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Estado Islãmico

Nesse vídeo o professor Claudio Hansen introduz o estudo sobre o grupo terrorista Estado Islâmico, destacando a sua formação e atuação.

O processo de formação do Estado Islâmico

Conflitos de poder no Iraque

O surgimento do Estado Islâmico

O Combate ao Estado islâmico

Transformações na geopolítica internacional e o estado islâmico

Exercicios sobre o estado islâmico

Estado Islâmico
 

Formação do Estado Islâmico

O Estado Islâmico é um grupo fundamentalista sunita que tem como objetivo formar um Estado regido pelas leis islâmicas entre os territórios da Síria e do Iraque, e liderado por um califa. O surgimento do Estado Islâmico ocorreu em meio à instabilidade política do Iraque, no contexto de sucessões de poder, após a invasão americana no ano de 2003.

Para melhor entender esse processo de formação, é necessário olhar para a composição da população iraquiana, que é dividida em duas etnias (árabe e curda), sendo 60% árabes xiitas, 20% árabes sunitas e 20% curdos sunitas.

Saddam Hussein era o presidente do Iraque desde 1979 e adotava um regime ditatorial em que representava os interesses, principalmente, dos árabes sunitas. Mesmo não sendo a maioria, detinha o controle a partir de um forte sistema de repressão aos curdos e parte da população árabe xiita. Desde a década de 1990, após o fim da Guerra Irã-Iraque e início da Guerra do Golfo, Saddam Hussein se coloca isolado dos Estados Unidos e o declara inimigo número um do país.

Conflitos de poder no Iraque

Como resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos reformularam sua política externa, adotando uma ideologia que passou a ser denominada Doutrina Bush. Essa ideologia defendia o combate preventivo ao terrorismo e declarava três países como integrantes do “Eixo do Mal”, Iraque, Irã e Coreia do Norte.

Assim, mesmo que, comprovadamente, o Iraque não tivesse envolvimento com o atentado terrorista, foi palco de uma invasão americana para depor o ditador Saddam Hussein, que já incomodava os interesses americanos na região desde a Primeira Guerra do Golfo. Após a invasão americana, a derrubada de Saddam Hussein e a adoção de um regime democrático, se observou uma disputa interna de poder no Iraque. Com os resultados de uma democracia composta por um primeiro-ministro árabe xiita e um presidente curdo, se observou um sentimento de revanchismo contra a população árabe sunita, que estava no poder durante a ditadura de Saddam Hussein. Essa população árabe sunita que estava no poder até pouco tempo começou a se organizar para enfrentar a atual estrutura de poder criada após a invasão americana, criando, assim, o Exército do Iraque, que, futuramente, originará o Estado Islâmico.

Expansão do Estado Islâmico
 

Para melhor entender a expansão e o fortalecimento do Estado Islâmico, é necessário olhar para o conflito na Síria. Atualmente, o país se encontra devastado e conta com um saldo de milhões de mortos desde o começo da guerra. O ponto de partida para essa questão é o fato de que a família al-Assad governa a Síria há quase 50 anos.

O governo é liderado pela família al-Assad, que pertence a um grupo étnico-religioso denominado alauita, adepto do xiismo. Isso desagrada a maioria da população síria, que se considera sunita. Em meados de 2011, por conta dos protestos da Primavera Árabe, civis sírios decidiram fazer manifestações contra o governo de Bashar al-Assad. O governo decidiu reprimir violentamente essas manifestações e, a partir daí, parte dos cidadãos sírios organizou e formou o Exército Livre da Síria para lutar contra as tropas militares do governo. A situação se tornou cada vez mais complicada quando outros países, como Estados Unidos e Rússia, começaram a apoiar um dos lados da disputa.

O Exército do Iraque aproveitou o conflito para expandir sua área de atuação oferecendo apoio aos sunitas sírios e, com isso, passou a ser denominado Exército Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL). Levante é uma região ao sul dos Montes Tauro e compreende parte do território sírio, por isso, também é denominado Exército Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS). Desde 2014, o grupo passou a usar apenas a denominação Estado Islâmico (EI).  Cabe destacar que o EI conseguia recrutar diversos “soldados” pelas redes sociais e usava a violência como propaganda.

Combate ao Estado Islâmico

Historicamente, os Estados Unidos tinham como inimigo na região os xiitas, o que os aproximava de grupos sunitas. Assim, os Estados Unidos ficaram em uma posição complicada, pois o Estado Islâmico é um grupo sunita e os aliados mais óbvios na luta contra o EI seriam os xiitas (Irã, Síria e Iraque). Tal condição complicou a geopolítica da região e possibilitou também a atuação de outros “players”, como a Rússia. Por exemplo, atualmente, com o apoio militar russo ao governo sírio, a família al-Assad retomou o domínio sobre grande parte do território sírio e foi uma das principais frentes de combate ao Estado Islâmico.

Decorrente desses conflitos, é importante destacar o grande número de refugiados (migrante forçado a sair de seu território devido ao risco de morte, geralmente migra para os países vizinhos). Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas já deixaram a Síria, principalmente em direção à Turquia. Alguns também foram para a Europa, momento em que a mídia passou a destacar o fenômeno como crise dos refugiados.