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O que é rede e hierarquia urbana?

Neste vídeo, com a ajuda do prof Claudio Hansen, iremos aprender os significados dos conceitos rede e hierarquia urbana.

O que são Cidades Globais?

Modelos de Hierarquia Urbana

Rede e Hierarquia Urbana Brasileira

Quando observados todos esses ciclos econômicos geograficamente, fica claro que o desenvolvimento do território brasileiro ocorreu em forma de arquipélago (ilhas). Conforme as atividades econômicas mudavam, ocorria o surgimento de novas cidades no entorno dessa nova atividade, e em muitos casos, muito distante umas das outras. Então podemos destacar que as atividades ocorriam de formas isoladas, e não interligadas entre si, basicamente buscando atender a demanda externa.

Então pode-se dizer que a expansão do território brasileiro ocorreu de forma desigual. Isso foi fruto do modo de produção latifundiário para exportação, impedindo que as mercadorias fossem comercializadas entre as regiões do país, preferindo atender ao comercio externo, até mesmo devido à sociedade escravocrata que existia, se desdobrando em pouco mercado interno.

Importante frisar que a dinâmica de distribuição de terras começou por doações da coroa portuguesa, e depois se consolidou a compra e venda, concentrando enormes latinfundios na mão de uma elite. Essa elite latifundiária era responsável por criar os primeiros núcleos de cidade em sua infraestrutura, e foi essa elite que ajudou economicamente o processo de industrialização, sobretudo a partir da crise de 29, que representou a crise do café no Brasil. Acontece que os latifundiários se tornavam a elite política e também econômica, uma vez que, como visto, os ciclos economicos do Brasil tinham forte dependência desse modelo.  

Além disso, os primeiros aglomerados de cidade se dão ao redor das linhas de transporte, à época as linhas férreas, pois ali circulava capital, mercadoria e pessoas, facilitando o acesso aos espaços. O complexo cafeeiro permitiu a constituição de um sistema ferroviário muito importante, que facilitou a implantação de uma rede de cidades, que por sua vez viabilizou a distribuição de mercadorias do centro para regiões mais afastadas, cidades que estavam sendo formadas no que chamamos de frente prioneira. As mercadorias produzidas no interior iam para capital e para o porto, especializando a agroindustria em várias cidades.  A econômia do café era a mais lucrativa e se concentrava, como visto, no eixo RJ-SP, que não a toa são hoje um grande eixo urbano industrial. Suas elites, visto a decadência do café, ajudaram economicamente com a industrialização, nesse eixo que já contava com importantes cidades e infraestrutura de transporte para receber os novos investimentos.

O início do processo de industrialização brasileiro e o destaque da região Sudeste

Para entender a industrialização do Brasil é necessário voltar ao ciclo do café, que foi o motor inicial para que esse processo ocorresse. Até o início da década de 1930, como ressaltado anteriormente, o espaço geográfico brasileiro foi estruturado exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador, fazendo com que a configuração das atividades econômicas fosse dispersa e com rara ou ausente interdependência, o que implicou no processo de formação do território brasileiro. A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, com o objetivo de facilitar o escoamento da produção e a distribuição, através da ampliação das linhas férreas. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o que possibilitou a produção para o mercado interno e o desenvolvimento das indústrias. A concentração da riqueza na região Sudeste, devido a riqueza oriunda do café, fez com que as indústrias também se concentrassem na região aumentando as disparidades inter-regionais.

 

Hierarquia Urbana

No Brasil, a maioria da população deslocou-se para o meio urbano em poucas décadas, principalmente após o início do processo industrial dos anos 1930, que acelerou-se na década de 1950 (com o governo de Juscelino Kubitschek e a penetração maciça  de investimentos internacionais), logo formando um mercado nacional centralizado no Sudeste, particularmente no Estado São Paulo

As cidades não se distinguem apenas pela localização ou papel concentração de população, mas pela quantidade e qualidade dos serviços que oferecem, como bancos, hospitais, escolas, clubes, centros de abastecimentos e etc. Enquanto nas cidades pequenas conta-se apenas com serviços simples, nas médias encontram-se, por exemplo, revendedores de máquinas agrícolas. As cidades maiores podem oferecer desde serviços que depende de alta tecnologia até tratamentos hospitalares sofisticados e um variado comércio de produtos importados.

Portando, quanto maior a quantidade de serviços oferecidos, maior o grau de influência dessa rede urbana. O grau dessa influência determina a existência de uma hierarquia urbana, as cidades são agrupadas em:

·         Centros sub-regionais- cidades que exercem domínio sobre uma pequena área do país: Ilhéus (BA); Ponta Grossa (PR).

·         Centros regionais nacionais- cidades que mantêm fortes vínculos com grande parte do país, polarizando as áreas à sua volta: Londrina (“a capital do norte do Paraná”); Uberaba e Uberlândia (“as capitais do Triangulo Mineiro”)

·         Metrópoles regionais– cidades cuja influência ultrapassa os limites regionais, polarizando diversos centros regionais: Manaus, Belém, Campinas.

·         Metrópoles nacionais- cidades que se relacionam de modo intenso com praticamente todas as áreas do país: Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador.

·         Metrópoles globais- cidades que mantêm relações econômicas, sociais e políticas com países vizinhos ou de outros continentes: São Paulo e Rio de Janeiro.

Para disciplinar o crescimentos dos aglomerados urbanos, a Lei Complementar n°14, 1973, estabeleceu a definição de Regiões Metropolitanas – áreas administrativas formadas pelos maiores e mais populosos municípios, uma vez que a metrópole  exerce influência econômica direta sob as cidades pequenas e médias do entorno.