Diferença de País Povoado e País Populoso
Crescimento da População Brasileira
Explosão Demográfica Brasileira
Redução da População Brasileira
A Pirâmide Demográfica Brasileira
A população brasileira e o setor terciário
Crescimento e distribuição da população mundial
Atualmente, existem 7 bilhões de pessoas no mundo e uma diversidade de idiomas, culturas, tradições, etnias e religiões. A maior parte dessa população está concentrada na Ásia, específicamente na região abaixo:
Existem mais pessoas vivendo dentro desse círculo do que fora dele.
Distribuição da população
Em termos de distribuição, pode-se afirmar que a densidade demográfica mundial (número de habitantes por quilômetro quadrado) é concentrada e desigual. Nesse sentido, é importante diferenciar país populoso de país povoado.
- Populoso: conceito relacionado à população absoluta de um país. Em números absolutos, corresponde a quantos habitantes vivem em determinado lugar. Nesse sentido, quando a população absoluta é bastante expressiva, fala-se em país populoso, cidade populosa.
- Povoado: conceito que expressa a relação entre o número total de habitantes e sua distribuição no território por quilômetro quadrado. Essa relação corresponde à divisão da população absoluta de um país pela área desse mesmo território. Essa informação constitui o dado denominado densidade demográfica (hab./km²).
No caso do Brasil, o país possui uma população absoluta de, aproximadamente, 210 milhões de habitantes e uma área de, aproximadamente, 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Nesse sentido, sua densidade demográfica é em torno de 24,7 hab./km² (total de habitantes dividido pela área do território). Desse modo, pode-se afirmar que o Brasil é um país populoso e pouco povoado, pois possui uma elevada população absoluta e uma baixa densidade demográfica.
Crescimento populacional
Para a compreensão do crescimento da população mundial, é necessária uma análise estatística através de dados demográficos encontrados, por exemplo, em censos demográficos, como aqueles realizados pelo IBGE, além de uma análise histórica e geográfica dessas populações. Após esse conjunto de procedimentos, é possível identificar e compreender os padrões de crescimento da população, que estão associados, por exemplo, à queda da mortalidade, ao aumento da expectativa de vida, entre outros.
Hoje, o ritmo de crescimento populacional vem diminuindo a cada ano. Esse crescimento é medido através do chamado crescimento vegetativo, que consiste na diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade e que, geralmente, é expresso em porcentagem.
- Crescimento vegetativo positivo: quando o número de nascimentos é maior que o número de mortes.
- Crescimento vegetativo negativo: quando o número de mortes supera o número de nascimentos.
O crescimento demográfico é outro dado utilizado para se entender o comportamento da população de um país. É calculado a partir do somatório do crescimento vegetativo e do saldo migratório (população que entra e sai).
Crescimento populacional brasileiro
Em 1900, o Brasil tinha 17,4 milhões de habitantes. Já 120 anos depois e segundo projeções do IBGE, esse valor alcançou 211 milhões de brasileiros. O crescimento nesses 120 anos foi acelerado, sendo o país o quinto mais populoso do mundo. Esse período de crescimento acelerado ocorreu principalmente a partir de 1940 e se estendeu até 1960, com a queda na taxa de mortalidade. Tais dados podem ser observados nos dois gráficos abaixo. Nesse período, o país cresceu a taxas médias de quase 2,9% ao ano. Entre as razões para esse aumento, é possível se destacarem as conquistas na medicina e o avanço no saneamento básico.
Taxa média geométrica de crescimento anual da população
Adaptado por Marcus Oliveira. Dados extraídos de: https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/
Taxa bruta de mortalidade
Adaptado por Marcus Oliveira. Dados extraídos de: https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/
Porém, a partir da década de 1960, com o intenso processo de urbanização, as taxas de crescimento começaram a declinar. A urbanização iniciou profundas mudanças no modo de vida das mulheres, bem como no custo de vida para se ter um filho. Isso fez com que as taxas de fecundidade e de natalidade começassem a cair. Em 2015, essa taxa de crescimento populacional era de apenas 0,83%. A taxa de fecundidade desse período alcançou os menores valores registrados, de 1,7 filhos por mulher.
Taxa de fecundidade
Adaptado por Marcus Oliveira. Dados extraídos de: https://seriesestatisticas.ibge.gov.br/
Atual contexto da população brasileira
O Brasil, nesses últimos anos, passou por significativas mudanças na estrutura da sua população. Mudanças na taxa de natalidade, mortalidade e fecundidade discutidas nesse material mostram todo esse caminho. Todavia, o mais importante é entender quais são os efeitos socioeconômicos dessa transformação.
Desaceleração do crescimento: a população brasileira continua crescendo, porém, em um ritmo menor. A quantidade de filhos por mulher diminuiu de forma expressiva, e isso ajuda a explicar essa menor taxa geométrica do crescimento populacional.
Redução da taxa de jovens: as menores taxas de natalidade e de fecundidade mostram o país em uma transição demográfica do nível 3 para o nível 4, assunto discutido na aula sobre Transição demográfica e seus desafios.
Crescimento da expectativa de vida: com a melhora na qualidade de vida e nas condições básicas da população brasileira, resultante da urbanização, industrialização e respectivo crescimento econômico, observou-se, nos últimos anos, um crescimento da esperança de vida ao nascer. Tal condição revela um processo de envelhecimento da população, que irá demandar maiores serviços médicos do setor de geriatria, bem como um melhor planejamento para as aposentadorias, ponto iniciado pela Reforma da Previdência aprovada em 2020.
Bônus demográfico: todas essas alterações indicam também que o Brasil ingressou no período de janela ou bônus demográfico, momento no qual há predomínio de adultos (População Economicamente Ativa) em relação aos idosos e jovens (População Economicamente Inativa).
Por fim, no gráfico abaixo, pode-se visualizar o crescimento vegetativo brasileiro do passado e as projeções para as próximas décadas. É possível se observar tudo o que foi discutido até agora, mas também o momento em que a população brasileira deixará de crescer, apresentando, pela primeira vez, crescimento vegetativo negativo, isto é, se não houver fluxo migratório significativo, a população brasileira, na década de 2040, começará a diminuir. Lembrando que essa é uma projeção e que esses valores podem e irão mudar, à medida que os anos passam.
Brasil: nascimentos, óbitos e crescimento vegetativo – 1980-2044
Fonte: MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização.