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Distribuição da população no mundo

Nesta aula o Prof. Claudio Hansen identifica a má distribuição da população nos continentes e países, exemplificando com a enumeração dos países mais populosos.

Fatores físicos da ocupação

Aspectos sociais da ocupação

Distribuição da população brasileira

Processo de interiorização do Brasil

Distribuição da população mundial

Vários fatores influenciam a distribuição e o ritmo de crescimento da população mundial. Atualmente temos uma população total de mais de 7 bilhões de pessoas no mundo, com previsão para 9 bilhões de pessoas em 2050! No entanto, alguns países tem consideravelmente mais pessoas que outros. Por exemplo, 4,1 bilhões de pessoas estão na Ásia, representando 60% da população mundial, e 1 bilhão de pessoas estão no continente africano. Mesmo dentro dos continentes, essa população também é concentrada. Na ásia por exemplo, 2.5 bilhões de pessoas na Índia e China. A concentração populacional portanto pode se tornar um desafio para gestão política, dos recursos naturais a distribuição de renda e acesso a serviços. Vamos a alguns dados que constam serem coletados em 2019.

 

1.       China. População: 1413 milhões. Densidade populacional: 145 pessoas por km2.

2.       Índia. População: 1350 milhões.

3.       Estados Unidos da América. População: 326 milhões.

4.       Indonésia. População: 266 milhões.

5.       Brasil. População: 210 milhões.

6.       Paquistão. População: 120 milhões.

7.       Nigéria. População: 194 milhões.

8.       Bangladesh. População: 166 milhões.

 

Distribuição da população


Em termos de distribuição, pode-se afirmar que a densidade demográfica mundial (número de habitantes por quilômetro quadrado) é concentrada e desigual. Isso ocorre, pois a maior parte da população mundial está concentrada no continente asiático (60% da população mundial encontra-se na Ásia). Nesse sentido, é importante diferenciar país populoso de país povoado.

  • Populoso: conceito relacionado à população absoluta de um país. Em números absolutos, corresponde a quantos habitantes vivem em determinado lugar. Nesse sentido, quando a população absoluta é bastante expressiva, fala-se em país populoso, cidade populosa.
  • Povoado: conceito que expressa a relação entre o número total de habitantes e sua distribuição no território por quilômetro quadrado. Essa relação corresponde à divisão da população absoluta de um país pela área desse mesmo território. Essa informação constitui o dado denominado Densidade Demográfica (hab./km²). 

É importante ressaltar portanto que existem fatores físicos e sociais que determinam a concentração da população em determinados locais. Vamos pensar em aspectos gerais que te ajudarão a entender e pensar os casos apresentados. É importante ter em mente que esses fatores se interrelacionam, e muitas vezes são interdependentes.

Fatores físicos - fatores naturais que influenciam a distribuição da população.

  • Clima: Em contraposição aos lugares desérticos e polares, é possível notar que nas áreas tropicais e temperadas, sobretudo úmidas há maior concentração populacional.
  • Relevo: As primeiras áreas ocupadas em grande parte do mundo foram as áreas litorâneas, sobretudo pelas grandes navegações maritimas e o processo de colonização. A exploração das colônias deu início as primeiras cidades, que até hoje concentram população. Além disso, era pelo litoral que o comércio era feito, possibilitando o intercâmbio comercial entre os países. As planícies portanto de modo geral eram mais ocupadas. No entanto sobretudo no Brasil há grande ocupação em planaltos, podendo ressaltar o caso de São Paulo, maior metrópole nacional.
  • Solo: Sobre os solos é importante lembrar que foi no entorno dos rios o incío de grandes civilizações humanas. Isto porquê, além da importância do rio para sobrevivência, no entorno deles está o solo aluvial, que permite agricultura. Foram nesses locais portanto as primeiras ocupações humanas. Nos dias atuais os locais de solo fértil também é mais valorizado, apesar da modernização das técnicas agrícolas.  
  • Geologia: algumas áreas do planeta possuem muita instabilidade tectônica. O japão por exemplo, tem a 10ª maior população apesar de ser uma área instável com muitos tremores. Foi necessário uma adequação econômica e social que viabilizasse essa ocupação. Nem todos os países ou regiões conseguem manter a população em áreas de instabilidade geológica. Podemos citar exemplos de ilhas ou regiões vulcânicas.

