Migrações internacionais e os principais fluxos
Refugiados e a islamofobia
Migrações latinas e seus novos fluxos
Migrações brasileiras e a industrialização
Forte crescimento do Centro-Oeste
Redistribuição da população: Amazônia, Nordeste e cidades médias
Migrante é todo aquele indivíduo que se desloca de um local para outro em busca de melhores condições que aquelas encontradas na área de origem. Nesse sentido, existem alguns termos que ajudam a entender se essa pessoa está saindo ou chegando. São eles:
- Emigrante: Refere-se ao indivíduo ou população que sai de uma área.
- Imigrante: Refere-se ao indivíduo ou população que chega em uma área.
Devido aos fatores atrativos e repulsivos, é possível falar de países de emigrantes e de imigrantes. Nos últimos anos, os principais movimentos migratórios adquiriram um caráter econômico em que alguns países se destacaram como países de emigração, como México, Índia e Cuba, e outros se destacaram como países de imigração, como Canadá, Estados Unidos e Austrália.
O exemplo mais conhecido de migração mundial é a de latinos para os Estados Unidos, destacando-se a migração ilegal através da fronteira México-Estados Unidos. Visando à redução da entrada de latinos, o país adotou diversas medidas, como a legalização dos latinos que já residem no país, o fortalecimento da fronteira e o estímulo à instalação de indústrias maquiladoras no México.
Em alguns casos, a realidade enfrentada pelos migrantes em seu novo local de residência é diferente do esperado, enfrentando a exploração de mão de obra, o preconceito (xenofobia) e a ausência de direitos sociais.
Migrações internacionais: a relação entre o Brasil e o mundo
Um dos maiores movimentos migratórios de emigração do Brasil é em direção ao Japão, principalmente após o milagre econômico japonês. Esse crescimento criou novas oportunidade de trabalho, atraindo grandes contingentes populacionais do Brasil, principalmente indivíduos descendentes de japoneses, devido à proximidade cultural, os chamados dekasseguis, que acabam sendo alocados em trabalhos pouco valorizados.
Além do Japão, Estados Unidos e Portugal também são alguns dos principais destinos de brasileiros que saem do país em busca de melhores condições de vida. Destacam-se ainda os brasiguaios, brasileiros que migram para o Paraguai e lá se tornam donos de terra, sobretudo para o cultivo de soja.
Latinos x EUA
No México a situação da fronteira mais conflituosa por conta da desigualdade econômica entre os países. Por ser uma oportunidade de melhores condições de vida, a fronteira acaba atraindo um enorme fluxo migratório. Se fosse aberta, atrairia muitos mexicanos, podendo causar um deficit de empregos, inchaço populacional e outros problemas. Além disso, existe a questão da xenofobia. Nos EUA a população de latinos sofre muita discriminação. Por serem imigrantes, nem sempre legalizados, são oferecidos a essa população os empregos mais precários. Assim, mesmo os latinos que estão legalmente no país e conseguem contrariar as adversidades e obter sucesso profissional, são estigmatizados e estão sujeitos a passar por preconceito. Sobre o papel profissional deles nos EUA, é importante frisar que mesmo com toda a repressão, barreiras, xenofobia e tentativas de conter a presença dessa população no país, eles são muito presentes na população e cultura, e contribuem muito para a econômia americana. Um importante marco foi o “Dia sem Latinos”, no qual uma greve mostrou a importância deles para o funcionamento do mercado Americano. Além dessas questões, há uma preocupação com a latinização da cultura americana, ou seja, a mistura e influencia cultural, advinda da crescente presença de população latina no território americano.
Esse crescente pode influenciar a política, votações e instâncias decisórias por exemplo. Isso desperta um sentimento a alguns americanos de perder a soberania cultural da maneira como se conhece. Sobre isso é importante lembrar que não existe cultura pura ou imutável.
Os Refugiados
A diferença entre um refugiado e um migrante comum é a falta de opção entre sair ou ficar no país ou região de origem. Trata-se de um movimento forçado, motivado por risco de morte ou perseguição (política, econômica, étnica, religiosa). Em 1951, a recém criada ONU estabelece uma convenção conhecida como Convenção de Genebra. Essa convenção buscou discutir qual o papel dos países em relação aos refugiados. Nessa convenção, importantes medidas foram tomadas, como a definição dos conceitos legais que definem um refugiado, e tabém criou mecanismos para garantir dois direitos básicos a essa população: o direito de pedir asilo (ou abrigo) a determinado país, que teria a obrigação de conceder esse asilo, além de proibir que o país expulse essas pessoas que ali chegarem. Inicialmente os países assinam esse acordo, também por um certo receio de precisar, visto que á epoca foi o fim da 2ª Guerra Mundial e a maior parte dos refugiados eram europeus. Em 1967 houveram reformulações dessa política. O alto secretariado da ONU revalidou esse acordo, a fim de ratificar esse compromisso. O braço da ONU que trata dessas questões chama-se ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Em 67 houve a expansão do mandato para além das fronteiras europeias e das pessoas afetadas pela segunda guerra mundial. Em 1995, outro marco histórico importante, a Assembleia Geral designou a ACNUR como responsável pela proteção e assistência das pessoas que se encontram em situação de apátrida, ou seja, sem pátria, sem nação, por todo o mundo.
