confederação Germânica, criando o que ficou conhecido como o Revanchismo Francês.
Essa guerra foi o último grande conflito enfrentado pela Prússia antes da sua unificação, que foi concretizada dentro do palácio de Versalhes em 1871 na França (pega a visão: os caras queriam mostrar que mandam né, bebê). Bismarck vai inaugurar o que ficou conhecido como o II Reich e Guilherme I foi proclamado o novo Kaiser da recém unificada Alemanha, que vai se tornar um país extremamente forte tanto militarmente quanto economicamente o que vai abalar o equilíbrio europeu.