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Macarthismo

Com o fim da Segunda Guerra, na década de 1940, o socialismo soviético se expandiu. O Macarthismo, a caça aos socialistas norte-americanos, tentou conter o comunismo nos EUA, o que causou uma histeria no país.

Stalinismo

Coexistência Pacífica

Crise dos Mísseis

Fim da Coexistência Pacífica

A construção do bloco capitalista.

Pelo lado capitalista, um conjunto de práticas passou a ser adotado a partir do discurso do presidente dos Estados Unidos Harry S. Trumman, em 1947. O discurso em defesa do capitalismo e dos ideais de liberdade acreditavam na necessidade da construção de um aparato de defesa desses ideais no mundo contra a expansão socialista. Esse projeto, assim, ficou conhecido como a Doutrina Trumman, que deu início a montagem de um complexo sistema de defesa do bloco capitalista.

Apesar dos E.U.A representarem a principal potência desse bloco, havia também a participação de países democráticos, sobretudo os europeus, como a Inglaterra, a França e a Alemanha Ocidental. Esses países, devastados pelas Guerras, receberam apoio financeiro dos E.U.A através do Plano Marshall (1948), que tinha como objetivo recuperar a economia europeia e afastar o espectro socialista com empréstimo a juros baixos e investimentos públicos.

Na Ásia também houve um planejamento semelhante, conhecido como o Plano Colombo, no entanto, o apoio econômico à Ásia foi muito menor que o destinado à Europa e só se iniciou em 1951, após a explosão da Revolução Comunista de Mao Tsé-Tung, na China (1949), e o início da Guerra da Coreia (1950). Assim, o Japão passou a se tornar um grande aliado das potências ocidentais e do bloco capitalista nesse continente.

Na América, enfim, a presença capitalista e norte-americana se consolidou não através da ajuda econômica, mas da interferência política direta e das atividades militares. Desde o século XIX, com a Doutrina Monroe (1823) e durante o século XX, com a política do Big Stick (1903) e o corolário Roosevelt (1904), os Estados Unidos detinham a hegemonia econômica e militar na América, evitando a interferência europeia e atuando diretamente nas manipulações políticas regionais, com apoio de golpes, ditaduras e intervenções militares.

Assim, a criação do Tratado Interamericano de Ajuda Recíproca (TIAR-1948) tinha como objetivo construir uma aliança militar, sob domínio norte-americano, capaz de combater as ameaças socialistas e os possíveis ataques soviéticos aos países da América. No ano seguinte, de forma semelhante, os E.U.A também se envolveu na criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN-1949) que seria responsável por consolidar uma aliança militar entre as potências do norte e, também, combater possíveis ataques socialistas.

Ainda que um aparato militar estivesse pronto para defender o bloco capitalista de quaisquer ameaças socialistas, no final da década de 1940, com a circulação das notícias de espiões soviéticos infiltrados nos E.U.A e com o suposto roubo dos planos da bomba atômica em 1949, uma paranoia coletiva se instalou nos dois blocos, gerando uma guerra muito mais oculta. Essa nova forma de atuação dos países propiciou a criação nos Estados Unidos de um serviço secreto capaz de garantir a segurança nacional com o uso da inteligência e de espionagem, conhecido como Central Intelligence Agency (CIA), criada em 1947 pelo presidente Trumman.

A atuação de espiões socialistas e de cidadãos americanos pró-União Soviética, movimentaram ainda mais a guerra ideológica interna que os países viviam. Nos E.U.A, por exemplo, a paranoia da espionagem foi tão intensa que, em 1950, o senador Joseph McCarthy declarou que tinha uma lista com nomes de funcionários do Departamento de Estado Norte-Americanos que seriam, na realidade, espiões soviéticos infiltrados.

A “lista negra” de McCarthy iniciou um período de “caça às bruxas” nos Estados Unidos, que visava perseguir, prender e até mesmo torturar indivíduos suspeitos de espionagem ou de ligação com o comunismo. As ações de McCarthy renderam diversas prisões durante a década de 1950 e chegaram a dar origem ao Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos, responsável por receber denúncias e investigar cidadãos acusados de “práticas socialistas”. A ideia base do McCarthismo se espalhou pelo ocidente como uma perseguição geral aos partidos comunistas e seus simpatizantes.

 

A construção do bloco socialista.

