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Impactos ambientais: principais poluidores

Nesse módulo, o professor Claudio Hansen te explica tudo sobre impactos ambientais. Fica ligado!

Aquecimento global e o efeito estufa

Aquecimento global, desmatamento e consequências

"Buraco" na camada de Ozônio

Desmatamento, pecuária e agricultura no Brasil

Desertificação e arenização

É possível entender os impactos ambientais como qualquer impacto produzido pelo homem sobre o meio externo no qual ele vive. Esses impactos são todas as transformações que a humanidade esta causando aos processos da natureza. Atualmente, a queima de combustíveis fósseis é o impacto ambiental mais significativo causado pela humanidade. O grande volume de automóveis e indústrias é o principal causador desse grave problema, que, entre outros fatores, pode agravar o efeito estufa, devido à grande quantidade de gás carbônico, provocando também chuvas ácidas e as ilhas de calor.  Cerca de 72% dos impactos do mundo vem de produção de eletricidade e combustível. O Brasil, além de contar com o rodoviarismo, se destacando nos níveis de queima de combustível, também sofre com o desmatamento, atualmente motivado pela expansão das fronteira agropecuária.  São diversos os impactos ambientais advindos do desmatamento como a perda de umidade para o ambiente, mudanças climáticas e a maior exposição do solo para impactos erosivos. Já o avanço da fronteira agrícola também possui muitas consequências. Com a tecnologia dos transgênicos, a vegetação do cerrado foi muito suprimida pelas monoculturas de soja, não nativa do local, e também com o uso dos agrotóxicos, para combater as pragas que surgem nas monoculturas. Além disso a biodiversidade se reduz drasticamente, além de que a intensidade da exploração do solo para exportar os grãos, somada ao peso dos tratores causa danos ao solo. Vejamos os principais impactos ambientais:

 

Arenização

Pode ser entendida como a formação de bancos de areia ou areiais em determinada área, e pode ocorrer de forma natural ou antrópica. Quando ocorre de forma natural, no geral temos a presença do arenito, que é uma rocha que ao sofrer intemperismo físico ou erosão pode gerar a arenização. Além disso, a retirada de cobertura vegetal dos solos arenosos, em função de atividades como a criação bovina, somada a climas úmidos pode intensificar o fenômeno, já que os agentes erosivos são capazes de depositar sedimentos arenosos em partes mais baixas do terreno, comprometendo a fertilidade do solo e podendo impedir novas formações vegetais na área. Um exemplo brasileiro de arenização ocorrendo de forma natural é o Jalapão, ou locais de campo aberto ou campo cerrado, que não oferecem grande proteção ao solo. Seguindo essa linha, os pampas por exemplo, um bioma que já é suscetível a esse fenômeno, pode sofrer ainda mais com a atividade pecuária que intensifica o processo.

Disponível em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/o-processo-desertificacao-no-rio-grande-sul.htm https://www.flickr.com/photos/jfpsantos/4321755121

 

Desertificação

Se forma em áreas de clima árido, semi árido ou sub-úmido, nos quais, de maneira geral, predomina a erosão eólica ou intemperismo físico. É o processo no qual há a transformação de regiões em desertos, ou a esterilização de ambientes áridos e semiáridos. Também pode ocorrer de forma natural ou pelas atividades humanas. Sobre as causas naturais, existem algumas regiões desérticas no mundo, no geral influenciadas pela latitude e temperatura dos oceanos, entre outros. Apesar de comumente imaginarmos o deserto como algo estático, ele pode estar em expansão, como o deserto do Saara. Sobre a degradação pelo uso inadequado do solo, o desmatamento ou as queimadas podem deixar o solo mais suscetível ao intemperismo e erosão, sendo as atividades agropecuárias um fator que intensificam esse processo e dificultam uma possível resiliência do ambiente. Podemos observar como exemplo o semiárido brasileiro, o nordeste e norte de Minas Gerais que perde solos pela elevação do antropismo associado com o clima.

 

Disponível em: https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/sustentabilidade/20110119/avanco-desertificacao/3773.shtml

Salinização

A salinização do solo é o processo no qual se acumulam em excesso sais minerais, advindas sobretudo da água da chuva, do oceano, ou da irrigação. O índice de evaporação da água pode se dar de forma acelerada sobretudo em regiões de clima árido e semiárido, de modo que os sais presentes na água permanecem no solo, elevando o teor salínico dele.  Este fenômeno pode agravar o processo de infertilidade do solos e a desertificação. A agricultura deve contar com tecnologia para controlar o índice de salinidade do solo, afim de controlar esse problema.

