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Crescimento vegetativo e pirâmide etária

Resolução de questão sobre o crescimento populacional, a partir das taxas de natalidade e mortalidade, representadas por um gráfico e pela pirâmide etária, onde são evidenciados os momentos de variação das taxas. Além disso, são apresentadas quais são as informações contidas nas pirâmides etárias.

Pirâmide etária brasileira

Transição demográfica e Pirâmides etárias

Transição demográfica e Pirâmides etárias (2)

Taxa de dependência e PEA

Participação da mulher na transição demográfica

O conceito de transição demográfica busca explicar o comportamento da população (natalidade e mortalidade) ao longo do tempo, identificando quando há uma mudança no perfil demográfico. Todos os países passariam por essas quatro fases abaixo, em diferentes momentos.

 

Primeira fase – pré-transição

Elevadastaxas denatalidade e mortalidade que resultam embaixo crescimento vegetativo. Nenhum país hoje se encontra nessa fase.

Segunda fase – transição da mortalidade

A taxa de natalidade se mantém elevada, porém observa-se uma queda na taxa de mortalidade, devido à Revolução Industrial, à urbanização e à modernização da sociedade (conquistas médicas, sanitárias e tecnológicas). Tal comportamento resultou em um crescimento vegetativo elevado acelerando o crescimento populacional em determinados países. Período também denominada explosãodemográfica ou “Baby boom”. Alguns países africanos encontram-se nessa fase.

Terceira fase – transição da fecundidade

Ataxa de natalidade começa a diminuir devido à queda na taxa de fecundidade, enquanto a mortalidade se mantém baixa. Aos poucos foram sendo rompidos os padrões culturais e históricos que se caracterizavam pela formação de famílias numerosas, bem como o elevado custo de vida nas cidades e a maior independência da mulher resultaram nadesaceleração do crescimento vegetativo. A maior parte dos países emergentes e subdesenvolvidos encontram-se nessa fase.

Quarta fase – estabilização demográfica

As taxas de natalidade e mortalidade reduziram ao ponto queuma praticamenteanula o efeito daoutra. Observa-se um crescimento vegetativo próximo de zero ou às vezes negativo. Fase relacionada ao envelhecimento da população. A maioria dos países desenvolvidos encontram-se nessa fase.

Quinta fase – uma dúvida

Existe uma discussão sobre essa quinta fase. Muitos estudiosos da demografia não concordam com a existência dela, pois seria uma variação da quarta fase. Nessa, o crescimento vegetativo é negativo, causando o encolhimento da população absoluta.

Alemanha e Rússia são exemplos de países que apresentaram redução da população absoluta em períodos recentes. Atenção para não considerar os países em guerra como pertencentes a essa fase.  Mesmo que seja muito comum tentar associar uma data ou período a essas fases, é necessário um cuidado maior. Como são associadas às dinâmicas demográficas dos países e eles transitam por essas fases em períodos diferentes, não há, portanto, uma data certa para quando esses períodos ocorreram. Porém, pode-se dizer que o fim da primeira fase ocorreu com a Revolução Industrial na Europa e, desde então, podem-se observar essas diferentes fases nos países.

A população mundial, no ano de 2019, chegou ao valor aproximado de 7,7 bilhões de habitantes. O estudo demográfico procura entender as razões e os efeitos desse crescimento. A preocupação com o ritmo do crescimento populacional não é algo recente e, para explicar a razão desse crescimento e suas consequências, surgiram diversas teorias demográficas.

Principais teorias demográficas

Teoria Malthusiana

Formulada por Thomas Malthus, no final do século XVIII. Segundo ele, haveria um desequilíbrio entre o crescimento populacional e a disponibilidade de alimentos. Esse desequilíbrio levaria a um quadro de fome, pois Malthus acreditava que a população crescia em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, 64…), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5, 6…).

O equívoco dessa teoria consiste no fato de que Malthus não previu que os avanços tecnológicos na agricultura e na indústria seriam capazes de aumentar a produção de alimentos, que se tornou muito além de necessária para sustentar a população.

Teoria Reformista ou Marxista

Surgiu a partir da formulação de diversos pensadores que contestavam a Teoria Malthusiana por defender os interesses burgueses e a manutenção dos estratos sociais como forma de conter o crescimento populacional. Segundo essa teoria, a desigualdade não estava na relação entre o número de pessoas e a produção de alimentos, mas sim na má distribuição de renda. Por se aproximar das teorias formuladas por Karl Marx, também ficou conhecida como Teoria Marxista. A Teoria Reformista defende que a solução para essa desigualdade seria a formulação de políticas públicas que visem a combater a pobreza e a aplicação de direitos trabalhistas que assegurem a renda do trabalhador.

Teoria Neomalthusiana

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, a população mundial cresceu consideravelmente, uma grande explosão demográfica, tanto nos países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos, que ficou conhecida como “Baby boom”. Disso surgiu a Teoria Neomalthusiana, pois, novamente, a população voltou a crescer, fazendo-se necessário um controle da natalidade através de métodos contraceptivos.

Teoria Ecomalthusiana

Essa é a teoria mais recente, segundo a qual o crescimento populacional exagerado exerce uma grande pressão sobre os recursos naturais, o que pode ser um risco irreversível para o futuro ao intensificarem-se impactos ambientais, como o aquecimento global e o desmatamento. Portanto, a solução seria o desenvolvimento sustentável. Alguns entendem que esta teoria é apenas uma vertente da Teoria Neomalthusiana. A crítica feita a essa teoria é o fato de que desconsidera o fator econômico como fundamental para compreender a pressão sobre os recursos naturais, uma vez que os países ricos são os que mais impactam o meio ambiente, apesar de apresentarem taxas de natalidade cada vez menores.