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Trump e a questão de Jerusalém

O professor Marcus Oliveira explica tudo sobre a relação entre Trump e a Questão de Jerusalém. Confira!

Introdução

Em dezembro de 2017, o presidente Donald Trump anunciou formalmente a transferência da embaixada americana em Israel da cidade de Tel Aviv para a cidade de Jerusalém, reconhecendo tal como a capital de Israel. Tal ação desencadeou uma série de revoltas na população palestina, que vê a ação como um ponto final ao sonho da criação de um Estado Palestino e a escolha de Jerusalém Oriental como capital desse Estado, uma possível saída para uma crise envolvendo judeus e palestinos a mais de 70 anos.

Para entender melhor a questão, é necessário relembrar alguns dos principais conflitos envolvendo Israel e a Palestina e o que significa Jerusalém para esses dois povos.

Conflitos Israel x Palestina

Durante muitos anos e depois de inúmeras diásporas, os judeus buscavam sua Terra Santa. No fim do século XIX, surgiu o movimento sionista, que tinha como objetivo criar um Estado judeu na região da Palestina, considerada o berço do judaísmo. Porém essa região estava ocupada por árabes-palestinos. A partir da segunda metade do século XIX, uma grande quantidade de judeus migrou em massa em direção aos territórios da Palestina, então habitados por cerca de 500 mil árabes.

Essa região é reivindicada pelos judeus por ter sido ocupada por eles até a sua expulsão pelo Império Romano, no século III d.C., iniciando a diáspora (dispersão de judeus pelo mundo). Com a ocupação da área, uma tensão estabeleceu-se entre os povos das duas principais religiões do local, o que desencadeou uma série de conflitos. Após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Organização das Nações Unidas (ONU), que ficou encarregada de resolver a situação, estabeleceu um Estado duplo entre as duas nações em 1947. Dessa forma, aproximadamente metade do território seria ocupada por cada povo, e Jerusalém, a capital, ficaria sob uma administração internacional. Era a partilha da ONU.

No ano seguinte, porém, Israel não aceitou o tratado e declarou independência na região, iniciando o processo de ocupação da Palestina.

Em 1964, foi criada a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), liderada por Yasser Arafat, para lutar pelos direitos perdidos por esse povo na região com os acontecimentos então recentes. O principal grupo político da OLP, também controlado por Arafat, era o Fatah, um grupo moderado ainda hoje existente.

Com a reação dos países árabes circundantes, que eram contrários à criação do Estado de Israel, teve início a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em apenas seis dias, os israelenses tomaram a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; as Colinas de Golã, da Síria; Jerusalém Oriental, da Jordânia, e a Cisjordânia. Mesmo com a resolução posterior da ONU, em que Israel deveria devolver tais territórios, esses continuaram sob domínio israelense por um bom tempo.

Em 1973, teve início a Guerra do Yom Kippur, em que os países árabes derrotados na Guerra dos Seis Dias tentaram reaver seus territórios. Porém Israel conseguiu uma nova vitória, pois contava com o apoio indireto dos Estados Unidos. Os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizaram uma grande represália aos Estados Unidos, prejudicando toda a economia mundial: aumentaram os preços do barril de petróleo em 300%, iniciando a primeira crise do petróleo em 1973.

Em 1979, Israel decidiu pela devolução da Península do Sinai para o Egito, após a mediação dos Estados Unidos no sentido de selar um acordo entre os dois países, chamado de Acordos de Camp David. Com isso, os egípcios se tornaram os primeiros povos árabes a reconhecerem oficialmente o Estado de Israel, gerando profunda revolta entre os demais países da região.

Resolução

Desde a criação do Estado de Israel e através de diversos conflitos esse vem expandindo sua dominação territorial sobre a região da Palestina inclusive a ocupação sobre a cidade de Jerusalém, que passou a ser constitucionalmente a capital do Estado de Israel, embora tal decisão não seja apoiada por outros países. Jerusalém é uma cidade importante para as três maiores religiões monoteístas do mundo e alguns defendem uma gestão internacional para evitar conflitos. Com a decisão de Trump essa questão fica ainda mais complicada gerando conflitos na região.