 

Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/salinizacao-do-solo/

  

Inversão Térmica

A diminuição das temperaturas em locais onde o solo ganha calor durante o dia e perde durante a noite é natural. Mas esse processo vem se agravando nos últimos tempos pela ação antrópica. Nas áreas urbanas o ar frio se concentra nas camadas mais baixas da atmosfera sem conseguir se dispersar. Isso acumula toneladas de poluentes concentrados.

 

Disponível em:  https://revistapesquisa.fapesp.br/2012/08/10/o-que-e-o-que-e-9/

 

Ilhas de calor

São uma anomalia do clima que ocorre quando a temperatura em determinadas regiões dos centros urbanos fica muito maior do que a temperatura nas regiões periféricas, devido à junção de diversos fatores, como a poluição atmosférica, alta densidade demográfica, pavimentação e diminuição da área verde, construção de prédios barrando a passagem do vento e grande quantidade de veículos, entre outros. Desta forma, a temperatura média nos centros urbanos adensados fica alguns graus maiores do que em áreas espaçadas onde existem árvores e melhor circulação de vento.


Disponível em: https://sustentarqui.com.br/o-que-sao-ilhas-de-calor/

 

Enchentes

Com a impermeabilização do solo urbano gerada pelo asfalto e pelo cimento, a água não se infiltra e se acumula. A alteração dos cursos d’água, como o aterramento para construção civil ou mudanças do curso de rios, o aterramento de áreas pantanosas, locais para onde a água escorria, ou mesmo a ocupação irregular na beira de rios são fatores que contribuem para que esse fenômeno ocorra.

 

  Disponível em: https://abcdjornal.com.br/duas-pessoas-morrem-nas-enchentes-de-sao-bernardo-nesta-sexta/

 

Deslizamentos de terra

Também chamado de movimento de massa, é fruto do mal planejamento do espaço urbano em relação a dinâmica hídrica, associada ao déficit de moradia e a ausência da atuação da defesa civil e do poder público como um todo em diversas áreas. Com o desmatamento, a água da chuva tende a erodir mais o solo ou material rochoso que ela encontra ao cair na superfície, podendo ocasionar os movimentos de massa e causar os deslizamentos. Eles são naturais, mas quando associados a moradias em encostas se tornam desastres.

  

Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-10-Deslizamento-de-terra-em-Teresopolis-regiao-serrana-do-RJ-em-2011-Imagem_fig10_316837789


 

Lixos urbanos

O aumento da população somado com incentivo a sociedade de consumo aumenta a produção de lixo. Um tratamento adequado em larga escala é também caro, então o lixo acaba sendo despejado em lixões ou em cursos d’água, queimado ou depositado em terrenos baldios o que impacta os solos, águas e mesmo no ar. O lixo produz chorume, um líquido poluente ao solo e as águas, além de gases e substâncias tóxicas que são depositadas no meio ambiente causando doenças. O problema dos lixões é também social uma vez que populações mais pobres são obrigadas a conviver diretamente com esse ambiente.

 

Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/04/30/maior-lixao-da-america-latina-gramacho-sera-desativado-dia-1-de-junho.htm

 

Despejo de esgotos nos rios e canais

O crescimento desordenado e a falta de infraestrutura urbana das cidades fizeram com que ocorresse uma ausência de planejamento em relação ao saneamento básico. Esse fato ocasiona um despejo sistemático de esgoto sanitário doméstico e industrial em rios e canais em grande escala, fazendo com que ocorra um grande impacto em ecossistemas aquáticos, aumento da contaminação da água, proliferação de doenças e menor disponibilidade de água doce para consumo humano. Esta associado a eutrofização de corpos hídricos acontece quando há excesso de matéria orgânica e nutrientes no rio ou lagoa, de modo que algas e plantas aquáticas começam a se multiplicar pela grande nutrição. Mas a quantidade de bactérias decompositoras também aumenta, e isso impede a entrada de luz as vezes até mesmo na superfície, impedindo a fotossíntese e acabando com o oxigênio e a vida naquele local.

