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Apresentação do Oriente Médio

Fica ligado nessa aula sobre os separatismos, fragmentações e conflitos que ocorreram no Oriente Médio. Confira!

As motivações do conflito na Palestina

Guerras na Palestina

Os acordos de paz na Palestina

As guerras do Golfo

Introdução ao Oriente Médio

Oriente Médio é uma área geográfica que inclui países como Turquia, Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Iêmen e a região da Palestina, onde também se encontra o Estado de Israel. Apesar das diferentes etnias que ocupam essa região, existem alguns elementos em comum, como a língua árabe e a religião islâmica, que conectam alguns dos países nessa região. Todavia, a região também é berço das três maiores religiões monoteístas do mundo (cristianismo, islamismo e judaísmo).

Oriente Médio – um nó geográfico

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dio_Oriente

 

A região possui duas grandes importâncias estratégicas. A primeira é que ela é considerada um nó geográfico, pois conecta Europa, Ásia e África. Outra característica relevante é a gigantesca riqueza no subsolo da região, a disponibilidade de petróleo. A região abriga cinco entre as dez maiores reservas de petróleo do mundo. Na segunda metade do século XX, o petróleo se tornou a principal matriz energética. Portanto, o controle de suas reservas passou a ser de interesse estratégico para as principais potências políticas mundiais e empresas.

Fonte: https://economistavisual.com/
 

 

As motivações do conflito na Palestina

A região da Palestina já foi ocupada por diversos povos e etnias. Um deles foi o povo hebreu (judeu), expulso dessa região pelo avanço do Império Romano, aproximadamente nos anos 70 d.C. Nesse período, se configurou a diáspora judaica, isto é, a migração forçada do povo judaico, que começou a se espalhar pelo Oriente Médio, Europa e Ásia. Na região, o Império Romano não estabeleceu uma significativa ocupação, que passou a ser estabelecida e expandida pelos árabes e, posteriormente, pelos árabes mulçumanos. Séculos depois, durante o Mandato Britânico da Palestina (1920-1948), resultante da partilha do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial, começou a se observar um movimento de migração de judeus para a região, resultado de um crescente movimento sionista desde o final do século XIX. Esse movimento defendia a criação de um Estado Nacional na região da Palestina, antigo berço da população judaica.

Mandato Britânico

Fonte: https://pt.wikipedia.org/

 

Os judeus expulsos pelo Império Romano ficaram marginalizados, sem uma região para chamarem de casa. O antissemitismo, atitude de aversão aos judeus, começa a crescer na Alemanha, e a perseguição e assassinato no nazismo de Hitler, com o Holocausto, podem ser considerados o ápice dessa expressão. Assim, após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), justamente para que esse horror não se repetisse, a ONU, recentemente criada, propôs a divisão da região da Palestina em um Estado Judeu e outro Palestino, no qual Jerusalém, importante para as três religiões, seria administrada internacionalmente.

Plano de Partilha da Palestina proposto pela ONU

Fonte: https://www.portoeditora.pt/
 

 

Guerras na Palestina

Os judeus logo aceitam a criação de seu Estado, já a população árabe na região, não. E, assim, se inicia o Primeiro Conflito Árabe-Israelense (1948), ou Guerra de Independência do Estado de Israel, que durou até 1949. Os palestinos começaram a se organizar e, apenas em 1964, foi criada a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), liderada por Yasser Arafat, para lutar pelos direitos palestinos perdidos por esse povo na região devido à ocupação pelo Estado de Israel. O principal grupo político da OLP, também controlado por Arafat, era o Fatah, um grupo moderado ainda hoje existente.

Yasser Arafat – Líder da OLP

Fonte: https://efemeridesdoefemello.com/

 

Em 1967, contrários à criação do Estado de Israel, Egito, Síria, Jordânia e Iraque preparavam um ataque contra Israel. Porém, antecipando o conflito, a força aérea israelense lançou um ataque preventivo ao Egito, iniciando, assim, a Guerra dos Seis Dias. Em apenas seis dias, os israelenses conquistaram uma grande vitória, com o domínio da Faixa de Gaza, da Península do Sinai (Egito), das Colinas de Golã (Síria), de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia (Jordânia). Mesmo com a resolução posterior da ONU, em que Israel deveria devolver tais territórios, esses continuaram sob domínio israelense por um bom tempo e foram utilizados para barganhar o reconhecimento de seu Estado na região.

