O que é raça?
O racismo científico: suas origens
O racismo científico: sua influência
A teoria do branqueamento
O que é etnia?
Na tentativa de buscar uma explicação para a diferença entre as sociedades, pessoas e grupos por todo o planeta, criou-se o conceito de raça. é importante marcar aqui o contexto histórico do surgimento do contexto. Com a força que o iluminismo deu à racionaldiade e ao conhecimento científico, surgiram concepções do conhecimento que reconheciam como válidos apenas os saberes produzidos pela ciência. O positivismo, corrente da virada do séc. XVIII para o XIX, é o maior responsável por disseminar esse pensamento. Assim, a busca de uma explicação para a diversidade humana se baseia nas ciências desenvolvidas até então. E a ciência da época é a biologia. em franco desenvolvimento, essa ciência impacta a humanidade como um todo com a teoria da evolução de Darwin. Por conta desse impacto, muitos pensadores transportaram para a sociedade a proposta darwinista, formando o darwinismo social. A partir desse pensamento a diversidade humana tem base em determinismos biológicos, formando concepções onde os indivíduos estão pré-dispostos a comportamentos de acordo co sua herança biológica.
Assim, ignorando a trajetória sócio-histórica dos grupos humanos e as interações entre esses grupos, formulou-se uma proposta até então científica de interpretação da diversidade. Os seres humanos estavam classificados em raças tendo o homem branco como modelo. Os grupos humanos mais distante daquilo que os europeus consideravam características humanas eram os menos evoluídos, considerados bárbaros ou primitivos. Os mais parecidos com os europeus eram tidos como uma raça em transição evolutiva. os Caucasianos eram considerados o ápice do desenvolvimento humanos.
Essa interpretação só é possível a partir da crença de que as sociedades evoluiriam num mesmo sentido, sendo a diferença entre as raças humanas explicada pela gradação de evolução de um estágio menos evoluído para um estágio mais evoluído. Assim como os animais (e o humano) evoluíram gradativamente, as sociedades evoluem estando sujeitas à lei da Seleção Natural.
Alguns evolucionistas chegaram a classificar as sociedades tradicionais da África, América e Oceania como verdadeiros fósseis vivos. Seriam modelos de estágios arcaicos fazendo parte do passado da humanidade. Essas sociedades seram tidas como pobres, violentas e bárbaras e essas características eram atribuídas aos aspectos biológicos de seus povos. Assim, algumas manifestações fenotípicas eram associadas ao que era considerado incivilizado.
O racismo científico justificou um período de expansão imperialista das nações europeias e o neocolonialismo. Essas nações buscaram áreas consideradas menos evoluídas e as dominaram com a desculpa de desenvolver nesses locais a civilização e a cultura. Essa dominação produziu várias formas de apagamentos de culturas e populações. Mas uma forma específica que se manifestou em países miscigenados foi a teoria do embranquecimento. Uma expressão da eugenia em países multiculturais, o embranquecimento foi uma proposta de eliminação de características fenotípicas associadas ao atraso e à barbárie, na crença de que isso aperfeiçoaria a humanidade. Obviamente, com o devido distanciamento histórico, sabemos que, além de descabida, essa proposta é biologicamente impossível.
Já o conceito de etnia é um conceito que surge na tentativa de explicar a diversidade humana a partir de outras bases. Abandonando o determinismo biológico e considerando as trajetórias sócio-históricas, uma nova concepção sobre cultura surge, permitindo uma interpretação menos preconceituosa e mais tolerante sobre a diversidade. A etnia observa não apenas características biológicas, mas tenta perceber as afinidades produzidas por indivíduos que permitem que estes possam se definidos como um grupo social. Costumes de maneira geral, religião, culinária, língua, território... ou seja, todos os componentes que fazem um indivíduo pertencer a um grupo compõem sua etnia.