 

 Disponível em: https://blog.brkambiental.com.br/problemas-causados-pelo-esgoto/ https://www.iguiecologia.com/eutrofizacao/

 

Chuvas ácidas

Ocorrem quando existe na atmosfera um número muito grande de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5), que, quando em contato com o hidrogênio em forma de vapor, formam ácidos como o ácido nítrico (HNO3) ou o ácido sulfúrico (H2SO4). O grande problema para o meio ambiente é a alteração do PH das águas, podendo trazer mortandade de seres aquáticos e a acidificação do solo, tornando-o improdutivo ou acelerando a erosão.

 

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/chuva-acida/

 

Sulvos, Ravina e Voçorocas

Em eventos de muita chuva, em solos descampados de vegetação, a água pode infiltrar tanto no solo que chega no limite, todos seus poros ficam preenchidos, o que chamamos de solo saturado. Com isso, o escoamento superficial, ou seja, a água escorrendo sobre a superfície aumenta, erodindo as partes de cima do solo de forma desigual, formando os sulcos, e desagregando as partes mais profundas do solo que estão cheias de água. Essa retirada da cobertura do solo pela erosão da chuva podemos chamar também de erosão laminar. Enormes crateras se abrem no solo portanto, e é muito difícil de recuperá-lo.Quando as cratéras começam a abrir, chamamos de ravinas. Em seu estágio mais avançado, chamamos de voçoroca.

 

Disponível em: http://conservandoosolo.blogspot.com/2012_05_21_archive.html

 

Disponível em: https://meioambiente.culturamix.com/natureza/vocoroca-e-ravinas-caracteristicas-gerais

 

Lixiviação

É a extração de substâncias de uma rocha ou solo por dissolução num líquido. É um processo erosivo de lavagem do solo. É típica de climas úmidos, chuvosos e a ausência de vegetação pode agravar. Acontece quando a água da chuva percorla, se desloca no interior do solo, arrastando seus nutrientes e sais minerais para camadas inferiores, frequentemente diluindo-os.

É uma espécie de lavagem dos nutrientes do solo, que ocorre quando existe o transporte dos nutrientes do solo pela água que se infiltra no mesmo. Pode ser provocada pelo desmatamento, chuvas intensas ou uma conjungação desde dois fatores. Este processo deixa as camdas superficiais do solo com baixa quantidade de nutrientes.

 

Disponível em: https://www.slideshare.net/rodrigopavesi/solos-origem-evoluo-degradao-e-conservao

 

Laterização

É o processo no qual o solo acumula uma grande quantidade de óxidos de ferro ou alumínio, em suas camadas superficiais ou próximas da superfície, tornando sua coloração avermelhada como ferrugem. Acontece pela ação da chuva, predominante nos climas tropicais e equatoriais, onde o intemperismo químico transforma as camadas do solo. A infiltração da água no solo, como na lixiviação, resulta no acúmulo dos óxidos mais difíceis de serem lixiviados, causando o fenômeno citado. Isso deixa o solo mais ácido e pode formar uma crosta lateritica (ou canga) enrigecida na superficie ou pouco abaixo da superficie do solo, reduzindo a infiltração, dificultando o crescimento de plantas e podendo causar desertificação.  Aos solos laterizados, damos o nome de latossolo. No centro oeste brasileiro por exemplo, é comum que se adicione calcário nos latossolos, a chamada calagem, para reduzir a acidez e permitir o plantio.

 

 

Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/laterizacao/

 

Efeito estufa

Este fenômeno é um processo natural intensificado pela ação antrópica. Ele consiste na manutenção equilibrada da temperatura do planeta, temperatura esta ideal para as diversas formas de vida existentes. Se não existisse o efeito estufa, o frio seria intenso, pois a radiação emitida pelo sol e irradiada pelas superfícies não se manteria sem ele, o que tornaria inviável a sobrevivência das espécies. Contudo, este processo foi intensificado pela ação do Homem a partir da queima de combustíveis fósseis e da destruição de florestas, a temperatura da Terra se elevou consideravelmente. Alguns pesquisadores afirmam que essa elevação da temperatura pode ocasionar o derretimento das calotas polares e aumento do nível dos mares, resultando no possível desaparecimento de cidades litorâneas, além da extinção de espécies vegetais e animais. Por outro lado, esta situação pode ser minimizada com a adoção de medidas que visam a redução da poluição ambiental, como o acordo de 1997, em que os países visavam a redução da emissão de gases poluentes conhecido como Protocolo de Kyoto.