Depois de dois conflitos principais e com uma grande derrota, a insatisfação dos países árabes só aumentava. Assim, em 1973, teve início a Guerra do Yom Kippur, em que os países árabes derrotados na Guerra dos Seis Dias tentaram reaver seus territórios. Porém, Israel conseguiu uma nova vitória, pois contava com o apoio indireto dos Estados Unidos. Os países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizaram uma grande represália aos Estados Unidos, prejudicando toda a economia mundial: aumentaram os preços do barril de petróleo em 300%, iniciando a primeira crise do petróleo em 1973.

Evolução do domínio territorial israelense

 

Acordos de paz na Palestina

Em 1979, Israel decidiu pela devolução da Península do Sinai para o Egito, após a mediação dos Estados Unidos no sentido de selar um acordo entre os dois países, chamado de Acordos de Camp David. Com isso, os egípcios se tornaram os primeiros povos árabes a reconhecerem oficialmente o Estado de Israel, gerando profunda revolta entre os demais países da região.

O presidente egípcio, Anwar Sadat, o presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, e o primeiro-ministro israelense, Menachem Begin, riem durante a assinatura dos Acordos de Camp David

Fonte: https://share.america.gov/

 

No ano de 1987, chegou ao auge a Primeira Intifada, uma revolta espontânea da população árabe-palestina contra o Estado de Israel, quando o povo atacou com paus e pedras os tanques e armamentos de guerra judeus. A reação de Israel foi dura e gerou um dos maiores massacres do conflito, o que desencadeou uma profunda revolta da comunidade internacional em virtude do peso desproporcional do uso da força nas áreas da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. No mesmo ano, foi criado o Hamas, que, mais radical, visava à destruição completa do Estado de Israel, ao contrário da OLP, que objetivava apenas a criação da Palestina.

Em 1993, mediados pelos Estados Unidos, israelenses e palestinos assinaram os Acordos de Oslo, no qual representantes da OLP reconheceram a criação do Estado de Israel. No entanto, atualmente, setores radicais israelenses e palestinos ainda mantêm intensos conflitos pela ocupação da região da Palestina. Existem assentamentos judaicos em zonas árabes e acampamentos palestinos nas fronteiras com a Cisjordânia, que são a expressão atual do conflito territorial.

Aperto de mãos entre o então líder palestino, Yasser Arafat, e o premiê israelense, Yitzahk Rabin, após a assinatura dos Acordos de Oslo, mediados pelo presidente Bill Clinton

Fonte: https://istoe.com.br/
 

 

As Guerras do Golfo

A Guerra Irã x Iraque (1980-1988)

No Iraque, vizinho do Irã, cerca de 60% da população é xiita. Saddam Hussein, militar sunita, passou a temer que a revolução islâmica se alastrasse também no seu país. Com o apoio dos Estados Unidos e alegando questões territoriais, o Iraque declarou guerra contra o Irã. O conflito durou 8 anos, causou mais de 1 milhão de mortes e fez o preço do barril disparar.

 

Primeira Guerra do Golfo

Sob a alegação de que o Kuwait estaria provocando a queda do preço do petróleo no mercado internacional, Saddam Hussein invadiu o país vizinho em agosto de 1990. Os Estados Unidos coordenaram uma formação militar internacional para atacar o Iraque e forçar sua retirada do Kuwait. Saddam Hussein permaneceu no comando do país por conseguir, de alguma forma, controlar as tensões internas entre sunitas, xiitas e curdos.

 

Segunda Guerra do Golfo

Em 2003, os Estados Unidos atacaram novamente o Iraque, iniciando um novo conflito. Alegando uma suposta produção de armas químicas de destruição em massa, a ação militar ignorou a resolução da ONU, contrária ao ataque. O líder Saddam Hussein foi capturado por tropas norte-americanas e entregue à justiça iraquiana, sendo julgado e condenado à morte em 2006. Somente em 2011, o presidente Barack Obama iniciou a retirada de soldados do Iraque, sem que a situação política estivesse pacificada.