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Características gerais da África do norte

Nesse vídeo o professor Hansen resolve uma questão que aborda características gerais encontradas na África do norte, destacando aspectos do espaço em que ocorreu o fenômeno da Primavera Árabe. Material: http://desconversa.com.br/wp-content/uploads/2015/08/Materialdeapoioextensivo-geografia-exercicios-africa-do-norte-e-primavera-arabe.pdf

A Primavera Árabe

Características da primavera árabe

A Primavera Árabe e a Globalização

A interferência externa na Primavera Árabe

Acontecimentos pós-Primavera Árabe

O choque cultural entre oriente e ocidente

Primavera Árabe

A Primavera Árabe é uma denominação dada a uma série de manifestações e protestos populares contra governos ditatoriais no mundo árabe (África do Norte e Oriente Médio). Seu início é marcado pelo ato de autoimolação do jovem vendedor ambulante Mohamed Bouazizi. Ele trabalhava como feirante e estudava, mas a crise econômica não permitia uma ascensão social. Um dia, vendendo frutas em seu carrinho, foi apreendido por inspetores do governo e o desespero o levou a atear fogo em seu próprio corpo. Antes disso, ele deixou uma carta nas redes sociais, o que também motivou uma grande mobilização. Desde então, uma série de manifestações foram desencadeadas, gerando, em 2010, uma onda revolucionária por toda a Tunísia, conhecida como Revolução de Jasmim, expandindo-se do Norte da África para o Oriente Médio.

As manifestações e protestos atingiram diversos países que viviam sob ditaduras militares, constantemente associadas por violações dos direitos humanos e restrições contra a liberdade de expressão. Esses atos desencadearam transformações históricas na política regional e mundial, derrubando ditadores e reivindicando melhores condições de vida.

Destaca-se o papel das redes sociais na articulação dessas manifestações. Ferramentas como o Twitter foram fundamentais para propagar as notícias, além de organizar os protestos, marcando uma nova era de ativismo virtual.

  

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/. Adaptado por Marcus Oliveira.

 

Os conflitos a partir das manifestações

Tunísia

De modo geral, pode-se dizer que apenas a Tunísia consolidou o processo democrático. Foi nela que começaram essas manifestações, a partir do ato desesperado de Mohamed Bouazizi, um feirante que teve seu carrinho de mercadorias apreendido por inspetores do governo e que ateou fogo em seu próprio corpo. Isso gerou uma intensa revolta popular, que forçou o ditador Zine El Abidine Ben Ali a se refugiar. A população civil teve importante papel em conduzir o processo de maneira pacífica, observando-se algumas conquistas sociais e poucas econômicas. Em dezembro de 2014, Beji Caid Essebsi foi eleito presidente por meio do voto. Em 2015, contudo, houve alguns ataques jihadistas no país.

 

Egito

Foram quase 20 dias de revolta popular, com um total de 850 mortos, até Hosni Mubarak deixar o poder em 2011. As manifestações ficaram conhecidas como Dias de Fúria ou Revolução de Lótus. Em 2012, Mohamed Morsi, muçulmano, foi eleito democraticamente para governar o país. Contudo, sofreu um golpe do Exército, um ano depois, e a Irmandade Muçulmana, partido de Morsi, passou a sofrer intensa repressão. Em 2014, Abdel Fattah al-Sisi, o mesmo que estava à frente do golpe do Exército, foi proclamado vencedor da eleição presidencial, tomando controle total do Parlamento recém-eleito. A economia e a moeda do Egito ficaram muito fracas com a crise, aumentando-se a pobreza no país.

 

Líbia

A Líbia era um dos países africanos com melhor Índice de Desenvolvimento Humano. A insatisfação popular não era assim tão grande e existia por parte de opositores. Todavia, devido a interferências externas, pela primeira vez no contexto da Primavera Árabe, o país entrou em uma guerra. França e Estados Unidos lideraram um ataque que resultou na morte de Muammar al-Gaddafi e, desde então, o país mergulhou em uma guerra civil.

 

Síria

A Síria é cenário de um dos conflitos mais brutais do Oriente Médio contemporâneo. O país se encontra devastado e conta com um saldo de milhões de mortos desde o começo da guerra, que já dura mais de oito anos. O ponto de partida para essa questão é o fato de que a família al-Assad governa a Síria há quase 50 anos. Isso sem que os presidentes tenham sido democraticamente eleitos. O poder foi passando de pai (Hafez al-Assad) para filho (Bashar al-Assad), como se fosse uma herança. O governo é liderado pela família al-Assad, que pertence a um grupo étnico-religioso denominado alauita, adepto do xiismo. Isso desagrada a maioria da população, que se considera sunita. Em meados de 2011, por conta dos protestos da Primavera Árabe, civis sírios decidiram fazer manifestações contra o governo de Bashar al-Assad, o então presidente do país. Mesmo que todas as manifestações tenham sido pacíficas, o governo decidiu reprimir violentamente os civis. A partir daí, parte dos cidadãos sírios organizou e formou o Exército Livre da Síria para lutar contra as tropas militares do governo.

A situação se tornou cada vez mais complicada quando outros países, como Estados Unidos e Rússia, começaram a apoiar um dos lados da disputa. A presença do Estado Islâmico na região, que busca expandir seu domínio sobre o território sírio, complica ainda mais o conflito. A Guerra da Síria, além dos inúmeros mortos civis, dividiu o território em diversas áreas sob o domínio desses diferentes grupos, desestabilizou o país e criou uma onda gigantesca de refugiados (mais de 5 milhões de sírios abandonaram o país).

Atualmente, com o apoio militar russo ao governo sírio, a família al-Assad retomou o domínio sobre grande parte do território. O Estado Islâmico, enfraquecido e praticamente derrotado, domina uma ou outra área no território sírio. Em 2019, os Estados Unidos iniciaram a remoção de suas tropas da Síria.