  

Disponível em: https://suportegeografico77.blogspot.com/2017/10/emissao-de-gases-de-efeito-estufa-no.html

 

Foi na primeira metade do século XIX que surgiram estudos deduzindo a relação entre a atmosfera e a temperatura da superfície do planeta. John Tyndall pesquisou sobre a capacidade de absorção de calor dos gases e destacou sua importância para a manutenção do clima em nosso planeta.

Seu trabalho foi fundamental até que se estabelecesse o conceito de efeito estufa tal qual o conhecemos. A primeira hipótese de variação climática forçada pelo aumento da quantidade de gases do efeito estufa na atmosfera surgiu na década de 1890. Isto, por sua vez, poderia impulsionar um aquecimento adicional. No sentido oposto, Arrhenius estudou que uma queda na presença de CO2 poderia levar a uma situação de resfriamento da superfície planetária. A partir daí o cientista sueco considerou a possibilidade de emissões humanas de CO2 produzirem um aquecimento global.

                                              

Aquecimento Global

O aquecimento global também é um fenômeno natural que já ocorreu em diversas fases ao longo da existência do planeta terra. Assim como a era do gelo, o planeta passou por períodos de resfriamento e aquecimento natural. O efeito estufa foi central nessa discussão.

Ele é importante para a manutenção da vida na terra, mas, com alta concentração de poluentes como o CO2, o calor que chega na terra não consegue se dispersar no espaço como deveria, o que provoca um aumento nas temperaturas médias.

Esse impacto ambiental divide a opinião de especialistas. Alguns acreditam que a temperatura média do planeta está aumentando por causa do homem, sobretudo pelos índices de poluição que a produção industrial causa, desde a extração desenfreada de matéria prima, passando pela energia necessária para transformar a matéria prima em produto, até o descarte do lixo, e sua possível queima. As indústrias produtoras de energia também podem emitir muitos gases poluentes que interagem com a dinâmica atmosférica, alterando o clima e o regime de chuvas. Além do próprio desmatamento, queimadas e demais atividades em larga escala realizadas pela humanidade, enquanto a crescente urbanização aumenta essa demanda e suprime ainda mais as áreas naturais.  Mas, por outro lado, há cientistas que afirmam que não há como comprovar que é o homem que está causando este impacto. Então as perguntas são: o planeta está realmente passando por um ciclo de aquecimento? Este aquecimento estaria de fato ocorrendo em escala global? E, sobretudo, o homem seria o responsável por isso? É o que chamamos de teoria do aquecimento global antropogênico.

De qualquer modo, é importante compreender a importância da escala local nessa análise. A questão ambiental é, sobretudo, uma questão social. A lógica da concentração motiva impactos em larga escala. Quem possuí baixa renda, fica mais suscetível a conviver com poluição atmosférica, com a crise hídrica já muito real para muitas pessoas do mundo, e com demais problemas ambientais. O ser humano é capaz de causar grandes impactos ambientais ao planeta terra. É preciso um uso mais eficiente, respeitoso e sustentável para garantir a reprodução da humanidade. 

 

Perda de permafrost

Permafrost é um tipo de solo que permanece congelado por pelo menos dois anos consecutivos e é característico das regiões polares ou de altitudes elevadas. No geral sua intemperização é lenta, podendo conter sedimentos ou rochas em sua composição. Sua camada mais próxima a superfície é conhecida como "camada ativa", a qual descongela no período mais quente do ano é nela que podemos encontrar a vegetação. Com o aquecimento global, temos tido a redução desse tipo de solo, que possui grande valor ambiental.Em seu derretimento, ele libera gases como dióxido de carbono que estavam contidos no solo. Além disso, esse tipo de solo consegue, por exemplo, estabilizar encostas de montanhas com a agregação dos sedimentos congelados, deixando a área mais suscetível a erosão. Dessa forma, deslizamentos e avalanches podem ser consequência desse fenômeno prejudicando as áreas do entorno e as ocupações humanas instaladas próximas dessa ocorrência.

 

 Disponível em: https://brasilisnet.com/2019/05/27/permafrost-se-decompoe-e-libera-dioxido-de-carbono-muito-mais-rapidamente-do-que-se-acreditava/