Exercícios sobre Revoluções Industriais em Geografia

A indústria pode ser entendida enquanto uma forma de produção em larga escala, responsável por transformar a matéria prima em produto. No nosso imaginário, associamos as indústrias ao império da maquino-fatura, ou seja, o predomínio de máquinas no processo produtivo. Mas nem sempre foi assim.

Numa sociedade pré-industrial, a grande força econômica estava localizada no meio rural, que eram as grandes regiões produtoras. O trabalho era mais familiar, e o conhecimento produtivo passado em gerações. A localização dos moradores também influenciava diretamente as atividades produtivas exercidas pelas pessoas, de modo que a interação do homem com o meio, com seu entorno, resultava em produtos específicos daquela localidade e cultura.

Nos períodos dos escambos e grandes feiras comerciais, as trocas de produto entre asiáticos, europeus e africanos eram também trocas de conhecimento, uma vez que os produtos refletiam a técnica dessas civilizações, e os recursos disponíveis em seus territórios. Havia portanto o predomínio artesanal na transformação de matéria prima em produto. Essas famílias, ainda conseguiam produzir um número limitado de produtos, e detinham todas as etapas do processos produtivo em seu domínio e conhecimento, de forma que os produtos artesanais refletiam e refletem a técnica pessoal empregada.

• ·         Trabalho artesanal; corresponde ao trabalho manual para transformação de determinadas matérias primas em produto, onde o domínio da técnica também é pessoal ou familiar.
• ·         Manufaturas; corresponde ao trabalho manual com auxílio de máquinas ainda simples no processo produtivo, contando com a divisão do trabalho e assalariação da mão de obra.
• ·         Maquino-faturas; corresponde ao processo de transformação da matéria prima em produto a partir do predomínio de máquinas no processo de produção. Se relaciona ao avanço tecnológico no processo produtivo.

Acontece que um processo produtivo artesanal, quando feita de forma repetitiva, por gerações, começa naturalmente a desenvolver máquinas para auxiliar e otimizar a produção. Ao perceber o poder das máquinas para aumentar o ritmo produtivo, assim como a divisão das etapas produtivas, ou seja, cada trabalhador cuida especificamente de uma etapa, de forma repetitiva, a possibilidade de produção em enormes quantidades passou a crescer exponencialmente. A grande sabedoria sobre todas as etapas do processo produtivo saiam das mãos do trabalhador.

Dessa forma nasce a indústria. Produzindo artigos para comércio em larga escala. O desenvolvimento das primeiras indústrias aconteceu primeiramente na Inglaterra, e o descobrimento do poder do carvão mineral para girar engrenagens e otimizar máquinas da indústria têxtil foi um grande motivador para alteração brusca nas formas de produção e trabalho daquele período. É o surgimento das indústrias que transforma o meio das cidades em meio urbano ou meio urbano-industrial. Os centros urbanos se incham em população e consumo por conta das Revoluções Industrias.

As revoluções industrias marcam justamente uma mudança no desenvolvimento técnico que altera as formas de produção a nível mundial. A Primeira Revolução Industrial foi justamente esse período de assalariação na indústria têxtil, na Inglaterra. Vamos ter aulas específicas sobre as 3 revoluções industriais.

Fatores Locacionais

A localização industrial varia de acordo com as necessidades de produção industrial. Se as indústrias são  grande unidades fabris responsáveis por uma grande gama de produção, subentende-se muito uso de matéria prima, a necessidade de transporte até o mercado consumidor, e muito consumo de energia. Esses três fatores condicionam se é viável ou não o investimento industrial numa determinada localidade.

Nas primeiras revoluções industriais, os locais onde tinham boas reservas de máteria prima concentraram grandes unidades fabris e eixos de transporte, que também são eixos de desenvolvimento, que guiam a localidade do crescimento de cidades. Posteriormente, essas cidades produtivas vão se inchando e dando origem a grandes metrópoles atuais. As cidades são se transforma em meio urbano com o desenvolvimento industrial.

Sobretudo num momento onde as técnologias de comunicação e transporte ainda eram precárias, o alcance dessa distribuição era limitada. A indústria era algo local, apesar de produzir em larga escala, sem tecnológia não tinha como se expandir. O que é central é o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte, que viabilizaram a globalização e a fragmentação de pedaços da indústria para outros países, comunicando o sistema produtivo econômico a nível global e aumentando escalonarmente a produção nessa nova etapa. Os empresários passam a  poder vender para o mundo todo e buscar vantagens locacionais em diversos países. A possibilidade de aumentar a produção e vender para cada vez mais mercados é característica desse momento.  O que altera nesse momento portanto é a possibilidade de um mercado consumidor maior, quase que ilimitado, e novas fontes de matéria prima entre países. 

Acontece que alguns países de industrialização tardia porém com território abastado em matéria prima ficam numa posição não muito ideal nessa Nova Divisão Internacional do Trabalho (Nova DIT) que esse desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte viabilizam. Partes menos lucrativas e mais poluentes de indústrias externas se instalam em países subdesenvolvidos, que por sua vez estavam ávidos por receber qualquer investimento industrial, e se tornam muito dependentes do produtos do setor primário que são menos valorizados do que produtos industrializados e tecnológicos, além de contarem com forte impacto ambiental para produção.

Os países desenvolvidos passam portanto a escolher países com disponibilidade de mão de obra barata, países pobres que precisem do investimento industrial e tenham matéria prima a ser explorada. É importante também que os países subdesenvolvidos tenham minimante uma infraestrutura de transportes, para viabilizar e atrair o investimento estrangeiro. Acontece que as sedes empresariais e os centros de decisão, assim como as partes mais lucrativas continuam concentradas nesses países ricos, nessa desconcentração ou fragmentação industrial moderna.

 Lembre-se que:

Sintetizando

• 1º Momento: estar próximo a máteria prima, ao centro consumidor e as fontes de energia, desenvolvendo os primeiros centros urbanos.
•  2º Momento: viabilizado pelo desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte;

Industria portanto passa a buscar; países atrativos para o investimento.

Fragmenta setores da indústria, buscando vantagens locacionais específicas de cada setor, ou seja, quando a parte da fragmentada da indústria demanda isso. Pode buscar, por exemplo:

• mão de obra barata disponível,
• matéria prima e recursos naturais,
• terras baratas,
• infraestrutura de transportes e energia,
• vantagens fiscais,
• confiança econômico para investimento seguro.

Se os fatores locacionais não forem bons, o valor agregado ao produto pode ficar muito caro e ele se tornar pouco ou não competitivo no mercado e na concorrência internacional. Por isso pensar esses fatores é tão importante pois eles viabilizam a produção industrial ser possível. E ajuda a entender a localização de atividades comerciais, que historicamente fundaram cidades.