Guerra árabe e islamofobia
Devido aos fatores atrativos e repulsivos, é possível falar de países de emigrantes e de imigrantes. Nos últimos anos, os principais movimentos migratórios adquiriram um caráter econômico em que alguns países se destacaram como países de emigração, como México, Índia e Cuba, e outros se destacaram como países de imigração, como Canadá, Estados Unidos e Austrália. A desigualdade econômica, portanto, é um grande fator que motiva as migrações. Dentro da situação da Europa e do mundo árabe, é importante citar que a proximidade geográfica é um fator importante quando falamos nesse tipo de migração. O oriente médio em grande parte foi colonizado por europeus, o que explica grande parte dos conflitos atuais além do seu rendimento econômico inferior a desses países de industrialização precoce. O caso de Israel e Palestina por exemplo, um grande número de judeus fugindo da 2ª Guerra Mundial para o território palestino agravou o conflito. Além disso tudo, o Oriente Médio vem passando por problemas e conflitos diversos como a Guerra do Afeganistão em 2001, a do Iraque em 2003, além da Primavera Arabé em 2011 que iniciou conflitos na Libia, Tunisia, Egito e na própria Síria. Com isso, a migração pra Europa de pessoas em situação de refúgio cresceu exorbitantemente.
- Xenofobia: preconceito contra estrangeiros.
- Islamofobia: preconceito contra muçulmanos.
Sobre esse último, a mídia tem sido em grande parte responsabilizada pela difusão desse preconceito, por meio do reforço de esteriótipos. Existem grupos terroristas em várias culturas e sociedades, mas esses atos ficam marcados e associados a essa população. Por exemplo, você sabia que mulçumano é quem acredita na reglião islâmica? Que o islamismo tem tantas correntes diferentes quanto o cristianismo? Que os árabes não necessariamente são islâmicos ou muçulmanos? Os árabes são uma etinia que habitam o Oriente Médio e a África setentrional e podem, portanto, pertencer a diversas religiões, inclusive a cristã. Porém, quem é Árabe na Europa está sujeito a sofrer islamofobia, justamente por esse preconceito existente.
As migrações brasileiras
No Brasil, as migrações apresentam diversos movimentos, de acordo com o período histórico analisado e o momento econômico vivido.
Migração Nordeste -> Sudeste: Esse primeiro grande evento migratório, também chamado de êxodo nordestino, ocorre quando existe uma área de repulsão na Região Nordeste, em função da precariedade do mercado de trabalho e de serviços, e uma área de atração na Região Sudeste, devido à concentração industrial e econômica. Grande parte dos migrantes buscou, entre as décadas de 1950 e 1980, uma vida melhor nas áreas urbanas de Rio de Janeiro e São Paulo, contribuindo para a economia, cultura e paisagem dos locais de destino.
Migração Nordeste -> Centro-Oeste: Essa migração ocorreu em função da construção de Brasília durante a década de 1960. Os postos de trabalho na construção civil, oferecidos pela rápida construção da cidade, fizeram com que muitos trabalhadores saíssem principalmente das Regiões Norte e Nordeste e fossem em busca de uma nova vida. A maioria dos migrantes desse movimento era de homens, pouco instruídos e trabalhadores braçais, buscando emprego na construção civil.
Migração Sul -> Centro-Oeste -> Norte: Essa migração, iniciada na década de 1970, possui relação com a expansão da fronteira agrícola da soja em direção à Amazônia e é responsável pelos altos índices de desmatamento do Cerrado, gerando preocupação em ambientalistas e em órgãos internacionais quanto ao futuro da Amazônia. O perfil dos seus migrantes é de fazendeiros sulistas de classe média que buscam novas terras para o cultivo de soja e para a criação de gado a um preço mais baixo. Além disso, houve o deslocamento da população de várias regiões do país em direção à Região Norte, motivada pelos processos de integração da Amazônia nos governos militares (construção da Zona Franca de Manaus, estradas, hidrelétricas, entre outros).
Migração Sudeste -> Nordeste: Iniciada na década de 1980 e chamada de migração de retorno, está relacionada à migração ocorrida entre Nordeste e Sudeste na década de 1950. O inchaço das cidades, a saturação dos serviços e do mercado de trabalho e outros aspectos tornaram as cidades do Sudeste polos de repulsão para algumas camadas sociais, enquanto a Região Nordeste vem ganhando status de polo de atração nas últimas décadas, em função do crescimento industrial, do setor de serviços e do mercado de trabalho, passando a formar, assim, as cidades médias.
O perfil desses migrantes é de migrantes nordestinos das décadas de 1950 a 1980, com mais de 40 anos, ou de seus familiares mais novos, de baixa ou média instrução, que buscam sair do Sudeste retornando para sua antiga região.