Colonização e Escravidão
Independência dos EUA
Ku Klux Klan
As conquistas da década de 50
Personalidades nos Movimentos
Os Movimentos Pacíficos
Consolidação das conquistas
O fim da escravidão nos E.U.A.
A Guerra Civil Americana, também conhecida como a Guerra de Secessão, durou de 1861 até 1865, quando as tropas sulistas foram derrotadas pelos nortistas, pois o norte, industrializado e com promessas de abolição da escravidão, contou com tecnologias e equipamentos muito superiores aos usados pelas tropas sulistas (maior malha ferroviária, armas, navios), além de contar também com o apoio de escravizados que fugiam das tropas do sul para o norte, buscando a abolição.
Como consequência da guerra, mais de 600 mil pessoas foram mortas, os estados do sul foram novamente anexados à União e, no dia 6 de dezembro de 1865, entrou em vigor a 13º Emenda à Constituição dos Estados Unidos, decretando o fim do trabalho escravo em todo o país. Apesar da abolição e das mudanças nos Estados Unidos com a vitória do norte, o país que ressurgia após a impactante Guerra Civil não deixou para trás o preconceito e o racismo.
O período da reconstrução.
A guerra civil, foi um dos maiores conflitos armados do século XIX e causou grandes problemas para o país. Assim, em 1865, teve início o chamado período de reconstrução radical, quando novas leis e projetos foram aprovados visando reconstruir o país e amenizar os danos da guerra. Entretanto, muitos sulistas ainda não estavam satisfeitos com as propostas do norte e promoveram uma reconstrução baseada na segregação racial.
Logo, após a guerra, descontentes com a vitória nortista, com os novos rumos do país e com a 13º Emenda, grupos formados por brancos radicais, que se consideravam superiores e verdadeiros americanos, passaram a perseguir e assassinar a população negra e livre, principalmente no sul. Um dos grupos de maior relevância no período com funcionamento até os dias atuais, foi a organização terrorista Ku Klux Klan, responsável pela perseguição de negros, ciganos, judeus, católicos ou qualquer grupo considerado, por eles, como inferior.
Visando propagar os ideais racistas e a causa sulista, os derrotados, no período da reconstrução, também lançaram uma série de produções literárias e audiovisuais que contavam a “versão sulista da história”. Esse movimento, conhecido como lost cause, romantizou e elevou os “heróis” do sul, construindo na região toda uma atmosfera ainda mais regionalista e racista. Entre as principais obras que defenderam essa causa e o próprio renascimento da KKK, em 1915, foi o filme de D. W. Griffith, “O Nascimento de uma nação”.
O movimento negro nos Estados Unidos
Apesar do fim da escravidão ter marcado a emancipação negra após a Guerra de Secessão, durante a maior parte do o século XX, nos Estados Unidos, a população negra sofreu com a segregação institucionalizada em diversas leis sulistas, como as Leis Jim Crow e a doutrina “Separados, mas iguais”, que proibia o acesso de negros a determinados espaços. Além do mais, essa população teve dificuldade para conquistar direitos civis básicos e foi perseguida por movimentos extremistas como a Ku Klux Klan e outros grupos racistas.
Desta forma, a população negra nos Estados Unidos, naturalmente, não tinha acesso aos padrões do “American Way of Life” e muito menos à propagandeada liberdade, símbolo do país. Assim, a opressão sofrida por esse grupo gerou uma série de movimentos contestatórios desde o início do século XX, mobilizados sobretudo por um ideal pan-africanista de autores americanos negros, como William E. D. Du Bois, que defendia a união dos descendentes africanos e o combate ao racismo.
Um dos grandes momentos catalizadores do movimento negro norte-americano começou, enfim, no dia 1 de dezembro de 1955, quando a costureira negra conhecida como Rosa Parks se negou a ceder seu lugar no ônibus para um homem branco, recusando-se obedecer a segregação e iniciando, assim, um movimento de boicote aos ônibus da cidade de Montgomery. O movimento liderado por Rosa Parks, que durou de dezembro de 1955 a dezembro de 1956, questionou a segregação racial, conquistou o fim dessas políticas segregacionistas no Alabama e impulsionou diversos outros movimentos de lutas por direitos civis nos Estados Unidos.
Uma das grandes lideranças deste movimento, inclusive, foi o pastor negro Martin Luther King Jr. que, inspirado na luta de Rosa Parks, também iniciou um movimento pacífico durante a década de 1960, lutando pela conquista de direitos civis básicos e liberdade para a população negra. A luta de King o levou ao status de uma das grandes lideranças do movimento negro na época e seu pensamento norteou grandes eventos, como a Marcha Sobre Washington por Trabalho e Liberdade, em 1963, onde fez o famoso discurso conhecido como “Eu tenho um sonho” e, em 1965, as Marchas de Selma a Montgomery, que conquistaram nesse ano o fim da segregação racial nos direitos ao voto e à eleição.
Se por um lado, pessoas como Rosa Parks e Martin Luther King Jr eram ativistas que defendiam táticas de não violência e a luta pacífica, por outro, ativistas negros como Malcom X se posicionavam de forma mais radical, defendendo a autodefesa armada e a revolução negra. A figura de Malcom X esteve muito ligada na década de 1960 ao islamismo como forma de libertação e valorização da ancestralidade africana, desta forma, Malcom X questionou e denunciou a estrutura racista norte-americana e muitas vezes defendeu a impossibilidade da convivência natural entre negros e brancos, posicionando-se de forma antagônica aos ideais de King.
Outro movimento famoso de resistência importante foi o Partido dos Panteras Negras, fundado em 1967. Inicialmente era um grupo de autodefesa dos bairros de maioria negra contra os abusos policiais, mais tarde o movimento ganhou contornos de um marxismo revolucionário, sendo que algumas alas mais radicais eram a favor da revolução armada. O grupo chegou a contar com mais de dois mil membros filiados com sedes em todo o país, estes sofreram uma dura repressão policial e um desmantelamento sistemático provocado pelo FBI, onde muitos membros foram executados ou presos, um de seus adeptos mais famosos foi a ativista Angela Davis.