Independência Afro-Asiática
Fatores Desencadeadores
Tipos de Independência Afro-Asiática
A Independência da Índia
Independência da Indochina e Guerra do Vietnã
A decadência dos grandes impérios coloniais se deu, como vimos, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial. As lutas de libertação, no entanto, não ocorreram de forma homogênea. Alguns processos ocorreram de forma mais “pacífica", enquanto em outros foram travados violentos conflitos. No caso da via “pacífica”, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando, dessa forma, um novo tipo de dependência. As independências que ocorreram pela via violenta tiveram a oposição das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação, consolidadas através de guerras civis. Quando observamos os casos de emancipação, percebemos que, na maior parte das regiões sob colonização inglesas, a luta se deu de forma relativamente pacífica. Ali, as lideranças locais combinaram as pressões políticas com as manifestações da população em favor da independência. Isso foi possível pois a Inglaterra – para preservar seus interesses econômicos nessas regiões – adotou uma postura de liberalização controlada. Em contrapartida, nas regiões onde se instalavam grandes núcleos estáveis de povoamento e colonização, constituídos por imigrantes europeus, a potência colonizadora enfrentou as reivindicações de independência com repressão. Nesse caso, o caminho escolhido pelos que lutaram pela libertação foi a luta armada. Isso aconteceu tanto em regiões de colonização francesa, como a Argélia, quanto em áreas sob o domínio de Portugal, como Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
Índia
Nos anos de 1920 cresceram as lutas de independência na Índia, sob a liderança do advogado pacifista Mahatma (ou Mohandas) Gandhi. Partidário da não violência e da desobediência civil como métodos de luta, passou a mobilizar a população para a realização de greves gerais que enfrentaram a violenta repressão dos britânicos. Em 1920, ele se tornou o principal dirigente do Partido do Congresso, grupo que aglutinava correntes de oposição ao domínio britânico.
A partir de 1945, com a chegada de Clemente Attlee ao governo inglês, a Inglaterra mudou de postura e se iniciou um processo de transferência de poder aos indianos. Nesse processo, no entanto, emergiram conflitos entre as duas principais comunidades que formavam a Índia: os hindus e os muçulmanos. Até então, embora fosse hindu, Gandhi era visto com um grande líder de todo subcontinente indiano, sem distinção de etnias ou religiões. Diante desse conflitos, em 1947, a Índia foi dividida em dois estados e declarada independente. Formavam-se ali a Índia (de maioria hindu) e o Paquistão (de maioria muçulmana). O Paquistão, território destinado aos muçulmanos, era formado por dois territórios separados: o Paquistão ocidental (atual Paquistão) e o Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Contrário à essa divisão, Gandhi procurou criar um espírito de cooperação, o que despertou o ódio de grupos extremistas hindus. Devido a isso, em janeiro de 1948, ele foi assassinado.
Indonésia
Durante quatro séculos a Indonésia foi colonizada pelos holandeses. Durante a Segunda Guerra Mundial estes foram expulsos pela ocupação japonesa, iniciada em 1942. Após o derrota do eixo, os líderes nacionalistas Sukarno e Hatta proclamaram a independência da Indonésia. No entanto, no começo de 1946, os holandeses tentaram restabelecer o domínio colonial iniciando um período de guerra civil na região. A independência só foi internacionalmente reconhecida em 1949. Consolidada a independência, Sukarno se tornou um dos líderes dos países não-alinhados, a partir da conferência de Bandung em 1955.
Vietnã
O Vietnã era uma colônia francesa que, durante a Segunda Guerra Mundial, foi invadida pelo Japão. Em 2 de setembro de 1945, horas após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, o líder comunista Ho Chi Minh declarou a independência do Vietnã, formando a República Democrática do Vietnã. A França, no entanto, não reconheceu o novo país e ocupou o sul do Vietnã. A partir daí se iniciaram uma série de conflitos que ficaram conhecidos como a Guerra da Indochina (1946-1954). Durante a guerra, que durou oito anos, os comunistas chineses de Mao Tsé-Tung apoiaram o Viet Minh, enquanto os Estados Unidos ajudaram as forças francesas e anti comunistas vietnamitas. Diante das derrotas francesas, em 1954, na Conferência de Genebra, a França reconheceu a independência do Vietnã do norte, do Laos e do Camboja. O território do Vietnã foi dividido em dois Estados soberanos: Vietnã do norte, uma república comunista liderada por Ho Chi Minh, e o Vietnã do Sul, uma monarquia pró-ocidente governada pelo imperador Bao-Dai.
Uma das cláusulas do Tratado de Genebra previa a realização de eleições para uma possível reunificação do país. Estas, no entanto, foram canceladas diante de uma possível vitória de Ho Chi Minh.
No final da década de 1950, Ho Chi Minh organizou um movimento de guerrilha comunista no sul, chamado Viet Cong. O Vietnã do Norte e o Viet Cong se opuseram a uma série de regimes ineficazes do Vietnã do Sul apoiados pelos EUA e, a partir de 1964, resistiram a uma intervenção militar comandada pelos Estados Unidos.