Futebol: Espetáculo, Política e Corrupção em História

Atualmente, o futebol é um esporte que movimenta uma indústria gigantesca, composta por salários, patrocínios e propagandas que ultrapassam os milhões. Com jogadores recebendo fortunas, contratos de transações caríssimos e até mesmo apostas em valores exorbitantes, o futebol é, sem dúvida, um esporte que ajuda a construir uma elite financeira em diversas regiões que se consolida.

Entretanto, apesar de movimentar uma indústria gigantesca, o futebol ainda assim atrai principalmente as classes mais pobres, indivíduos que, muitas vezes, não conseguem nem estar presente nos estádios acompanhando as partidas pela falta de dinheiro. O futebol, portanto, é extremamente popular e, desde a sua criação no século XIX, também sempre foi democrático. Apesar da indústria e da glamorização, o futebol é um esporte que permite que qualquer pessoa possa jogar, pois contém regras simples e exige como único equipamento uma bola.

Justamente por conta dessa facilidade é que o futebol atrai tanto pessoas mais pobres e que historicamente possui versões semelhantes em diversas sociedades. Seja na China ou no Japão da antiguidade, no Império romano, na Idade Média ou mesmo na América pré-colombiana, diversas civilizações ao longo do tempo desenvolveram esportes muito parecidos com o futebol, que exigiam apenas carregar a bola com os pés e alcançar um objetivo. Portanto, até hoje essa atividade simples pode ser praticada por crianças e adultos de qualquer perfil social, configurando-se, assim, como um dos maiores fenômenos dos séculos XX e XXI. 

Tendo em vista, então, que o futebol é um esporte tão popular, é impossível desassociar sua história ao longo dos séculos XIX, XX e XXI da própria história política e cultural de diversas sociedades apaixonadas pelo futebol. Dezenas de governos utilizaram o futebol como ferramenta política, para construir identidades nacionais ou reforçar otimismo econômico, como ocorreu durante a Era Vargas e a Ditadura Militar. Outros, ao contrário, utilizaram o poder do esporte como forma de aproximação diplomática em momentos de crise e até mesmo como forma de pausar guerras, como ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial.