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Cuba no século XXI

Cuba no século XXI

Cuba - Aspectos Geográficos

Cuba é um país insular na América Central. Nesse contexto histórico e todas as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país, sua principal produção é de tabaco e cana.  É uma região de intensa atividade de furacões devido suas águas aquecidas, além de se localizar em uma região de contato de placas tectônicas o que transforma o país também em uma zona de terremotos.

Cuba - Aspectos Históricos

Ao assumir o poder no país, Fidel Castro iniciou um processo de limpeza política das influências de Fulgêncio Batista e dos Estados Unidos. Primeiramente, os seguidores e aliados do antigo ditador foram presos e fuzilados pelo novo regime, demonstrando assim a incapacidade de diálogo do novo governo. Os paredões de fuzilamento se tornaram extremamente autoritários e muitas vezes foram além da questão política. Não só os inimigos do governo foram executados, como também líderes religiosos, homossexuais e até mesmo membros das religiões de matrizes africanas.

Em seguida, Castro iniciou uma série de reformas que destruíam a presença norte-americana no país, fechando boates, cassinos e casas de prostituição. Neste processo, também prendeu e exilou centenas de traficantes, bandidos e corruptos, enviando todos para os Estados Unidos em um barco.

Enfim, atacando os interesses econômicos norte-americanos, Fidel Castro realizou uma extensa reforma agrária, nacionalizou a exploração de riquezas naturais, dentre elas o petróleo e as refinarias de açúcar, grande interesse do norte na ilha.

A postura de Castro, enfim, chamou atenção do governo norte-americano, que aprofundou o embargo econômico sobre a ilha em 1960, impedindo a entrada de produtos estrangeiros no país. Essa situação dificultou o desenvolvimento econômico do país, que já estava abalado pós revolução.

Assim, em 1960, Fidel Castro surpreendeu o mundo em um discurso ácido e antiamericano durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque. Após ter se hospedado no pobre bairro negro do Harlem e ter conhecido figuras como Malcolm X e Nikita Khruschev, Castro acusou os Estados Unidos de impedirem o desenvolvimento latino-americano e de tentarem sufocar Cuba. Neste discurso profundamente anti-imperialista, Castro ainda anunciou que, a partir daquele ano, Cuba estabeleceria relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética.

O anúncio de Castro em plena Guerra Fria foi um impacto para os interesses norte-americanos, visto que teriam a poucos quilômetros de seu território um ponto estratégico do seu maior inimigo durante a Guerra Fria.

 

A Aliança para o Progresso e a Crise dos Mísseis Cubanos.

A presença de um país socialista no “quintal” dos Estados Unidos e o crescimento de outros movimentos revolucionários na América Latina acendeu o alerta do governo americano. Neste cenário, o presidente John Kennedy, em 1960, lançou a chamada Aliança para o Progresso. O projeto tinha como objetivo enviar ajuda econômica para países da América Central e do Sul combaterem possíveis ameaças socialistas em seus territórios, difundindo, assim, os ideais capitalistas.

A Aliança Para o Progresso também contou com um apoio político e estratégico dos Estados Unidos para o estabelecimento de diversas ditaduras militares. Assim, não só o dinheiro evitaria o sucesso de revoluções, como a violência e o autoritarismo neutralizariam os chamados subversivos.

No governo cubano, por sua vez, uma das figuras mais empenhadas na luta contra o imperialismo ao redor do mundo foi Che Guevara. O revolucionário, assim, lançou a teoria do foquismo, que visava estabelecer diversos focos revolucionários ao redor do mundo, na luta contra o imperialismo. O apoio de Fidel e Che, portanto, possibilitou o crescimento de guerrilhas no Brasil, na Nicarágua, em países africanos e diversos outros locais.  

Neste cenário, os Estados Unidos, inicialmente, ainda tentaram invadir Cuba, derrotando militarmente o governo revolucionário. Entretanto, as invasões realizadas entre 1960 e 1962 foram fracassadas. A principal delas foi a Operação Mangoose, que teve seu ponto alto na Invasão da Baía dos Porcos. Essa tentativa de invasão contou com diversos anticastristas exilados e soldados apoiados pela CIA, mas acabou fracassando.

Assim, nesta conjuntura de Guerra Fria, a URSS descobriu a instalação de mísseis norte-americanos na Turquia, apontados para o leste. Visto isso, o país socialista decidiu então apoiar a resistência cubana e, estrategicamente, garantiu também a construção de bases militares em Cuba, com mísseis nucleares apontados para o rival capitalista. Essa movimentação gerou o que ficou conhecido como a Crise dos Mísseis Cubanos.

Enfim, em outubro de 1962, o presidente John F. Kennedy anunciou que fotos aéreas de um avião norte-americano comprovavam a instalação de mísseis nucleares à 145km da costa da Flórida, revelando assim uma ameaça ao país e uma possível declaração de guerra dos socialistas. Uma série de tensões entre os dois governos iniciou o curto período apelidado de “13 dias que abalaram o mundo”, pois, a qualquer momento, muitos acreditavam que uma guerra nuclear finalmente teria início.

Apenas no dia 28 de outubro que os dois países chegaram a um acordo, com o líder socialista Nikita Khrushchev decidindo retirar os mísseis de Cuba com algumas condições: o fim das interferências americanas em Cuba e a retirada dos mísseis americanos da Turquia.

 

Século XXI

Com a morte de Fidel Castro, seu irmão Raul Castro assumiu o poder. Seu governo foi marcado por um processo maior de abertura, mas nada tão revolucionário. Mesmo assim, destaca-se o Acordo Diplomático entre os Estados Unidos e Cuba, durante a administração de Obama, estabelecendo prazos para o fim dos embargos, reabertura das embaixadas e fechamento de Guantánamo. Todavia, com o início do governo Trump, tais avanços foram neutralizados, uma vez em sua administração o acordo foi retirado.