Enquanto no lado capitalista a Doutrina Trumman orientou todo um sistema de defesa e consolidação dos ideais capitalistas e liberais, no lado oriental, a ocupação do Exército Vermelho e o Stalinismo garantiram a presença do socialismo com base no autoritarismo. Assim, uma linha de fronteiras conhecida como Cortina de Ferro separava os países do bloco capitalista da zona de influência soviética, que contava com os Estados satélites da Alemanha Oriental, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária e Romênia e com as repúblicas soviéticas da Ucrânia, Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, Estônia Lituânia, Letônia e Cazaquistão.

No lado asiático, alguns países também fizeram parte da zona de influência soviética, demarcando a menos conhecida Cortina de Bambu, que contou com alguns governos socialistas como Laos, Mongólia e Vietnã. Vale destacar que, nesta esfera, as alianças socialistas ao longo do século XX foram muito mais instáveis, visto que o sucesso da revolução de Mao Tsé-Tung (1949) permitiu o surgimento de uma nova força socialista na região que atraiu regimes descontentes com a política soviética.

Assim, para consolidar a ideologia comunista nessas zonas de influência, além do autoritarismo, também houve o apoio econômico. A União Soviética possuía um desenvolvimento econômico e industrial muito inferior aos Estados Unidos, logo, o Conselho para Assistência Econômica Mútua (COMECON-1949), apesar de apoiar economicamente os países socialistas, não alcançou as mesmas proporções da versão capitalista, o Plano Marshall.

Pela perspectiva militar, se o bloco capitalista investiu em alianças como o TIAR e a OTAN, a União Soviética, por sua vez, criou em 1955 o exército do Pacto de Varsóvia. A aliança contava com a participação da Alemanha Oriental, da Polônia, da Tchecoslováquia, da Albânia, da Romênia, da Bulgária e da Hungria, sob comando da URSS. O Pacto de Varsóvia foi criado como uma ferramenta de defesa dos ideais socialistas contra possíveis ataques do bloco capitalista, no entanto, sua maior atuação foi na opressão de revoltas e cisões internas, como na Primavera de Praga (1968) com a ocupação militar da cidade.

Essas cisões e as ameaças norte-americanas também geraram a necessidade, por parte dos soviéticos, de institucionalizar ainda mais os seus aparatos de espionagem. Visando assim descobrir os planos dos inimigos e dos opositores internos, para executar ações rápidas, a União Soviética, em 1954, criou oficialmente o serviço de inteligência e espionagem da KGB (Comitê de Segurança do Estado).

A Crise dos Mísseis de 1962.

Em 1959, a vitoriosa revolução nacionalista de Fidel Castro retirou do poder o antigo ditador Fulgêncio Batista e iniciou em Cuba um período de combate ao imperialismo norte-americano e aproximação à influência soviética. Essa manobra política, naturalmente, atraiu para Cuba graves punições e uma relação hostil com o vizinho do norte, que tentou interferir na revolução de forma violenta, com a fracassada invasão militar à Baía dos Porcos, em 1961.

Isolada politicamente no ocidente e sem força econômica e militar para resistir às pressões norte-americanas, a transformação de Cuba em um país socialista e a aproximação com a União Soviética garantiram ao país proteção e desenvolvimento durante a Guerra Fria. A ilha comandada por Fidel Castro se tornou um importante ponto estratégico para a União Soviética e um grande problema para os Estados Unidos.

Assim, nesta conjuntura, descobrindo a instalação de mísseis norte-americanos na Turquia, apontados para a União Soviética, o país socialista decidiu então apoiar a resistência cubana e, estrategicamente, garantiu também a construção de bases militares em Cuba, com mísseis nucleares apontados para o rival capitalista.

Visto isso, em outubro de 1962, o presidente John F. Kennedy anunciou que fotos aéreas de um avião norte-americano comprovavam a instalação de mísseis nucleares à 145km da costa da Flórida, revelando assim uma ameaça ao país e uma possível declaração de guerra dos socialistas. Uma série de tensões entre os dois governos ficou conhecida como os “13 dias que abalaram o mundo”, pois, a qualquer momento, muitos acreditavam que uma guerra nuclear finalmente teria início.

Apenas no dia 28 de outubro que os dois países chegaram a um acordo, com o líder socialista Nikita Khrushchov decidindo retirar os mísseis de Cuba com algumas condições: o fim das interferências americanas em Cuba e a retirada dos mísseis americanos da Turquia.