Fatores sociais

  • Histórico: Populações muito antigas possuem mais raízes culturais e tendem a concentrar maior população. Como exemplo podemos dar a ásia e áfrica, berço das primeiras civilizações humanas.  
  • Econômico: A infraestrutura urbana é feita de modo a aglomerar a população. A exemplo disso temos o fenômeno da verticalização. Na mesma área que antes cinco pessoas moravam numa casa por exemplo, se constroe um prédio, que cabe muito mais pessoas na mesma área. Chama-se verticalização pois os prédios são aglomerados de casas na vertical. Portanto nas areas de maior infraestrutura urbana tem maior concentrando populacional. O meio urbano porém é desigual, e mesmo que parte da população não consiga acessar essa infraestrutura, se concentra nas periferias, porque ali se concentram também oportunidades de desenvolvimento e emprego. Importante ressaltar que esse fator influencia tambem os fatores ditos naturais, uma vez que nem sempre é possivel acessar as regiões de maior amenidade ambiental e climática.
  • Político: Uma boa estabilidade politica pode atrair pessoas, além de que existem fatores politicos que direcionam a ocupação, por exemplo a interiorização do Brasil e ocupação geoeconômica do centro oeste. Isto teve como eixo, a atração de migrantes do sul que ganhavam grandes glebas de terra com o intuito de colonizar, levar desenvolvimento e infraestrutura econômica por meio da expanção da fronteira agropecuária. Isto é feito por meio de planos políticos de desenvolvimento para determinados locais, direcionando a ocupação.
  • Cultural: O exemplo de Israel e Palestina ajuda a visualizar o aspecto cultural influenciando a distribuição.Quando há uma raíz cultural num determinado local pode gerar inclusive conflitos entre povos. Outro ponto é que, com a globalização, as culturas americanas e europeias possuem maior projeção e aceitação mundial, permeando o imaginário e aumentando também o desejo de imigração. Claro que isso é regulado por um fator econômico sobretudo. Existe uma forte influência cultural latina na cultura americana que ocorre pela discrepância dos niveis econômicos entre as regiões.

O caso do Brasil

No caso do Brasil, o país possui uma população absoluta de, aproximadamente, 200 milhões de habitantes e uma área de, aproximadamente, 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Nesse sentido, sua densidade demográfica é em torno de 23,5 hab./km² (total de habitantes dividido pela área do território). Desse modo, pode-se afirmar que o Brasil é um país populoso e pouco povoado, pois possui uma elevada população absoluta e uma baixa densidade demográfica.

A população do Brasil se dá muito concentrada nas áreas litorâneas e nas grandes cidades, sobretudo na região sudeste. A concentração do meio urbano industrial no sudeste, com destaque para o eixo Rio-São Paulo, aconteceu em função do sucesso da economia do café, que concentrou capital e atraiu migrantes. A indústria nesse eixo num primeiro momento atraiu muitos migrantes de outras regiões do Brasil. Existe porém uma diferença entre expansão populacional e de infraestrutura, uma vez que a urbanização e industrialização do Brasil ocorreram de modo a concentrar pessoas, mas não contou com infraestrutura para atender a todos, como ausência de saneamento básico e rede de transporte, saúde e educação para a população que chegava.

Apesar da concentração urbano industrial no sudeste, com o governo JK é possível dizer que hoveram outros investimentos industriais em regiões interioranas e periféricas em relação a economia do sudeste. A interiorizaçaõ do Brasil contou com o avanço da infraestrutura de transportes e integração. É importante entender que é ao redor dos eixos de transporte que crescem as aglomerações urbanas, as primeiras cidades em torno das ferrovias e posteriormente das rodoviais. E nas regiões industriais e urbanas aglomeram pessoas pela expectativa de mão de obra e emprego, além de acesso a serviços e oportunidades. Houve portanto a desconcentração industrial do sudeste, apesar disso, dentro das regiões há níveis de concentração pontual.

Ocupação do centro oeste com a expansão da fronteira agropecuária que crescia do sul em direção a essa região também foi importante, pela instalação do rodoviarismo e maior integração nacional. Sobre essa interiorização, é importante frisar que a ideia de vazio demográfico que se prega não é de todo verdadeira. Essa ocupação do interior trata de uma ocupação econômica, de quando há projetos políticos para um desenvolvimento de atividades econômicas integradas naquela região, atraindo pessoas e criando novos pólos urbanos.

 Posterior aos anos 90 houve outro processo histórico que alterou a distribuição da concentração populacional brasileira: a desconcentração industrial das grandes metrópoles para as cidades pequenas e médias do entorno, criando novas regiões metropolitanas e inchando cidades médias.

O desenvolvimento tecnológico foi importante também por ampliar o potencial de ocupação do interior foi pelo avanço da técnica. O sertão pode ser mais ocupado a níveis econômicos com a transposição do Rio São Francisco que fortaleceu a agricultura e a agroindústria, além dos poços artesianos e técnicas de captação de água.